Clarice Reichstul
28/05/2012
Até o século 19, as roupas infantis geralmente eram brancas,
afinal poderiam ser usadas por todos os filhos da família e resistiam a
diversas lavagens. E as roupas eram poucas e caras. Mesmo o corte costumava ser
unissex, meninos e meninas de até quatro anos usavam vestidos, cabelos
compridos e sapatos do estilo boneca.
Nos Estados Unidos, era costume a associação de rosa para
meninos e azul para meninas. Dizia-se que a cor rosa era mais forte e a azul,
delicada. Por volta da 2ª Guerra Mundial, a moda de usar as cores para marcar
diferença entre meninos e meninas pegou e, curiosamente, se inverteu. O
interessante é que adotamos um costume dos norte-americanos que nos custa mais
caro. Afinal, se em uma família o primeiro filho é menino, compra-se enxoval azul,
e, se nasce uma menina depois, lá se vão os pais gastar com enxoval rosa.
Depois dos quatro anos, a criança começa a escolher a roupa.
Mas é justo nesse primeiro período da infância que se estabelece essa separação
que levamos para o resto da vida, com os carimbos rosa-menina e azul-menino.
Nos anos 60 e 70, houve uma rebelião contra essa divisão e passou a valer uma
moda infantil unissex, roupas que serviam para meninos e meninas. Mas, em
meados da década de 80, o jogo mudou de novo.
Acho que podemos nos inspirar na revolução dos anos 60 e 70
e exigir mais roupas unissex, de criança mesmo, coloridas, mas sem essa
preocupação tão grande com o que é de menino e o que é de menina, não? Roupa
boa de brincar, correr, pular. Menos regras desnecessárias nas nossas vidas,
por favor!
Disponível em
http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/1094761-por-que-meninos-usam-roupa-azul-e-meninas-rosa.shtml.
Acesso em 22 jun 2013.