Peter Baklinski
3 de novembro de 2011
Walt Heyer era um menininho crescendo na Califórnia em meados da
década 1940, interessado em cowboys, carros e violões quando certo dia, a avó
dele teve a imaginação estranha de que ele queria ser uma menina. Ela
ingenuamente lhe fez um vestido roxo de baile, com fita de enfeite, que ele
costumava usar quando a visitava.
De acordo com Walt, usar aquele vestido roxo com fita de
enfeite desencadeou algo que o colocou numa longa trajetória de 35 anos que o
levou a um vale escuro de “tormento, desilusão, mágoas e tristezas”. Sua
confusão com sua identidade sexual o levou ao alcoolismo, vício de drogas e
tentativa de suicídio.
No fim, Walt recorreria à “cirurgia de mudança de sexo” com
vaginoplastia para fazê-lo se parecer como uma mulher, algo que ele veio a
lamentar profundamente e que ele agora aconselha indivíduos com confusão sexual
a evitar. “Ele (Deus) havia me criado como homem, do jeito que eu era, e
nenhuma faca iria jamais mudar isso”, Walt disse para LifeSiteNews.com numa
recente entrevista.
Envergonhado de ser homem
Em seu livro de 2006, “Trading my Sorrows” (Negociando
minhas Tristezas), Walt relata que o vestido roxo foi apenas a primeira de
muitas influências em sua vida que fizeram com que ele sentisse vergonha de ser
homem. Houve o abuso sexual que ele sofreu nas mãos de seu tio que ele diz que
fez com que ele sentisse vergonha de seus órgãos sexuais. Havia a austera
disciplina de seu pai — praticamente indistinguível de abuso físico, diz ele —
que fez com que ele se sentisse incapaz de ser o menino que seu pai queria que
ele fosse.
Walt se lembra de nunca se sentir bem o suficiente para seus
pais, nunca conseguir agradar a eles e nunca receber os elogios que ele muito
desejava.
“O que eu desesperadamente queria era elogios dos meus pais
pelas coisas que eu fazia muito bem, e encontrar meu próprio lugar ideal onde
eu pudesse me expressar, desenvolver meus talentos e fazer algo de que eu
gostasse”, explicou Walt em seu livro.
O menininho que não tinha nenhuma autoestima começou a
desprezar a si e a seu corpo. Walt começou a se consolar se vestindo como
menina e guardando esse segredo de seus pais. Vestir-se como uma menina se
tornou seu esconderijo onde ele se sentia a salvo da disciplina e conflitos
dolorosos que seu pai e mãe lhe davam.
A mulher tirana interior
Quando passou pela adolescência, Walt diz que a menina que
estava dentro de sua cabeça foi ficando mais forte e exigia mais de seu tempo.
Apesar do fato de que Walt adorava carros que chamavam a atenção e namorou
mocinhas atraentes no colegial, não importava quanto ele se esforçasse, ele não
conseguia expulsar a obsessão de se tornar uma mulher. Depois da escola
secundária, Walt saiu da casa de seus pais e foi morar em sua própria casa, de
modo que ele pudesse usar roupas de mulher na privacidade de seu próprio lar.
Nessa altura, ele havia amontoado muitas roupas femininas, mas ainda sentia uma
vergonha profunda de seu hábito secreto.
Walt acabou se casando, ficou rico e a partir de todas as
aparências exteriores, estava vivendo o sonho americano. Ele continuava suas
contínuas escapadas para o mundo de seu segredo de mulher.
Walt diz que estava vivendo três vidas diferentes de “homem
de negócios bem-sucedido e beberrão, o quadro perfeito de um pai e marido
amoroso e um travesti mulherzinha”. Contudo, por dentro, Walt estava
experimentando desastre e desilusão. Tudo na vida dele começou a desmoronar.
Ele recorreu ao álcool como um mecanismo para lidar com seus
problemas, mas isso só aumentou seu desejo de se tornar uma mulher. Ele diz que
permitiu que a menina que estava dentro de sua cabeça se expressasse mais e
mais à medida que ele desesperadamente tentava agarrar momentos de alívio do
furioso mar de sofrimento e tristeza que estava sua vida.
No fim, Walt colocou todas as suas esperanças na cirurgia de
sexo como a solução que faria seu sofrimento desaparecer permanentemente.
A cirurgia
Primeiro, vieram os grandes peitos, implantados pela
cirurgia plástica. Então, veio o procedimento que Walt mais lamenta, a
transformação cirúrgica de seu órgão reprodutor masculino para a aparência de
um órgão reprodutor feminino.
Walt havia esperado que o procedimento aliviasse sua
“debilitante angústia psicológica” e fizesse cessar, uma vez por todas, o
conflito que o havia atormentado desde sua infância. Mas para seu desânimo e
grande tristeza, rearranjar seus órgãos sexuais e mudar sua aparência não
efetuou a mudança correspondente em seu interior.
Depois da cirurgia, a mente de Walt se tornou um campo de
batalha de pensamentos e desejos conflitantes que ele só poderia descrever como
“agravantes, desoladores, deprimentes, contraditórios, distorcidos e
imprevisíveis”.
Depois da cirurgia, cada dia que passava deixava mais claro
para Walt que ele havia cometido um “erro imenso”. Seu vício à cocaína e ao
álcool, numa tentativa de entorpecer o sofrimento emocional, só aumentou seu
tormento, depressão e solidão.
Walt agora sabia que a faca do cirurgião e a amputação
consequente não o haviam transformado de homem para mulher. Ele percebeu que a
cirurgia era uma “fraude completa”. Ele sentia que não tinha escolha, senão
viver uma vida como uma mulher cirúrgica, um “impostor”.
Tentativa de suicídio
Nesse ponto, ele chegou ao fundo do poço. A cirurgia havia
destruído a identidade de Walt, sua família, seu círculo social e sua carreira.
Ele estava sentindo que nada mais lhe restava, a não ser morrer. Walt, que
estava se passando pelo nome de Laura Jensen, tentou atirar-se de cima de um
prédio, mas foi impedido por um transeunte.
Sem ter onde morar e sem um centavo no bolso, o arruinado
“transexual” teria terminado vivendo na rua se um bom samaritano não tivesse
lhe dado um lugar para dormir numa garagem. Esse novo amigo incentivou Walt a
frequentar as reuniões dos Alcoólatras Anônimos onde ele percebeu que precisava
se conectar a uma “força mais elevada” se quisesse escapar da bagunça em que
havia se metido.
Walt começou a compreender mais e mais que ele era
verdadeiramente um homem, mas um homem que estava encoberto num “disfarce de
mulher”.
“Eu estava muito consciente de que estava agora na lata de
lixo da raça humana, uma vida desperdiçada e jogada fora, pervertida por minhas
próprias escolhas. O álcool, as drogas e a cirurgia haviam me deixado inútil
para qualquer um. Eu havia fracassado de forma desgraçada como o homem que Deus
havia me criado para ser”.
Saindo do vale da escuridão
Com a ajuda de alguns amigos cristãos que ele havia
descoberto recentemente, Walt começou uma jornada em direção à cura e à
descoberta de sua verdadeira identidade como homem. Walt percebeu que a chave
para ganhar a batalha que assolava dentro de si era a sobriedade. O lema e
constante oração interior dele se tornaram: “Permaneça sóbrio — não importa o
que aconteça — permaneça sóbrio”. Ele colocou de lado o álcool e se voltou para
Jesus como uma fonte recém-encontrada de força.
Certa vez, durante um tempo de oração com seu psicólogo
cristão, Walt diz que sentiu espiritualmente o Senhor, todo vestido de branco,
que se aproximou dele com os braços estendidos, abraçou-o completamente e
disse: “Agora você está para sempre a salvo comigo”. Foi nesse momento que Walt
soube que encontraria a cura e a paz que ele desejava tão intensamente em
Jesus.
Walt disse para LifeSiteNews numa entrevista que aqueles que
estão passando por lutas com relação à sua identidade como homem ou mulher e
acham que a operação de sexo é a solução “precisam ir a um psicólogo ou
psiquiatra e iniciar uma terapia e cavar profundo para descobrir o que está
provocando esse desejo, pois há alguma questão psicológica ou psiquiátrica
obscura que não foi resolvida e que precisa ser investigada — quer seja abuso
sexual, quer seja abuso físico ou quer seja uma questão de modelos na vida. Pode
levar um ano investigar as questões profundas que estão ocorrendo e então,
quando você faz essa investigação, você pode levar a pessoa a um ponto em que
ela pode começar a entender seu sexo e começar a aceitar seu sexo e querer
viver o sexo que Deus lhe deu”.
Agora, como um homem idoso, Walt crê que se pudesse voltar
no tempo e dizer algumas palavras significativas para si como um homem mais
jovem, ele orientaria o homem mais jovem a evitar a cirurgia de sexo, e
descobrir a causa principal por trás do desejo pela cirurgia.
Walt acredita que sua vida dá testemunho do poder da
esperança, que nunca devemos desistir de alguém, não importa quantas vezes ele
ou ela falhe ou quantas reviravoltas haja no caminho para a recuperação. Acima
de tudo o mais, diz Walt, nunca devemos “subestimar o poder curador da oração e
amor nas mãos do Senhor”.
Disponível em
<http://noticiasprofamilia.blogspot.com.br/2011/11/jornada-para-masculinidade-ex.html>.
Acesso em 20 ago 2012.