André Miranda
31/08/2012
Nestes tempos em que o marketing define nossas vidas, ser
candidato a um cargo público é mais ou menos como vender um produto. O bom
candidato precisa fazer com que o eleitor realmente acredite nele: em sua
imagem, em seu discurso e, também, em seu nome. Maria Raimunda Soares Alcantara
sabe bem disso. Aos 52 anos, solteira, ela adotou um nome mais simpático para
tentar ser vereadora em Cachoeira do Arari, no Pará. Candidata pelo Partido
Trabalhista Cristão, ela é a Maria Gostosa.
Por sorte, nenhum dos nove Pirocas destas eleições mora
perto de Maria Gostosa. Sim, há nove Pirocas na campanha, muitos orgulhosos dos
sobrenomes herdados. Só que em Pontalina (GO) há um postulante a vereador cujo
nome é Sebastião José Amador. Tião, como a gente espera que ele seja chamado
pelos parentes, achou seu nome sem graça. Adotou, então, um apelido. Ele é simplesmente
o Piroca.
Mas poderia ser pior. Sempre pode ser. Uma candidata a
vereadora em Santa Maria de Jetibá (ES) assina Rola Italiana. A gente torce
para que ela nunca explique a origem do “italiana”. Aliás, o site de dados
Eleições 2012 lista cinco candidatos que usam o nome Rolla e 17, Rola,
incluindo as variantes Róla e Rôla e Vandão do Rala e Rola. Fora Pau Doce,
Marcio do Pau Preto e Pau Vestido.
‘Eu não fumo, mas também não podemos discriminar quem fuma’
Em seus vídeos de campanha, o candidato a vereador no Rio
pelo PSDB Miguel Fernández y Fernández apela para uma tática arriscada. Ele
aparece numa mesa de bar, num ambiente fechado, tomando uma cervejinha ao lado
de amigos fumantes. E ainda diz: “Temos que acabar com essa história do
politicamente correto”. Hein?
Crise de identidade heroica
Em Piracicaba (SP), um candidato a vereador do PP tem se
apoiado na imagem de um conhecido super-herói. Ele é chamado Geraldo Wolverine.
O nome já é um tanto bizarro, mas é sempre possível que o sujeito tenha sido um
grande nerd na escola e tenha ficado conhecido em Piracicaba pelo apelido de
infância. Mas Geraldo achou que o nome não era suficiente. Ele deixou as
costeletas crescerem, cortou o cabelo como o herói e ainda fica dando gritos
raivosos. Só que há um problema de crise de identidade nisso. Num de seus
vídeos que está na web, ele diz: “Quem poderá nos defender?” Geraldo, amigão, o
Chapolin Colorado não é exatamente um tipo que passa confiança para o
eleitorado.
Sambistas se unem em programa de Eduardo Paes
A turma da campanha do prefeito Eduardo Paes (PMDB) à
reeleição não perdoou a entrevista dada por Marcelo Freixo (PSOL) na semana
passada. No “RJTV”, Freixo criticara enredos de escola de samba sem um suposto
valor cultural. Ontem, no programa de Paes, uma dúzia de sambistas, como Dudu
Nobre, Monarco e a Velha Guarda da Portela, gravou um clipe em que canta seu
apoio à recondução de Paes ao cargo.
Cesar Maia quer exclusividade sobre o laranja
O ex-prefeito Cesar Maia, candidato a vereador no Rio pelo
DEM, parece estar orgulhoso de ter “lançado” uma moda. Em seu Twitter, ele
postou ontem a seguinte frase: “Cor laranja. Agora muita gente está usando na
campanha”. Em seguida, Cesar publicou um link para um artigo sobre o extensivo
uso de material na cor laranja na campanha de José Serra (PSDB), candidato a
prefeito em São Paulo. Cesar, como todo carioca sabe, sempre adorou laranja.
Disponível em
http://oglobo.globo.com/brasil/candidatos-apostam-em-apelidos-eroticos-bizarros-como-marketing-5960181.
Acesso em 30 ago 2014.