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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Confusões e estereótipos: O ocultamento de diferenças na ênfase de semelhanças entre transgêneros

Anna Paula Vencato
Cadernos AEL, v.10, n.18/19, 2003

Resumo: Este trabalho discute as diferenças entre algumas possibilidades de manifestações do fenômeno transgênero, tratando especificamente de travestis, transexuais e drag queens. É importante salientar que mesmo que existam traços comuns entre as diversas formas de experiência transgênero, os discursos desses sujeitos acerca de suas trajetórias enfatizam que há aspectos diferenciadores e principalmente hierárquicos dentro e fora do universo GLS usados para as/os definir, os quais nos mostram o quanto é necessário que se coloque em debate, para além de suas semelhanças, suas especificidades. Nesse sentido, este trabalho visa mostrar como as auto definições utilizadas por esses sujeitos podem não refletir as definições externas que lhes são atribuídas, sem pretender criar alguma espécie de taxionomia. As discussões aqui postas estão embasadas em minha pesquisa etnográfica acerca das corporalidades e performances de drag queens em territórios gays da Ilha de Santa Catarina e estarão perpassadas também pela discussão do conceito de transgênero. 





sábado, 20 de setembro de 2014

"Existimos pelo prazer de ser mulher": uma análise do Brazilian Crossdresser Club

Anna Paula Vencato
Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia, 
Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2009

Resumo: Este trabalho está embasado em pesquisa de base etnográfica realizada de 2007 a 2009 com homens que praticam “crossdressing”. Buscou-se entender como o “se montar” ou “se vestir de mulher” é negociado em diversas instâncias de suas vidas, como as relações com família, trabalho, amigos, intra-grupo, etc. Também se buscou compreender como noções de gênero se articulam na produção das “mulheres” que constroem. Tentou-se compreender também como estes homens negociam com o estigma relativo à prática do “crossdressing” e com o segredo necessário para que mantenham o status em suas vidas quando desmontados. A pesquisa realizou-se em eventos do Brazilian Crossdresser Club (BCC) ou de membros deste clube, na internet e através de dezessete entrevistas. Questões como manejo do estigma, desvio, negociações do segredo e a construção de pessoa articulada a certas convenções de gênero nortearam a análise empreendida. O que se evidenciou, ao final é que antes de compreender as crossdressers como “marginais” ou “desviantes”, é preciso entender as estratégias que empreendem para manter uma “vida dupla”. Esta “vida dupla” das “crossdressers” informa que a ideia de uma separação entre desvio e norma precisa ser matizada: a gestão que fazem para manter esta duplicidade indica que se há, por um lado, um distanciamento das normas, por outro lado, há também um esforço para manter-se em diálogo com elas.





quarta-feira, 10 de julho de 2013

Fora do armário, dentro do closet: o camarim como espaço de transformação

Anna Paula Vencato
Cadernos Pagu (24), janeiro-junho de 2005, pp.227-247.

Resumo: Este artigo apresenta como se dá a construção da corporalidade de uma drag queen no processo de female impersonation pelo qual passam esses sujeitos quando “se montam”, ou seja, quando efetuam um tipo de cross-dressing. Discuto como se deu o aprendizado de “se montar” e a construção da personagem a partir da descrição do processo de montaria e seu significado para o grupo pesquisado. Os dados aqui apresentados advêm de trabalho etnográfico realizado acerca da inserção, corporalidade e performance de drag queens em espaços de sociabilidade GLS da Ilha de Santa Catarina, entre 2000 e 2002.