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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O corpo feminino transexual

Talmo Rangel Canella Filho; Maria Lucia Rocha-Coutinho
Seminário Internacional Fazendo Gênero 10 (Anais Eletrônicos)
Florianópolis, 2013


Resumo: A transexualidade surge da incompatibilidade entre a constituição corporal e a identidade sexual, esta sempre determinada por critérios anatômicos, onde o pênis ou a vagina determina a pessoa como sendo um homem ou uma mulher, não levando em consideração fatores como os genéticos, somáticos, psicológicos e sociais. Com a evolução da ciência, sobretudo no campo da cirurgia e da endocrinologia, tornou-se possível a mudança das características primárias (órgão genital externo) e das características secundárias (seios, voz, face...). Para se entender o processo de transição corporal entre os gêneros percorrido por pessoas transexuais, se faz necessário verificar o discurso acerca dos fatores que influenciam em cada intervenção corporal. Assim, o presente estudo tem como objetivo identificar quais são estes fatores e suas influências na transição. A transexualidade será apresentada a partir de suas diferenças em relação às outras categorias sexuais, bem como enquanto uma construção sócio-histórica-discursiva. Posteriormente, serão apresentados os possíveis significados dados ao corpo, apresentando-o também enquanto uma construção sóciohistórica-discursiva para, posteriormente, verificarmos as atuais possibilidades de intervenções corporais e seus efeitos. 



terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Igualdades e diferenças: corpo e sexualidade nas relações de gênero

Jeanne Chaves de Abreu
III Congresso Pan Amazônico de História Oral
IX Encontro Regional Norte de História Oral
VIII Semana de História do CESP-UEA

RESUMO: Este artigo assume o propósito de perceber a relação do gênero feminino com seu corpo e sua sexualidade e as dificuldades encontradas para quebrarem barreiras que estão historicamente e culturalmente inculcados no seu viver cotidiano. As diferenças inerentes aos gêneros com relação ao ápice do prazer sexual e as formas nem sempre prazerosas de sentirem essas sensações. A submissão da mulher ao jugo do patriarcado no passado e a percepção de que na atualidade pouca coisa mudou. As diversas formas da busca do prazer sexual e os caminhos desconhecidos e obscuros para conquistá-lo. A nossa intenção consistiu em revelar se de fato homens e mulheres apresentam igualmente em seus corpos que são estruturas sensíveis a plenitude do prazer orgástico. O estudo foi ancorado na perspectiva da fenomenologia, no qual é possível perceber os sentimentos e a subjetividade do fenômeno estudado e a compreensão dos diversos significados oferecidos no interior das relações cotidianas. Abordamos os conceitos de gênero e corpo social, nos detivemos no estudo dos corpos sexuados e a vivência do prazer. Ficou claro o fato que homens conseguem atingir o orgasmo mais facilmente, e que as mulheres ainda nos dias atuais necessitam conhecer e se desprover de alguns tabus para conhecerem realmente as reais necessidades do seu corpo para conquistarem enfim o prazer do orgasmo. 



terça-feira, 12 de maio de 2015

Avanços científicos trazem novos olhares sobre a paternidade

Chris Bueno e Fernanda Grael 
11/05/2015


Um só embrião, mas com o material genético de três pessoas. Parece ficção científica, mas recentemente o Parlamento Britânico aprovou um novo procedimento de fertilização in vitro que utiliza o material genético de um homem e duas mulheres para formar o embrião. O procedimento, que está sendo estudado e discutido desde 2007, tem o objetivo de eliminar doenças genéticas. 

Mutações em genes das mitocôndrias (organelas presentes no interior das células animais, mais especificamente no citoplasma) causam doenças que afetam os sistemas nervoso e muscular da criança, podendo levar ao desenvolvimento de cegueira, epilepsia, retardo mental, fraqueza muscular e problemas cardíacos, entre outros. Mulheres que têm essa mutação transmitem esses problemas a seus filhos, pois as mitocôndrias são recebidas exclusivamente da mãe – elas já estavam no óvulo que gerou o bebê. 

 O que esse novo procedimento faz é um “transplante de mitocôndrias”, ou seja, ele substitui as mitocôndrias mutantes por mitocôndrias saudáveis de óvulos doados. Para isso, transplanta-se o núcleo do óvulo da mãe para dentro do óvulo de uma doadora saudável, contendo mitocôndrias normais. 

“Pensem numa célula como um ovo: o núcleo é a gema e o citoplasma é a clara. No núcleo ficam 99,998% dos nossos genes, que vêm metade do pai (no espermatozoide) e metade da mãe (no óvulo). Já as mitocôndrias ficam na clara, no citoplasma – e elas contêm os outros 0,002% dos nossos genes. O funcionamento correto desses poucos genes é fundamental para que nossas células produzam energia”, explica a bióloga Lygia da Veiga Pereira Carramaschi, professora titular no Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biologia (IB) da USP. 

Esse óvulo corrigido é fertilizado pelo espermatozoide do pai, e assim dará origem a um bebê sem as mutações nas mitocôndrias. Geneticamente, ele será 99,998% filho biológico de seus pais e 0,002% da mulher doadora de mitocôndrias. Segundo os pesquisadores, o bebê desse óvulo teria os traços genéticos de sua mãe biológica, mas levaria também o DNA mitocondrial da doadora, ficando livre das doenças que poderiam ser herdadas da mãe. “Daí dizermos que essas crianças terão um pai e duas mães – e aqui, muito cuidado: filho biológico, porque do ponto de vista social, pai e mãe são os que criam a criança”, enfatiza Carramaschi. 

Apesar de poder evitar uma série de doenças genéticas, a técnica gerou grandes discussões. “Apesar de ser uma alteração mínima e por um motivo muito nobre, qual será o limite? Além disso, do ponto de vista legal, deveremos modificar as definições de “paternidade” e “maternidade” para que a doadora de mitocôndrias não venha a ter direitos sobre a criança? De qualquer modo, são questões que devem ser consideradas”, alerta Carramaschi. 

Após a aprovação do procedimento pelo Parlamento Britânico, o diretor da ONG Human Genetics Alert, David King, criticou o procedimento, comparando-o à criação de um “Frankenstein”. “Assim como a criação do Frankenstein foi produzida a partir da junção de partes de muitos corpos diferentes, me parece agora que cientistas e seus assistentes bioéticos ultrapassam o limite do grotesco, das normas da natureza e da cultura humana”, avalia. 

Os cientistas também questionam a segurança do procedimento a longo prazo. A dúvida é se a técnica poderia ter alguma consequência na saúde dessa criança quando ela se tornasse adulta, como maior propensão ao desenvolvimento de câncer, por exemplo. No entanto, a técnica já foi utilizada por um curto período nos Estados Unidos, até ser proibida pela Food and Drug Administration (FDA, agência norte-americana que regula alimentos e procedimentos de saúde). E algumas crianças foram geradas com esta técnica: entre elas Alana Saarinen, nascida em 2000, que hoje é uma jovem saudável. 

Espermatozoide feminino, óvulo masculino 

Criar um espermatozoide feminino parece ficção, mas a ciência vem mostrando que é possível. Cientistas da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, afirmam ter criado espermatozoides a partir de células-tronco da medula óssea feminina – abrindo caminho para o fim da necessidade do pai na reprodução. 

A pesquisa foi publicada primeiramente na revista científica Reproduction: Gamete Biology, em 2007, e ainda está em andamento. No estudo, os pesquisadores extraíram as células-tronco da medula óssea e separaram uma subpopulação especial de células. Elas foram cultivadas em placas de vidro, recebendo substâncias que favorecem a sua diferenciação. Os pesquisadores identificaram, então, a presença de células-tronco espermatogônicas (fase inicial do desenvolvimento dos espermatozoides). 

No ano passado, os cientistas conseguiram transformar células-tronco da medula óssea em espermatozoides imaturos. E o próximo passo seria submeter os espermatozoides primitivos à meiose, um processo que permitiria a maturação, tornando-o apto para a fertilização. A técnica já foi testada em camundongos. 

A princípio, não haveria barreiras para criar espermatozoides femininos por meio desse procedimento. No entanto, a “mulher-pai” só poderia ter filhas, já que não carrega o cromossomo Y. 

Em entrevista à última edição da revista New Scientist, Karim Nayernia, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, disse estar esperando a permissão ética da universidade para dar continuidade ao trabalho. “Em princípio, eu acredito que seja cientificamente possível”, disse. 

Além disso, uma pesquisa no Japão vem apontando para a possibilidade de criar não apenas espermatozoides femininos, mas também óvulos masculinos. A pesquisa, realizada na Universidade do Japão, foi publicada na revista Science em 2012. A partir de camundongos transgênicos (com genes de outra espécie), os pesquisadores obtiveram células-tronco embrionárias e pluripotentes induzidas (iPS, derivadas do organismo adulto). A partir dessas células eles geraram células precursoras dos óvulos, colocaram-nas junto a um agregado de células do ovário de roedores e formaram uma espécie de ovário artificial. 

Esse conjunto de células foi implantado em fêmeas de camundongos para concluir o processo de maturação. Quando ficaram maduros, esses óvulos foram extraídos e colocados em “mães de aluguel”, submetidas à inseminação artificial. Após a junção com espermatozoides, os óvulos deram origem a filhotes saudáveis. 

Em tese, pela regressão a um estágio tão primordial de desenvolvimento, seria possível manipular as células para dar origem a espermatozoides. E, indo mais além, seria possível criar espermatozoides a partir de células femininas ou óvulo a partir de células masculinas Ou seja: casais do mesmo sexo poderiam ter um filho biológico, carregando 50% dos genes de cada genitor. 

Clones 

Se por um lado a ciência pode fertilizar um embrião com o material genético de três pessoas, ou gerar espermatozoides femininos e óvulos masculinos, por outro também pode utilizar apenas o material genético de uma única mulher. Esse é o caso da clonagem – procedimento que, no caso de humanos, é proibido. 

Para que ocorra a clonagem humana reprodutiva é necessário uma célula somática, que pode ser extraída do tecido de qualquer criança ou adulto. O núcleo dessa célula é retirado e inserido em um óvulo, depois implantado em um útero (uma barriga de aluguel). “No caso da clonagem humana prescindiríamos da figura masculina, pois seriam necessários óvulos, células da pessoa a ser clonada e útero”, aponta Carramaschi. 

A clonagem é vista como uma possibilidade para casais inférteis, porém, um documento assinado em 2003 pelas academias de ciências de 63 países, incluindo o Brasil, proíbe a clonagem humana reprodutiva. E, de acordo com o documento, o procedimento é ainda muito arriscado, abrindo diversas discussões sobre a ética do processo. 

Em 2002, a diretora Clonaid, a química francesa Brigitte Boisselier, anunciou que havia nascido o primeiro bebê humano clonado. Segundo ela, os pais da criança contrataram a empresa pois o pai era infértil, e o bebê foi gerado com células da pele da mãe. Porém, após intervenção judicial, os envolvidos saíram de cena e nunca foram feitos testes que atestassem a veracidade desse fato, nem a apresentação do próprio bebê. 

Por enquanto, a clonagem reprodutiva é considerada ineficiente. De acordo com os testes feitos em animais, a maioria dos clones morre logo no início da gestação e os outros têm defeitos ou anormalidades. Sem contar as barreiras éticas para levar adiante as pesquisas. 

Sociedade 

Essa mudança do papel do pai – ou mesmo sua supressão – proporcionada pela ciência ainda está longe de acontecer. E ainda que as barreiras sejam ultrapassadas pela ciência, as questões éticas se manteriam. A maior parte da sociedade vê com receio a manipulação genética em embriões humanos. De acordo com a Declaração Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), assinada no anos 1990, todas as pesquisas na área devem levar em conta suas implicações éticas e sociais. 

“Imagino que, mais do que a ciência, a sociedade já vem modificando a definição do que é ser pai. Quem é o pai biológico? Fácil, o dono do espermatozoide que deu origem à criança. Mas quem é o pai social? Esse é quem cuida”, afirma Carramaschi.

Disponível em http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=113&id=1367. Acesso em 12 mai. 2015.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Ser um homem feminino? Como a publicidade contribui para a desigualdade de gênero

Paula Coruja Fonseca
Temática - Ano XI, n. 04 - Abril/2015 - NAMID/UFPB


Resumo: Neste artigo vamos discutir como o discurso publicitário contribui para a construção da ideia de feminino e masculino e o quanto isso auxilia na reprodução da desigualdade de gênero. Os estudos culturais são nossos referenciais por evidenciar, além da ideologia e estrutura de produção, o sentido que a comunicação e a indústria da cultura produz nos consumidores. Essa perspectiva também ajuda a compreender como as representações sociais e identidades são construídas (HALL, 1999) e problematiza o papel da publicidade. Tensionamos a questão a partir do entendimento de como as ideias do que é masculino e o que é feminino, e os lugares dos sujeitos identificados como tal, são demarcadas pela linguagem (BUTLER, 2008). Por último, analisamos o vídeo “Dove Men Care”, produto midiático que usa humor para apresentar um produto, mas também nos traz pistas sobre o discurso heteronormativo que reforça a desigualdade de gênero. 




terça-feira, 4 de novembro de 2014

Mercado erótico e sensual se reinventa e deixa lições

Renata Leite
04/11/2014

Luz neon, ambiente escuro e filmes pornográficos expostos nas estantes. Esses eram alguns dos elementos mais característicos das sex shops dos anos 1980 e 1990, mas que, hoje, estão cada vez mais distantes da realidade do setor erótico e sensual brasileiro. Dão lugar a eles, paredes brancas, comunicação visual clean e a preocupação em evitar que produtos mais explícitos permaneçam à vista e assustem a clientela. A mudança faz parte dos esforços dos empresários para levar casais e, especialmente, mulheres casadas para dentro de lojas e ao e-commerce, pessoas que até bem pouco tempo atrás não se enxergavam como clientes dessas empresas.

O público feminino já representa 70% dos compradores de sex shops físicas e virtuais, cujas vendas cresceram 20% em 2002, 15% em 2006, 18,5% em 2011 e 8% em 2013. Neste último ano, o incremento no faturamento ficou abaixo do que nos demais períodos, devido à ameaça de crise econômica, mas, ainda assim, acima do resultado de outros setores da economia. Mesmo com o longo período de crescimento contínuo, segundo pesquisa da fabricante de preservativos e itens eróticos Durex, apenas 17% dos brasileiros já adquiriram ou experimentaram um produto do setor, ante 22% das pessoas, quando se considera todo o mundo.

A última estratégia das empresas que atuam neste mercado, intensificada este ano, foi o investimento em ações de responsabilidade social. “Em outubro, vestimos as sex shops da Avenida Paulista, em São Paulo, de rosa, numa campanha pelo combate ao câncer de mama, e distribuímos dois mil informativos sobre a prevenção à doença. Também entregamos géis massageadores às mulheres, e o sorriso que vimos no rosto delas nos mostrou que já estão compreendendo a função de nossos produtos”, comemora Paula Aguiar, presidente da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme), em entrevista ao Mundo do Marketing.

Retorno às raízes

Esse movimento de aproximação do público feminino representa um retorno às origens, já que a primeira sex shop foi inaugurada na Alemanha pós-Segunda Guerra Mundial, por uma mulher que enxergava na atividade uma ferramenta de empoderamento das demais mulheres. A maioria delas não havia recebido uma educação sexual voltada para o prazer e a saúde, lacuna percebida por Beate Uhse, que havia sido privilegiada por uma educação não repressora conduzida por pais médicos. Após começar vendendo tabelinhas porta a porta, a ex-pilota de acrobacia aérea, então desempregada, ampliou seu portfólio e se tornou conselheira das moradoras do entorno.

Quando o modelo foi importado para os Estados Unidos, no início da década de 1970, entretanto, ganhou novos contornos. Os filmes pornográficos foram colocados à venda dentro dessas lojas, modificando o público que frequentava o ponto de venda. Os homens heterossexuais e, especialmente, os homoafetivos passaram a ser o principal público. “Estamos na terceira geração de empresários à frente do setor, que marca o retorno das mulheres para a condução dos empreendimentos. Essa mudança deu uma guinada nos negócios, que hoje buscam desconstruir os tabus e os preconceitos que estão entranhados na cultura brasileira”, relata Paula, que atua no setor há quase 15 anos.

A empresária começou sua trajetória na internet e pode ser considerada veterana, já que, entre os negócios online, 56% foram inaugurados há menos de dois anos e 76%, há menos de três anos. Entre os empresários do setor, 100% contam com lojas virtuais, 33% físicas e 29% atuam por meio de catálogos, segundo levantamento da Abeme. Além das ações sociais realizadas ao longo de 2014, a associação também aposta no público evangélico para incrementar o faturamento. Até o fim deste mês, a instituição lançará um e-book com instruções para a venda a essa parcela da população.

Venda para crentes

Entre os temas abordados nos capítulos estão “Deus e o sexo”, “a bíblia e o sexo” e “como atender a esse público”. Alguns pastores já apontam os produtos eróticos e sensuais como importantes ferramentas para a manutenção de casamentos, mas ainda existem muitas fiéis que vendem os itens às amigas de cultos de forma quase clandestina, temendo represálias da Igreja. Nas lojas, no entanto, as crentes se mostram mais abertas a informações e ofertas do que as católicas, que continuam mais envoltas em tabus.

Com a crescente demanda por informações sobre como vender para pessoas religiosas, a associação reuniu empresários do setor, clientes evangélicas e especialistas em educação sexual para desenvolverem o e-book. “O intuito é quebrar tabus, mostrar que o produto erótico tem o poder de unir, reconectar casais, inclusive aqueles que estão juntos dentro da fé. Os itens são importantes aliados das famílias”, ressalta Paula.

Essa necessidade de educação estimula a venda direta como um importante canal de compra de produtos do setor. A aquisição de itens costuma vir acompanhada de aconselhamentos e explicações de uso. Nesse contexto, nasceu a Sophie Boutique Sensual, há cerca de um ano e meio. A marca atua por meio do sistema de festas, encontros e reuniões realizados pelas consultoras, num modelo semelhante ao adotado inicialmente pela Tupperware. A ideia é que as mulheres se encontrem dentro de seu círculo de amizade, num ambiente em que se sentem seguras para conversar sobre suas intimidades.

Marca busca investidores para expandir

Atualmente, a empresa conta com 10 consultoras e busca investidores para poder ganhar capilaridade. “Eu e minha sócia fizemos 60 reuniões no primeiro ano para validar esse modelo. Passaram por nós mais de mil mulheres. Nosso objetivo não é apenas vender um produto, mas transformar a consciência delas sobre a sexualidade humana. Por isso, sempre levamos um conteúdo para ajudá-las a construir esse relacionamento com seu próprio corpo”, diz Christiane Marcello, Fundadora da Sophie Boutique Sensual, em entrevista ao Mundo do Marketing.

A marca busca se distanciar ao máximo do conceito de sex shop, por este mercado ainda estar marginalizado, ancorado na pornografia, no chulo e no vulgar. Para se afastar dos atributos negativos e pejorativos, a companhia optou por se posicionar como boutique, assim como muitas empresas que atuam no setor. As atividades não se resumem às reuniões. Hoje, a Sophie Boutique Sensual conta com mais dois núcleos: um que vende serviços complementares, como palestras e rodas de leitura, e outro com foco na fabricação de produtos, como bijuterias para o corpo, acessórios, luvas e vendas.

O trabalho todo tem na educação um importante pilar. “Cerca de 99% das mulheres que chegam às reuniões nunca estiveram numa sex shop. Elas costumam manifestar o desejo de apimentar a relação. À medida que a mulher chega no núcleo de aconselhamento, acaba trazendo seus maridos. Aos poucos, estamos formando nossos primeiros grupos de homens”, conta Christiane, que ganhou experiência durante os cerca de 15 anos em que atuou como Executiva de empresas como Avon, Grupo Boticário e Jequiti.

Comunicação voltada para o romantismo

A maioria das novas companhias do setor já nasceu adotando a comunicação voltada para o amor e para os casais. Essa voz coesa vem gerando efeitos positivos na imagem do mercado perante a sociedade, embora a relação com o vulgar ainda seja comum na mente de muitos consumidores. A comunicação visual das lojas é muito importante para a mudança na concepção do público, e essa é uma das apostas da Doce Sensualidade. A boutique foca no romantismo e no amor em todas as peças no ponto de venda e no site.

A própria distribuição dos produtos na loja apresenta os clientes aos produtos de forma amena. A proposta é conquistar a confiança do consumidor pouco a pouco, até partir para entender as reais necessidades dele. A ideia é trabalhar como num relacionamento, começando pela sedução. A pessoa chega no ambiente claro, intimista, onde não há vibradores e próteses expostas. Os produtos são apresentados pouco a pouco, para que o cliente vá se despindo de inibições e preconceitos.

O mesmo conceito está sendo aplicado ao e-commerce que será lançado nos próximos dias. “O tabu é um dos fatores que mais distanciam o público-alvo de uma loja, e isso impõe alguns cuidados. Quando abri o ponto de venda, desenvolvi embalagens lindas e sacolas com o logotipo da empresa, mas os clientes não queriam usá-las, porque tinham vergonha. Hoje usamos bolsas pretas, sem nenhuma referência. Somos conhecidos como o país das mulheres mais sensuais, da bunda, do carnaval, mas quando montamos a empresa é que vimos como, na verdade, somos retrógrados em relação a sexualidade”, analisa Thais Plaza, Sócia da Doce Sensualidade, em entrevista ao Mundo do Marketing.


Disponível em http://www.mundodomarketing.com.br/reportagens/marca/32112/mercado-erotico-e-sensual-se-reinventa-e-deixa-licoes.html?utm_medium=e-mail&utm_source=mail2easy&utm_campaign=Newsletter+Dia. Acesso em 04 nov 2014.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O consumo como diferenciação deslocando a identidade de gênero

Lícia Frezza Pisa
Centro Universitário de Franca/Uni-FACEF
COMUNICON 2014 - 8 a 10 de outubro 2014


Resumo: O presente trabalho pretende refletir sobre a questão do consumo na constituição de identidades na contemporaneidade e como o consumo como diferenciação e as tendências, enfatizando o desejo e a busca pelo prazer, podem contribuir para o questionamento da identidade de gênero, fazendo com que o consumidor encontre na androginia um modo autêntico de ser ele mesmo, de auto-realização e também uma forma de luxo pessoal com essa identidade cultural, não mais estando preso às classificações de masculino e feminino. O trabalho justifica-se, pois o tema surge ainda tímido e na marginalidade, porém, é preciso atenção para compreender o rumo que o tema irá tomar nas comunicações midiáticas. O objetivo é refletir, inicialmente por meio de pesquisa bibliográfica, sobre as questões de consumo e identidade e como um pode interferir e/ou refratar no outro e vice-versa.



quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Assédio sexual impede o progresso feminino no mundo científico

Christie Aschwanden
21/08/2014

Quando cursava biologia, passei várias semanas de verão na Costa Rica com um estudante mais velho num projeto de pesquisa nas profundezas da floresta. Éramos somente nós dois e, ao chegar ao local, descobri que ele havia reservado um quarto só para nós dois, com uma cama.

Atormentada, mas com medo de ser chamada de pudica ou difícil, não criei caso. Puxei o dono do hotel de lado no dia seguinte e solicitei uma cama. O problema terminou ali, e meu chefe estudante nunca tentou nada fisicamente.

Pensando melhor, fico surpresa em como eu estava despreparada para lidar com esse tipo de situação, principalmente aos 19 anos. Indubitavelmente, minha faculdade tinha uma polícia contra assédio, mas tais recursos estavam a milhares de quilômetros de distância. Eu estava sozinha num país estrangeiro e nunca fora ensinada sobre meus direitos e recursos nessa área.

Eu havia me esquecido dessa experiência de duas décadas atrás até que li um relatório publicado em julho no periódico "PLOS One". Kathryn Clancy, antropóloga da Universidade de Illinois, campus de Urbana-Champaign, e três colegas usaram e-mail e a mídia social para convidar cientistas a preencher um questionário online a respeito de suas experiências com assédio e agressão durante pesquisas de campo; eles receberam 666 respostas, três quartos delas de mulheres, de 32 disciplinas, inclusive antropologia, arqueologia, biologia e geologia.

Quase dois terços dos participantes disseram que sofreram assédio sexual durante pesquisas de campo. Mais de 20% relataram agressões sexuais. Estudantes ou alunos de pós-doutorado e mulheres mostravam maior probabilidade de serem vítimas dos superiores. Poucos participantes afirmaram que o local da pesquisa tinha um código de conduta ou política relativa a assédio sexual, e das 78 pessoas que ousaram relatar incidentes, menos de 20% se deram por satisfeitas com o resultado.

Os resultados são depressivamente parecidos aos dados que colegas e eu coletamos neste ano com um questionário online enviado a divulgadores científicos. Nós recebemos respostas de 502 redatores, a maioria composta por mulheres, e apresentamos os resultados no Instituto de Tecnologia de Massachusetts em junho, durante conferência sobre mulheres que trabalham com jornalismo científico, com patrocínio da associação nacional que nos representa.

Mais da metade das mulheres que responderam afirmaram que não foram levadas a sério por causa do seu gênero, uma a cada três sofreu percalços no progresso na carreira e praticamente metade sustentou não ter recebido crédito por suas ideias. Quase metade disse ter sido paquerada ou ter ouvido comentários sexuais, e uma em cada cinco sofreu contato físico indesejado.

Em função da natureza voluntária, não se pode esperar que nenhum dos relatórios nos conte a verdadeira incidência da discriminação sexual e do assédio entre cientistas e jornalistas científicos. Ainda assim, o volume de respostas nos passa um recado inconfundível: após quatro décadas desde a lei que proibiu discriminação sexual na educação pública nos Estados Unidos e 23 anos após Anita Hill ter colocado o assédio sexual sob os holofotes, a parcialidade e o assédio continuam a impedir o progresso feminino.

Clancy afirma que decidiu coletar os dados depois de ser esmagada pelas respostas a uma postagem que publicou em seu blog na revista "Scientific American" em 2012. Uma estudante, "Neblina", recontou sua vida durante a faculdade:

"Meu corpo e minha sexualidade eram discutidos abertamente pelo meu professor e os alunos", escreveu a mulher. "Seguiam-se comentários sobre o tamanho grande de meus seios, e ouviam-se especulações sobre minha história sexual." O professor "costumava brincar que somente mulheres bonitas podiam trabalhar com ele, o que me levou a indagar se meu intelecto e capacitação tinham relevância".

Os comentários e e-mails jorraram, disse Clancy. "Uma história logo virou duas e, rapidamente, pareceu serem cem".

Igualmente, nossa pesquisa com redatoras nasceu das conhecidas acusações de assédio contra um famoso editor que foi mentor de muitas jornalistas. Os incidentes levaram as mulheres a revelar suas histórias de discriminação no decorrer da profissão.

Segundo Clancy, no meio acadêmico, acusações de assédio sexual e estupro costumam ser administradas internamente, criando incentivos poderosos para encobrir o mau comportamento, principalmente entre agressores com influência e poder.

"Escutei muitas histórias sobre o professor que não tem permissão de estar no mesmo recinto com fulana ou beltrana", ela contou. Às vezes, os agressores se beneficiam se livrando de tarefas de aprendizado desagradáveis sem perder o emprego.

O assédio entre jornalistas científicos gerou uma hashtag, #ripplesofdoubt, para descrever como ele enfraquece as mulheres. Mulheres ignoradas para cargos se questionam se foram rejeitadas em função do visual e não pelo trabalho. Outras temiam não ter alcançado a posição por mérito.

De fato, os dados sugerem parcialidade em decisões de orientação. De acordo com estudo publicado neste ano, uma equipe de pesquisadores liderada por Katherine L. Milkman, da Universidade da Pensilvânia, enviou cartas idênticas, supostamente de estudantes, a mais de 6.500 professores de 259 universidades pedindo para discutir oportunidades de pesquisa. Os professores estavam mais propensos a responder ao e-mail de "Brad Anderson" do que de candidatas fictícias com nomes como Claire Smith ou Juan Gonzalez. Esse tipo de parcialidade perpetua a discriminação.

"Nosso mundo é pequeno e os recursos, escassos", disse outra autora do relatório publicado em "PLOS One" Julienne Rutherford, bióloga e antropóloga da Universidade de Illinois, campus de Chicago. Para ela, se mulheres são dissuadidas ou excluídas de algumas oportunidades, as perdas para a ciência são enormes.

Ano passado, na conferência anual de jornalistas científicos, juntei-me a cinco importantes jornalistas mulheres para apresentar os dados que havíamos coletado sobre as disparidades de gênero em autoria, cargos de nível elevado, prêmios e salários, e para recontar histórias da época em que nosso gênero atrapalhou nossas carreiras.

A seguir, longas filas se formaram aos microfones enquanto pessoas na plateia se levantavam para contar suas histórias. Mulheres jovens contaram ter sido assediadas pelas fontes. Jornalistas tarimbadas recordaram de chefes de mãos inquietas.

Homens se levantaram para oferecer apoio. O diretor de um famoso programa de jornalismo científico disse que da próxima vez que uma aluna confidenciasse ter sido assediada durante estágio, ele iria intervir; aparentemente, a ideia não lhe ocorrera antes.

Em sua maioria, os homens não são sorrateiros, mas têm um papel poderoso a desempenhar aqui. Durante viagem a uma conferência de jornalismo alguns anos trás, tive uma conversa envolvente com um dos principais palestrantes. Quando nos despedimos, ele me disse, diante de dois outros homens, "seu marido não deveria deixar você sair de casa".

Os dois observadores consideraram essa fala insultuosa um elogio. Foi mais fácil para eles ignorarem do que chamar a atenção de um amigo, e seu comportamento mostrou que não havia problemas em me tratar assim.

Quer o assédio ou a discriminação aconteça num local de pesquisa na Costa Rica ou na sala de conferência, o problema não será solucionado com novas regras arquivadas em sites não lidos. A responsabilidade de resistir não deveria ficar somente a cargo das vítimas. As soluções exigem uma mudança de cultura que somente pode começar de dentro.

Será preciso que os diretores-presidentes, chefes de departamento, diretores de laboratório, professores, editores e redatores-chefes tomem uma posição e digam: pode ir parando com isso. Não me importa se você é meu amigo ou colega preferido; nós não tratamos mulheres assim.

Disponível em http://delas.ig.com.br/comportamento/2014-08-21/assedio-sexual-impede-o-progresso-feminino-no-mundo-cientifico.html. Acesso em 30 ago 2014.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Lutadora transexual é liberada para competir em evento de MMA feminino

UOL
04/04/2013

A lutadora transexual Fallon Fox, de 37 anos, foi liberada pela Comissão Atlética da Flórida para competir contra uma mulher no Championship Fighting Alliance (CFA), marcado para o final de maio. O evento estava inicialmente previsto para abril, mas foi cancelado em solidariedade a Fox, que não havia obtido licença para lutar.

A dificuldade em conseguir a liberação para lutar na Flórida aconteceu devido à análise da documentação de sua licença junto à Comissão Atlética da Califórnia, onde apresentou exames para comprovar que é transexual.

A entidade da Flórida alegou que foi preciso investigar supostas discrepâncias nas informações submetidas pela lutadora. Nesta semana, o inquérito foi concluído, e não foi constatado nada que pudesse impedir Fallon Fox de competir.

Assim, a lutadora transexual foi liberada para atuar no estado da Flórida. Ela irá enfrentar Allana Jones no dia 24 de maio, pela semifinal do Grand Prix do peso pena feminino do CFA na cidade de Coral Gables, na região metropolitana de Miami.

Fallon Fox passou por uma cirurgia para mudança de sexo em 2006. Como amadora e profissional, a lutadora acumula um cartel de cinco vitórias e nenhuma derrota, tendo nocauteado no primeiro round em todos os confrontos.

"Estou muito feliz porque eles chegaram à conclusão correta. Eu não tinha muitas dúvidas de que isso aconteceria. Tinha certeza de que eles iriam perceber que eu não estava tentando enganá-los", comemorou Fallon Fox ao site Outsports.


Disponível em http://esporte.uol.com.br/mma/ultimas-noticias/2013/04/04/lutadora-transexual-e-liberada-para-competir-em-evento-de-mma-feminino.htm. Acesso em 06 mai 2014.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Crossfit proíbe transexual de competir entre mulheres e é processado

UOL
07/03/2014

Uma mulher transexual abriu processo contra uma competição de crossfit após ser proibida de competir na categoria feminina. A atleta alega ter sido discriminada e pede US$ 2,5 milhões na Justiça de indenização.

Personal trainer, Chloie Jonnson tentou participar dos CrossFit Games, concurso da modalidade destinado a determinar o homem e a mulher mais forte. Ela solicitou sua inscrição na categoria feminina, mas a competição sustenta que a atleta nasceu como homem e deveria competir no masculino.

Em carta do advogado da companhia ao representante de Jonnson, o CrossFit alega que tomou a decisão para "proteger os direitos de todos os competidores e da competição em si".

O advogado de Jonnson, porém, defende que a atleta é identificada como mulher desde a adolescência e que seu atual status foi reconhecido legalmente pelo estado da Califórnia. Jonnson passou por cirurgia para troca de gênero em 2006 e desde então tem se submetido a terapia hormonal.

O defensor ainda revelou que um companheiro de time de Jonnson enviou um e-mail anônimo para a organização do torneio perguntando sobre atletas transexuais na competição. O CrossFit Games respondeu que os competidores deveriam disputar o evento na categoria do gênero de seu nascimento.

"[Jonnson] Não tem nenhuma vantagem sobre outra mulher. Ela tem tomado estrogênio por um longo tempo. Ela é mulher, é legalmente mulher. Uma empresa como o CrossFit está fazendo negócios na Califórnia. A lei impede a discriminação com base na identidade de gênero", disse Waukeen McCoy, advogado de Jonnson.

A terapia de reposição hormonal para transexuais femininas inclui tratamento anti-androgeno, que anula os efeitos da testosterona para reduzir as características masculinas do corpo. Ainda consiste na aplicação dos hormônios estrogênio e progesterona para feminizar o corpo.

Outro problema levantado por McCoy é a questão da privacidade dos atletas transexuais. Eles teriam suas vidas particulares expostas ao competirem em seu gênero de nascimento, já que alguns praticantes nunca revelaram ter realizado cirurgia de troca de sexo.

"Se serei forçada a não ser eu mesma, quero que isso seja feito para o bem de todas as pessoas transexuais e atletas. Não por causa da política discriminatória de uma empresa", disse Jonnson em comunicado à imprensa.


Disponível em http://esporte.uol.com.br/ultimas-noticias/2014/03/07/crossfit-proibe-transexual-de-competir-entre-mulheres-e-e-processado.htm. Acesso em 05 mai 2014.

terça-feira, 11 de março de 2014

Mais atenção com o cérebro feminino

Cilene Pereira 
edição:  2308 - 14.Fev.14

A Associação Americana para Acidente Vascular Cerebral (AVC) deu um passo histórico na última semana. Pela primeira vez, a entidade veio a público para divulgar regras de prevenção à enfermidade destinadas às mulheres. A iniciativa foi adotada para alertar médicos e a sociedade sobre a necessidade de se dispensar mais atenção ao problema entre a população feminina. A percepção é a de que, à semelhança do que ocorre com as doenças cardíacas, há entre as pessoas – especialistas ou não – o senso equivocado de que mulheres têm menos AVC do que homens. “Porém, há uma diferença de cerca de 55 mil mulheres a mais do que o total de homens atingidos a cada ano”, disse à ISTOÉ a médica Louise McCullough, da Universidade de Connecticut (EUA), e uma das responsáveis pelas recomendações.

Entre as orientações está a de considerar indivíduos de risco mulheres que tiveram pré-eclampsia (hipertensão na gravidez) e as submetidas a estresse intenso (leia mais no quadro). Boa parte dos riscos específicos femininos advém de oscilações hormonais ou de doenças mais incidentes entre elas. “A depressão, por exemplo, mais comum em mulheres, aumenta a chance de AVC”, explica a neurologista Sheila Martins, de Porto Alegre, integrante da Organização Mundial de AVC e do comitê internacional que prepara campanhas anuais sobre o problema. Neste ano, no Brasil o tema será justamente AVC em mulheres. “Reforçaremos que, se não houver prevenção, uma em cada cinco mulheres terá um AVC ao longo da vida.”

Os médicos também chamam a atenção para o fato de que o índice de mortalidade entre elas é maior. “Sessenta por cento das mortes são em mulheres”, afirmou a americana Louise. E, em geral, elas apresentam uma pior qualidade de vida após o acidente do que os homens. Na última semana, cientistas da Wake Forest Baptist Medical Center apresentaram estudo mostrando que um ano depois elas manifestavam maior dificuldade de mobilidade e índices maiores de dor, ansiedade e depressão. Parte das sequelas é resultado do tratamento muitas vezes deficiente que recebem. “Há vários casos em que elas não chegam a tempo ao hospital para começar o tratamento”, conta o médico Salomón Rojas, coordenador da UTI Neurológica do Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo. O especialista se refere principalmente à administração de trombolíticos até quatro horas e meia após o início dos sintomas. “Mas muitos não valorizam os sintomas”, lamenta.

A empresária Vanessa Nogueira, 31 anos, passou por isso. Aos 28 anos, fumante e usuária de anticoncepcional, ela sofreu um AVC. No hospital, teve que insistir muito para que o médico que a atendeu na emergência – um pneumologista – chamasse uma neurologista. “Sabia que estava tendo um AVC. Dizia isso, mas o médico não acreditava”, conta. Confirmado o diagnóstico, ela foi tratada. Hoje, voltou à vida normal. Anda e dirige novamente e parou de fumar.

Com o esforço dos especialistas, espera-se que casos como esse sejam cada vez mais raros. “As informações que estão sendo divulgadas devem ser conhecidas, além dos neurologistas, pelos clínicos gerais, geriatras e ginecologistas, com o intuito de reduzir o risco em mulheres”, diz o neurocirurgião Fernando Gomes Pinto, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Eleita atleta paraolímpica revelação do ano passado, a paulista Verônica Hipólito, 17 anos, superou as sequelas do AVC que sofreu em 2011 graças a um atendimento correto, na hora e depois. “Agora me preparo para o Mundial de Atletismo, no ano que vem, e para a Olimpíada”, conta. “Quero chegar a ser uma das melhores do mundo.”

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Disponível em http://www.istoe.com.br/reportagens/348132_MAIS+ATENCAO+COM+O+CEREBRO+FEMININO. Acesso em 04 mar 2014.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Pedido para mudança de nome e gênero antes de cirurgia é autorizado

Última Instância
16/12/2013

A 4ª Vara Cível do Foro Regional do Jabaquara, na cidade de São Paulo, deferiu pedido da DP-SP (Defensoria Pública de São Paulo) e autorizou que uma transexual retifique seu registro civil de Bruno para Bruna*, e altere seu sexo de masculino para feminino, ainda que ela não tenha realizado a cirurgia para mudança de sexo.

De acordo com os autos, apesar de ter nascido com o sexo fisiológico masculino, a transexual tem psique feminina. Por conta disto, ela sofre constrangimentos frequentemente uma vez que, apesar de ter aparência feminina, possui documentos com o nome masculino.

“Bruna* vê-se constrangida a identificar-se socialmente pelo nome constante em sua certidão de nascimento. A alteração de seu prenome é, portanto, reconhecimento de sua autonomia e capacidade de autodeterminação”, afirmam os Defensores Públicos Luis Fernando Bonachela e Priscila Simara Novaes, que atuaram no caso.

Os Defensores apontaram também que ela encontra-se na fila de espera para realização da cirurgia de redesignação sexual; laudo médico atesta que ela já recebe hormônios femininos há mais de 5 anos, como etapa preparatória para aquela cirurgia.

Para Fábio Fresca, juiz responsável pela decisão, as condições psíquicas da transexual são suficientes para justificar o pedido de retificação de seu prenome civil, sendo secundária a preocupação com o aspecto físico e a efetiva realização do procedimento cirúrgico de transgenitalização.

“O sexo psicológico é, sem maior dificuldade, aquele que dirige o comportamento social externo do indivíduo. É ele quem define como o indivíduo se mostra perante a sociedade”, disse Fresca.

(*) Os nomes utilizados nesta matéria são fictícios


Disponível em http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/68117/pedido+para+mudanca+de+nome+e+genero+antes+de+cirurgia+e+autorizado.shtml. Acesso em 10 fev 2014.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Eles falam particularidades femininas que eles não vivem sem

Roberta Figueira

Cada mulher é única, com diferentes qualidades e defeitos. Mesmo assim, muitas vezes apresentamos algumas características semelhantes. A capacidade de ser multitarefas, fazendo e pensando em diversas coisas ao mesmo tempo, e de conseguir enxergar detalhes, são algumas habilidades consideradas tipicamente femininas. Mas nossa contribuição para a vida dos nossos companheiros, amigos, colegas de trabalho e familiares vai muito, além disso. Para saber as particularidades femininas que eles não conseguem viver sem, o Terra consultou 25 homens de idades e profissões variadas. Confira as respostas:

“As características que acredito serem bem importantes nas mulheres são: Multitarefas, especialmente àquelas que não conseguimos fazer ao mesmo tempo como cuidar do nosso bem estar, da casa, dos filhos e ainda arrumar tempo para trabalhar; e a capacidade de lembrar de tudo que esquecemos, de saber onde está tudo” - Fabio Moura, 32 anos, representante comercial.

"Realmente é impressionante como a mulher se lembra das datas. Adoro quando sai do banho, mas o que mais me impressiona é o cuidado com que se preocupa com nosso bem estar e de como consegue lidar com as adversidades do dia a dia, como o otimismo de dizer que tudo ficará bem no dia seguinte" - Job Vieira Filho, 58 anos, vendedor.

“O cheiro de cabelo lavado” - João Paulo Costa, 27 anos, publicitário.

“Como ficam encantadoras sorrindo” - Tito Conte, 23, estudante.

"O charme, a delicadeza e a inteligência feminina" - Robson Leandro da Silva, 38 anos, professor.

“A capacidade de saber o que dizer e fazer para manter a família unida e de como me colocar para cima e dar apoio para decisões. Elas também sempre sabem o que comprar. Sem minha mulher e filhas eu não teria nada no armário” - José Gonçalves, 51 anos, empresário.

"Não consigo viver sem as seguintes particularidades femininas: dos carinhos, conversas, da simples companhia; e da completa falta de noção de direção que me causa muitas risadas..." - Renato Volpe, 26 anos, engenheiro civil.

"A força moral para aguentar situações difíceis sem deixar a bola cair" - Ricardo Fernandes, 24 anos, jornalista.

“O drama feminino” – William Rezende, 29 anos, editor.

“O cheiro da mulher em si; o carinho físico típico feminino, delicado; e o pensamento feminino, que é diferente do dos homens, então é bom ter esse ponto de vista próximo” - Kyu Ho Shim, 27 anos, empresário.

“Iniciativa de demonstrar carinho, surpreendendo com um beijo ou abraço” – Guilherme Dearo, 23 anos, jornalista.

“A forma carinhosa de chamar atenção e fazer pedidos, a capacidade de reconhecer erros e apoiar no momento de vencer conflitos. Toda mulher é forte porque tem que ter paciência com a capacidade fraca de compreensão masculina, mas é importante ela tentar explicar se os sinais não derem certo, homens são burros, se for necessário, desenhe” - Lucas Duarte de Souza, 22, aventureiro.

“Bom humor, o carinho e a inteligência”- Renato Mobaid, 28 anos, publicitário.

"A sensibilidade, a arte de ser sempre bela e a dedição com a família...e mais algumas dezenas de atributos..." - Wagner Bento Torres, 40 anos, analista de contas.

“A capacidade de rir, das coisas do mundo e de mim; o romantismo e a disposição de ajudar os outros” – Caio Paganotti, 26 anos, fotógrafo.

“A vaidade e o esforço para fazer a coisa dar certo”- Marcelo Garcia, 23 anos, estagiário de produção de eventos.

 “O companheirismo, a delicadeza e o perfume”- Pedro Taveira, 25 anos, jornalista.

“Detalhismo, organização e limpeza” - Hamilton Rodrigues, 26, relações públicas.

“O jeito que as mulheres cuidam do seu corpo; e a maneira que elas cuidam do seu parceiro” - Leandro Hartmann, 27 anos, analista.

“A sensualidade” - João Gabriel Peixoto, 26 anos, fisioterapeuta.

“O ser feminina” - Elton Trindade, 23 anos, geólogo.

“A capacidade de ficar cheirosa e arrumada nas ocasiões corretas e sempre manter o sorriso” - Anderson de Sousa, 33 anos, analista de sistemas.

“O cheiro feminino e a capacidade de fazer e pensar diversas coisas simultaneamente” - Pedro Filho, 25 anos, professor.

“A capacidade de reparar em todos os detalhes e a delicadeza no trato com as pessoas” - Guilherme Yazaki, 24 anos, publicitário.

“A cumplicidade feminina, a capacidade de acalmar, animar, compreender, surpreender e cuidar em geral, entre muitas outras coisas” - Felipe Azevedo, 28 anos, médico.


Disponível em http://mulher.terra.com.br/comportamento/eles-falam-particularidades-femininas-que-eles-nao-vivem-sem,fea3b74e0449a310VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html. Acesso em 10 fev 2014.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Proibida de jogar em equipe feminina, transexual luta para mudar as regras

Fábio Lima
21/01/2014

A identidade, o passaporte e a carteira de motorista da transexual Aeris Houlihan, de 32 anos, atestam que ela é uma mulher. Os níveis hormonais também são comprovadamente idênticos aos de uma pessoa do sexo feminino. Entretanto, mesmo diante de tantas provas, para a Federação Inglesa (FA) ela só pode praticar futebol em ligas oficiais ao lado de homens. A jogadora vem lutando por uma liberação para defender a equipe feminina Middleton Park Ladies, mas está esbarrando em uma legislação que os próprios dirigentes já reconheceram estar ultrapassada.

Aeris faz terapia de reposição hormonal há nove meses e entrou em contato com a FA em junho do ano passado portando os atestados médicos pedindo a permissão para defender o time amador da cidade de Leeds, no norte do país. A federação ignorou por longos meses o caso e as constantes buscas de Houlihan por uma resposta. Quando a instituição finalmente se manifestou, a decisão não foi nada animadora.

- A FA diz que, para uma garota transexual jogar futebol na liga feminina deles, ela tem que fazer a cirurgia de redesignação sexual e esperar dois anos após a operação - disse, em entrevista por e-mail ao GloboEsporte.com.

A jogadora pretende fazer a cirurgia em março deste ano e, de acordo com as normas vigentes, só poderá jogar em meados de 2016. Para tentar mudar o panorama e chamar a atenção da Federação Inglesa, ela resolveu tornar o caso público, e o drama acabou ficando conhecido internacionalmente. Aeris convive com a esperança de que as regras mudem e, enquanto isso, segue realizando atividades não oficiais com o Middleton Park.

- Eu ainda treino com minha equipe, e meu técnico pergunta aos outros times se eles permitem que eu jogue partidas amistosas contra eles, e todos dizem que posso jogar. Ouvi que a FA está para anunciar um novo processo de mudança nos próximos dois meses, o que é algo positivo da parte deles.

O gosto pelo futebol não é uma novidade na vida de Houlihan, que praticava o esporte com homens normalmente até que os efeitos das mudanças hormonais começaram a atrapalhar seu desempenho. Ela percebeu que era hora de, literalmente, mudar de lado.

- Antes do tratamento hormonal para virar mulher eu joguei contra homens. Era normal, já que eu era tão forte quanto um homem na época, pois eu tinha testosterona. Contudo, após quatro meses de tratamento, minha força diminuiu e me machucava jogando contra homens. Decidi que era hora de entrar em um time de futebol feminino.

A decisão de se tornar uma mulher foi um processo longo e difícil, mesmo Aeris sabendo desde cedo qual caminho gostaria de seguir. Apenas aos 30 anos de idade ela resolveu procurar um especialista.

- Quando eu era muito jovem sabia que queria ser uma menina e lutei muito para suprimir meus sentimentos. Há dois anos decidi que já era o bastante, visitei meu médico e disse a ele que gostaria de me tornar uma mulher. Após vários exames, eles me diagnosticaram com disfonia de gênero (transexualidade). Tenho feito tratamento hormonal e bloqueio de testosterona há nove meses e estou muito feliz com meu progresso.

Aeris também trabalha com música e relatou a experiência da terapia hormonal em uma canção intitulada "Sleepless Nights" (Noites sem dormir). A saga para tentar jogar futebol feminino também deverá ganhar uma versão musical.

- Acho que será minha próxima música. Algumas pessoas usam um diário para capturar seus sentimentos em um momento específico de suas vidas. Quando ouço uma música que escrevi, me lembro em cores o que senti naquele momento. Também me ajuda a tirar as coisas de meu peito. Quando escrevo uma canção, é como se estivesse conversando com um conselheiro.


Disponível em http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/futebol-ingles/noticia/2014/01/proibida-de-jogar-em-equipe-feminina-transexual-luta-para-mudar-regras.html. Acesso em 21 jan 2014.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Hermafrodita ganha torneios femininos e levanta polêmica no mundo do tênis

GloboEsporte.com
20/03/09

Nascida com órgãos genitais masculino e feminino, a alemã Sarah Gronert, de 22 anos, voltou a ser alvo de polêmicas no mundo do tênis na última semana, após vencer o torneio de Raanana, em Israel.

Mesmo dois anos depois de passar por uma gonadectomia, cirurgia para extrair o pênis, a jovem tenista é acusada por suas rivais de ter força descomunal para uma mulher.

- Não há menina que consiga sacar assim, nem mesmo Venus Williams - diz o técnico da israelense Julia Glushko, derrotada por 6/2 e 6/1 em Raanana, comparando Gronert à americana dona do saque mais rápido do tênis.

Gronert é atualmente a 619ª colocada no ranking mundial. Em janeiro, antes do título em Israel, a alemã foi campeã em Kaarst, em seu país natal. Ambos torneios eram pequenos e distribuíam apenas US$ 10 mil em prêmios. No único evento maior que disputou, em Biberach (Alemanha), com premiação de US$ 50 mil, Gronert caiu na primeira rodada.

A história  da jovem hermafrodita veio à tona três anos trás, quando a então adolescente foi alvo de ofensas e comentários agressivos de várias de suas adversárias. Gronert quase abandonou a carreira. Em vez disso, optou pela cirurgia de extração do pênis e a volta ao circuito, o que só aconteceu depois de julgamento por um comitê da WTA, entidade que regula o tênis feminino.

Renée Richards, a pioneira

Na década de 70, Richard Raskind, que fora juvenil promissor, passou pela Marinha americana e foi casado, com um filho, se submeteu a uma cirurgia de mudança de sexo.

Com o nome de Renée Richards, figurou entre as 20 melhores do ranking feminino em 1977. A história da mais famosa transexual do tênis: http://colunas.globoesporte.com/saqueevoleio/2009/03/20/renee-a-pioneira/


Disponível em http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Tenis/0,,MUL1051760-15090,00-HERMAFRODITA+GANHA+TORNEIOS+FEMININOS+E+LEVANTA+POLEMICA+NO+MUNDO+DO+TENIS.html. Acesso em 21 jan 2014.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Mais de 40% dos jovens homossexuais não usam regularmente preservativos

Elaine Patricia Cruz
30/07/2013

Cerca de 42% dos jovens homossexuais do sexo masculino nem sempre usam preservativos em suas relações sexuais. O dado foi divulgado hoje (30) pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo com base em dados coletados durante a Parada do Orgulho LGBT (gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, transexuais e transgêneros) deste ano, na capital paulista.

“Os adolescentes conhecem o preservativo e conhecem os riscos e as questões das doenças sexualmente transmissíveis, mas o que nós temos certeza é que conhecer o preservativo não garante o [seu] uso. E quando tem um parceiro fixo, esse é um fator importante para se deixar de usá-lo [o preservativo]”, disse Albertina Duarte Takiuti, médica e coordenadora do Programa Estadual de Saúde do Adolescente, em entrevista à Agência Brasil.

Para o levantamento, a secretaria ouviu 108 jovens, de ambos os sexos biológicos, com idades entre 10 e 24 anos, e que se consideram lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. Desse total de jovens, 20% disseram que o uso da camisinha nas relações sexuais acontece de vez em quando, mas o número é maior entre os entrevistados do sexo masculino (42% do total).

De acordo com o levantamento, 43,7% dos entrevistados do sexo feminino disseram nunca usar preservativos nas relações sexuais, enquanto entre os homens o percentual é 3,3%. A principal justificativa das mulheres para não usarem o preservativo é o fato delas acreditarem que sexo entre mulheres não necessita deste tipo de prevenção. Entre os homens, o principal motivo para não se usar camisinha é ter parceiro fixo. “As mulheres acreditam que nada vai acontecer. E os homens acreditam que o parceiro fixo garante a relação sexual [sem riscos]. O parceiro fixo não garante, de forma nenhuma, a possibilidade de não se ter risco. Na verdade, a prova de confiança do parceiro fixo é uma ilusão”, disse ela.

Segundo a médica, mesmo em uma relação entre duas mulheres há a necessidade do uso de preservativos ou de cautelas para se evitar a contaminação ou os riscos de se adquirir uma doença sexualmente transmissível. “É preciso desmistificar que o preservativo diminui o prazer. O preservativo é uma película tão simples que pode aumentar o prazer: o contato com a pele fica menor, prolongando o prazer. E, psicologicamente, tira o medo, o risco e a situação de vulnerabilidade. Uma pessoa que tem atividade sexual coberta de mais segurança, tem um desempenho melhor”, disse Albertina.

A pesquisa apontou que a maior parte dos entrevistados  - 87% do total -  acha que o público LGBT é mais vulnerável ou corre mais riscos que os heterossexuais. O principal risco apontado por eles (por 20% do total de entrevistados) foram as doenças sexualmente transmissíveis.

Na capital paulista funcionam duas casas do Adolescente, que oferecem atendimento médico e psicológico a jovens entre 10 e 20 anos. Uma delas funciona em Pinheiros; a outra, em Heliópolis. Há também 21 unidades espalhadas por todo o estado. A Casa do Adolescente oferece atendimento multidisciplinar, com médicos, dentistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e professores.

As casas do Adolescente mantém o Disque Adolescente, serviço gratuito de comunicação em que os jovens podem tirar suas dúvidas sobre sexo seguro, anticoncepcionais e relacionamentos afetivos, entre outros assuntos. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 11h às 14h, pelo número (11) 3819-2022.


Disponível em http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-07-30/mais-de-40-dos-jovens-homossexuais-nao-usam-regularmente-preservativos. Acesso em 28 out 2013.