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sábado, 15 de março de 2014

Para além das representações: uma análise das estratégias de produção e distribuição de filmes com temática LGBT no Brasil

André Ricardo Araujo Virgens
Clarissa Bittencourt de Pinho e Braga
Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA
XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Fortaleza, CE – 3 a 7/9/2012


Resumo: Este trabalho tem como objetivo discutir a produção de filmes nacionais que abordam o universo da homossexualidade do ponto de vista de suas estratégias de produção e distribuição. Assim, partindo de um breve histórico das produções cinematográficas que abordam esse universo, e com foco especial no chamado período da “retomada”, realizaremos uma analise comparativa de diferentes estratégias, posicionamentos e retorno de público a partir do estudo de caso de três filmes: Elvis e Madonna (2011, de Marcelo Laffitte); Rainhas (2008, de Fernanda Tornaghi e Ricardo Bruno); e Cazuza (2004, de Sandra Werneck e Walter Carvalho).



domingo, 1 de julho de 2012

Homossexualidade em filme com Glória Pires afasta patrocinadores

Luisa Girão
31/05/2012

Um diretor renomado que já teve filme até indicado ao Oscar. A protagonista é uma das atrizes mais disputadas do cinema nacional com uma carreira invejável por muitos. O roteiro tem como tema central a história de amor entre duas figuras importantes para a história do Rio de Janeiro e da literatura internacional. Com todos esses atributos é fácil imaginar que a produção do filme “Flores Raras”, dirigido por Bruno Barreto e com Glória Pires no elenco, não teria problemas para a captação de patrocínios.

No entanto, o longa-metragem enfrenta fortes barreiras nesse sentido. “Não conseguimos um tostão de nenhuma empresa privada”, afirmou Bruno, durante coletiva de imprensa de apresentação do filme, no Hotel Pestana, na Zona Sul do Rio.

Isso acontece porque o filme tem como tema central o relacionamento homossexual entre duas mulheres: Elizabeth Bishop (interpretada por Miranda Otto), poetiza americana que ganhou o prêmio Pulitzer, e Lota Macedo Soares (Glória Pires), arquiteta carioca dos anos 50 que idealizou e supervisionou a construção do Parque do Flamengo. O roteiro é baseado no livro “Flores Raras e Banalíssimas” de Carmem Lucia de Oliveira.

“Quando apresentamos o projeto para as empresas, dizem que a história é linda. Mas na hora de dar a resposta, tiram o corpo fora alegando que não podem atrelar a imagem da empresa a esse assunto. Nunca esperei passar por isso em pleno século 21 e num país que se diz de mente aberta”, contou Paula Barreto, da LC Barreto Produções.

O orçamento total do longa-metragem – que começa a ser rodado no dia 11 de junho – é de aproximadamente R$ 13 milhões, mas até o momento, só R$ 9 milhões foram captados através do do do BNDES, de instrumentos estatais, e da Globo Filmes, Telecine e Imagem Filmes. "É a primeira vez, em 50 anos da nossa produtora, que vamos começar a rodar um filme sem o orçamento fechado. Mas esse era o único período disponível para as atrizes gravarem. Espero que o Eike Batista, o messias do Rio, e outros investidores que olhem para nosso projeto”, disse ela.

Elenco não quer levantar bandeiras 

O filme terá 98% das falas em inglês e vai se concentrar na história de amor das duas mulheres, que viveram um romance homossexual abertamente, na época da ditadura militar. “O filme conta a história de uma pessoa fraca e alcóolatra [Elizabeth], que vai ficando cada vez mais forte por saber lidar com as perdas, e de outra, Lota, que é forte mas vai ficando fraca por não saber lidar com isso. É uma história de amor única”, disse ele.

"Elas se amaram e viveram juntas os momentos mais importantes de suas vidas. Bishop ganhou o Pulitzer quatro anos depois de estar com Lota. E Lota fez o parque do Flamengo, que é uma das melhores obras do mundo. Por muito tempo elas cresceram juntas, depois começaram a crescer em direções opostas".

Para retratar melhor o drama, Glória Pires e Miranda Otto, conhecida por sua atuação em “Senhor dos Anéis”, ainda encenarão um beijo e uma cena de sexo, mas Barreto fez questão de salientar que será uma cena discreta, para não tirar o foco da trama. “ O tema central não é a preferência sexual delas. Tratamos o assunto com naturalidade e tomamos cuidado para não sermos pudicos. Existe uma cena de sexo, de quando elas fazem amor pela primeira vez, mas é para ilustrar a relação delas. O brasileiro se diz muito liberal, mas na verdade, somos conservadores”, afirmou.

Mesmo não querendo levantar bandeiras, Glória espera que o filme abra a cabeça dos espectadores. “Todo preconceito vem da falta de conhecimento. Sempre que se coloca um assunto na roda, ele é debatido e isso é bom. Espero que o longa sirva para que essas pessoas vejam a temática de outra forma e não fiquem tão preocupados com a opção sexual de cada um”, afirmou.

O elenco de "Flores Raras" ainda conta com a atriz norte-americana Tracy Middendorf, que atuou recentemente nas séries "Boardwalk Empire" e "The Mentalist". Tracy interpretará Mary, que vivia com Lota antes de Bishop aparecer na vida da arquiteta. A produção, que tem estreia prevista para 2013, será rodada no Rio de Janeiro, Pedro do Rio (Petrópolis), Nova York e Veneza.


Disponível em <http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/cinema/2012-05-31/homossexualismo-em-filme-com-gloria-pires-afasta-patrocinadores.html>. Acesso em 01 jul 2012.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Gênero na infância: análise do filme “La vie in Rose” como instrumento pedagógico em educação sexual

Aline Ariana Alcântara Anacleto; Ana Claúdia Bortolozzi Maia


Resumo: O objetivo deste trabalho foi analisar as questões de gênero na sexualidade infantil por meio da narrativa midiática do filme La Vie in Rose, que apresenta os temas da transexualidade, homossexualidade, identidade de gênero, discriminação social e vínculos familiares. A partir das questões teóricas sobre sexualidade na infância e a construção de gênero, utilizando-se da análise de conteúdo, elegeu-se na narrativa do filme as seguintes categorias para discussão: (a) identidades sexuais: o masculino e o feminino, (b) o gênero patológico e a heteronormatividade, (c) educação sexual oferecida pela familiar e a socialização sexista, (d) o preconceito diante da diversidade sexual. O modo como o filme apresenta essas questões pode sensibilizar o espectador para questionamentos e reflexões sobre o tema e, nesse sentido, a análise do filme pode ser utilizada como um instrumento pedagógico por educadores que almejem refletir criticamente sobre questões referentes à sexualidade humana no campo da Educação Sexual.