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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Estudo mostra que 2,3% dos americanos são gays ou bissexuais

Curtis Skinner
15/07/2014

Dados do governo dos Estados Unidos divulgados mostraram que 2,3 por cento dos norte-americanos adultos são gays ou bissexuais, e que estes homens e mulheres sofreram com mais frequência de ansiedade grave e tiveram hábitos mais autodestrutivos do que seus pares heterossexuais.

A pesquisa deste ano foi a primeira a perguntar sobre orientação sexual, além de hábitos de saúde, em 57 anos de existência do estudo, disse o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês).

Mulheres bissexuais são duas vezes mais propensas a sofrer de ansiedade grave, enquanto homens bissexuais tendem a se embriagar mais do que os outros, de acordo com o levantamento.

Na pesquisa feita com mais de 34.500 norte-americanos de 18 anos ou mais, 1,6 por cento relatou que é gay e 0,7 por cento afirmou ser bissexual. Um total de 96,6 por cento disse ser heterossexual e 1,1 por cento afirmou ser "outra coisa", não sabia ou não quis responder.

Cerca de duas vezes mais mulheres do que homens se identificaram como bissexuais, com 0,9 por cento das entrevistadas dizendo ter atração por ambos os sexos.

O dobro de mulheres bissexuais apresentou mais probabilidade de relatar ter ansiedade grave do que qualquer outro grupo, com quase 11 por cento dizendo que ficaram angustiadas no mês passado.

Entre os homens bissexuais, quase 52 por cento declararam ter bebido cinco ou mais drinques em uma noite durante o ano passado em comparação com apenas 31 por cento dos homens heterossexuais.

Gays e bissexuais se saíram tão bem ou melhores do que seus pares heterossexuais em algumas áreas, como se exercitar, fazer testes de HIV e tomar vacinas contra a gripe.

"As diferenças foram para os dois lados, e isso depende do indicador específico que está sendo considerado", disse Brian Ward, um dos principais autores da pesquisa e levantamento de dados de saúde do braço estatístico do CDC.

O CDC afirmou que as conclusões da pesquisa estavam em linha com outras pesquisas sobre saúde e orientação sexual, embora uma proporção menor de pessoas neste levantamento se identificou como bissexual do que em outros estudos.


Disponível em http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/estudo-mostra-que-2-3-dos-americanos-sao-gays-ou-bissexuais. Acesso em 02 out 2014.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Orgasmo ajuda a prevenir doenças físicas e mentais, diz estudo

BBC BRASIL
10 de agosto, 2012

Magdalena Salamanca, psicanalista especializada em sexo baseada na Espanha, disse à BBC que a ausência do prazer sexual pode provocar doenças e transtornos mentais.

"É importante porque o orgasmo é a satisfação de um dos instintos mais importantes do ser humano, que é o sexual", diz.

Ela destacou ainda que muitos dos problemas de cunho social ou profissional estão vinculados à insatisfação sexual. "Por exemplo, a ansiedade é um dos transtornos mais relacionados com a ausência do orgasmo".

Além disso, a psicóloga Ana Luna disse que "fisiologicamente, a descarga de muitas tensões que o ser humano acumula se produz por meio do orgasmo".

Atividade cerebral

Há alguns meses, cientistas da Universidade de Rutgers, no Estado americano de Nova Jersey, determinaram que o orgasmo ativa mais de 80 diferentes regiões do cérebro.

Utilizando imagens de ressonância magnética do cérebro de uma mulher de 54 anos enquanto tinha um orgasmo, os cientistas descobriram que no ato quase todo o cérebro se torna amarelo, o que indica que o órgão está praticamente todo ativo.

Os níveis de oxigênio no cérebro também refletem um espectro que vai desde o vermelho intenso até um amarelo claro, e isto tem um impacto em todo organismo.

Benefícios para a saúde

"Há outros benefícios porque todo esse sangue oxigenado que flui pelo corpo chega aos microssensores da pele e vai para todos os órgãos", diz a psicóloga Ana Luna.

Já Magdalena Salamanca destaca que a saúde física e psíquica estão muito vinculadas à satisfação sexual proporcionada pelo orgasmo, o que o estudo da Universidade Rutgers parece comprovar.

A pesquisa mostrou como a atividade cerebral iniciada pelo orgasmo se propaga por todo o sistema límbico, relacionado às emoções e à personalidade.

Por isso, psicólogos como Ana Luna acreditam que o orgasmo é uma parte essencial de uma personalidade sadia.

"Quando você não tem orgasmo toda essa energia fica represada", diz a estudiosa, acrescentando que muitas vezes a ausência do prazer sexual torna a pessoa irritadiça, triste, rabugenta e até mesmo com dificuldades para sorrir.


Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/08/120810_orgasmo_saude_jp.shtml. Acesso em 25 ago 2013.

sábado, 10 de agosto de 2013

Consumo, logo existo

Roberta de Medeiros
dezembro de 2009

Diante de um mercado forte e diversificado, o homem da sociedade contemporânea é continuamente bombardeado por sedutoras peças publicitárias, que prometem bem-estar, status, conforto, projeção imediata e ilusão de segurança. Com a chegada das festas de fim de ano, a lógica do “consumo, logo existo”, segundo a qual o bem-estar é conquistado pela aquisição de produtos, se torna ainda mais evidente. Em casos extremos, a compulsão por compras pode se tornar patológica.

Dois psiquiatras, o alemão Emil Kraepelin (1856-1926) e o suíço Eugen Bleuer (1857-1939), foram os primeiros a escrever sobre o comprar compulsivo (ou oniomania), no início do século XX. Para os pesquisadores, levar em conta a dificuldade de controlar o impulso é elemento essencial para compreender o quadro. Eles observaram que algumas mulheres com esse diagnóstico buscavam excitação, assim como os jogadores patológicos. O tema caiu no esquecimento nos anos seguintes e foi retomado de forma mais intensa na década de 90. O transtorno, porém,ainda não é considerado uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo a psicóloga Tatiana Filomensky, do Ambulatório dos Transtornos do Impulso do Hospital das Clínicas, a pessoa que sofre de compulsão experimenta uma forte ansiedade que só é aliviada quando faz a compra. “Ela não consegue controlar um desejo intrusivo e repetitivo. O ato é imediatamente seguido por intenso sentimento de alívio.” Em situações de impossibilidade de comprar podem aparecer sintomas como irritação, sudorese, taquicardia, tremor e sensação de desmaio iminente. Algum tempo depois de adquirir a nova mercadoria, porém, surge a sensação de remorso e decepção diante da incapacidade de controlar o impulso. Numa atitude compensatória, o mal-estar causado pela culpa leva a pessoa a comprar novamente, dando continuidade ao círculo vicioso.

Numa sociedade que estimula o máximo consumo e a satisfação do prazer imediato, a compulsão por compras não é notada tão prontamente pela família, diferente do que ocorre com de outras dependências, como o abuso de drogas. Por isso, quem sofre do transtorno leva muitos anos para reconhecer o caráter patológico do seu comportamento. Mas quando isso acontece, a pessoa sente vergonha por não vencer a batalha contra o impulso – e, assim, o transtorno pode ser mantido em segredo por anos a fio.

Segundo a psicóloga Juliana Bizeto, coordenadora do Ambulatório de Dependências Não Químicas, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a avaliação do problema não é feita com base na quantidade de dinheiro gasto. Isso, por si só, não constitui evidência para diagnóstico, mas sim prejuízo que o comportamento pode causar na vida da pessoa, já que ela passa a negligenciar atividades sociais importantes como trabalho e família. “O que deve ser considerado é a relação do paciente com a compra. Para o compulsivo, o único prazer está no ato de adquirir, ele não pretende usufruir do objeto: é um comportamento vazio”, afirma. Há, portanto, uma restrição do prazer, um empobrecimento social e uma queda da qualidade de vida, já que a pessoa se torna apática diante de outros estímulos.”

Em sua tese de doutorado, Juliana Bizeto investiga os fatores de risco que estão envolvidos com o surgimento de dependências não químicas. Com base em dados de uma pesquisa realizada com pacientes compulsivos atendidos pelo Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad), da Unifesp, ela constatou que um aspecto de grande importância é a falta de inserção social. “A pessoa que não está inserida em um grupo social, seja no trabalho, na família ou na igreja tem maior possibilidade de desenvolver algum tipo de dependência, seja por compras, jogos, sexo ou internet”, observa.

O artigo “Compulsive Buying. Demography, Phenomenology and comorbidity in 46 subjetcs”, publicado pelo periódico Gen Hosp Psychiatry em 1994, mostra que 94% dos compradores compulsivos são mulheres. Juliana ressalta, porém, que a presença do transtorno na população masculina pode estar subestimado. “Não sabemos se as mulheres são realmente as maiores vítimas ou se são as que mais frequentemente procuram o serviço de saúde. Em alguns casos, a gravidade do quadro é ainda mais acentuada nos homens porque eles demoram a buscar tratamento e, quando isso acontece, chegam ao ambulatório muito comprometidos”, ressalta.

Tempo de abusos

Nem sempre esse comportamento se repete durante o ano todo. A pessoa também pode ter “orgias” de compras ocasionais em algumas situações, como aniversários, épocas de festas e férias. A terapeuta observa, porém, que o gasto episódico não é suficiente para confirmar um diagnóstico. “No caso da compra por hábito ou impulso, a pessoa se sente atraída pelo produto; quando se trata de compulsão há descontrole, o compulsivo simplesmente não resiste e compra”, diz a psicóloga Júnia Cicivizzo Ferreira, da Unifesp.

Ela lembra que, em geral, os adolescentes são alvos fáceis quando o assunto é o consumo exagerado. O transtorno tem início no final da adolescência, fase em que as pessoas conseguem crédito pela primeira vez, fazendo com que alguns já iniciem a vida adulta como uma dívida incalculável. As compras descontroladas feitas por adolescentes podem estar associadas ao abuso de drogas e de álcool e ao início precoce da vida sexual. Apesar de o custo do transtorno nunca ter sido calculado, estima-se que o impulso de comprar movimente mais de US$ 4 bilhões em compras anuais nos Estados Unidos, segundo o artigo “The Influence of culture on cunsumer impulsive buying behavior”, de 2002, publicado na revista J. Consume Psycol.

Segundo Tatiana Filomensky, o comportamento compulsivo pode servir como meio de descarga para sanar angústias, raiva, ansiedade, tédio e pensamentos de desvalorização pessoal. Segundo ela, trata-se de um movimento aprendido. Embora não haja um “modelo”, há muitos casos de pessoas com o transtorno que tiveram pais ausentes que compensavam negligência com presentes. “Há casos, por exemplo, de pessoas que se atrasam para buscar o filho na escola e depois os compensam com doces ou brinquedos. Com isso, ensinam que objetos e produtos aplacam a tristeza; esse comportamento pode ser adotado pela criança na fase adulta.”

“Há pais que passaram por dificuldades financeiras na infância e, na melhor das intenções, tentam poupar os filhos de privações”, diz o psicólogo Luiz Gonzaga Leite, coordenador do Departamento de Psicologia do Hospital Santa Paula e professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo. “Isso pode comprometer a ideia de limite tornar essas crianças, adultos incapazes de suportar frustrações.”

Poder e narcisismo

O psicólogo Antonio Carlos Alves de Araújo concorda que o transtorno está relacionado à carência afetiva, mas acredita que o problema também tenha implicações com a necessidade de estabelecer relações de poder. “Nossa organização social nos ensina que para ser poderoso é preciso possuir objetos. O desejo de posse pode ser uma forma de compensar sensações de inferioridade que vivemos na infância diante dos adultos. Parte daí a vontade de mostrar, mais tarde, que somos fortes. E essa busca é realimentada pela cultura: afinal de contas, a carência dá lucro.”

Já o psicanalista Joel Birman, professor de psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), acredita que a voracidade do compulsivo está envolvida com elementos tão presentes na atualidade, como o narcisismo, o culto ao eu e o vazio existencial. O ato de comprar, segundo ele, equivale a uma experiência erótica que atenua o sofrimento do homem contemporâneo. “As pessoas recorrem ao consumo exagerado para que possam exibir uma imagem narcísica, que tem por objetivo o preenchimento do vazio com objetos. A compulsão se baseia numa lógica social que supervaloriza o ter em detrimento do ser.”

Segundo Birman, a pessoa está sujeita ao consumo incontrolável à medida que projeta ideais de perfeição nos ídolos idealizados, fabricados pela indústria cultural, que suprem a carência afetiva. “Nossa cultura valoriza astros envolvidos em impressões estéticas e performáticas, o que aumenta a insegurança das pessoas sobre o que têm como potência. Isso deflagra uma sensação generalizada de desqualificação. Se não fôssemos bombardeados a cada instante pelo estrelismo alardeado pela mídia, estaríamos menos tomados pela compulsividade.”

O avarento e o perdulário: duas faces da mesma moeda

Em seu livro Do ter ao ser, o psicanalista Erich Fromm diz que possuir coisas é uma condição inerente ao homem. Há cerca de 12 mil anos, com a fundação da agricultura, nossos ancestrais passaram a desenvolver uma ligação mais intensa com utensílios e adornos. Os objetos eram usados no cotidiano e tinham funcionalidade. Na sociedade capitalista, porém, a propriedade deixa de ter esse caráter utilitário: em geral, acumulamos mais bens do que somos capazes de usar.

Do ponto de vista psíquico, o avarento e o esbanjador têm em comum a relação patológica com a propriedade, relacionada ao “ter possessivo”: ambos querem acumular mais que seria necessário para o seu uso. Tanto a infinidade de objetos que o gastador acumula em suas incursões por lojas de departamentos quanto o dinheiro que o poupador exagerado deixa de gastar remetem à ideia de uma propriedade morta, uma vez que os bens deixam de ter qualquer funcionalidade ou valor de uso.

Em seu texto “Caráter do erotismo anal”, de 1908, Sigmund Freud propõe um paralelo entre os interesses envolvidos no ato de acumular bens e o dinheiro. Segundo a teoria psicanalítica, a criança se agarra ao desejo de possuir porque ainda não é capaz de produzir – e essa sensação faz parte do desenvolvimento saudável. Mas se o adulto se torna refém do sentimento de posse, isso pode significar que ainda não se sente capaz de criar algo por si.

Fatores biológicos

Pesquisas indicam que alguns neurotransmissores têm papel importante no surgimento do comportamento compulsivo. É o caso da serotonina, envolvida nos processos de regulação dos estados de humor e do sono. Pouca quantidade da substância no cérebro parece estar ligada à impulsividade. Um estudo que examinou usuários de ecstasy, droga que leva à perda de neurônios de serotonina, mostrou que esse grupo apresentou maior propensão à impulsividade e tomadas de decisões erradas.

Outra substância que pode estar envolvida na compulsão é a dopamina, relacionada à dependência de substâncias e de comportamentos. As alterações na atividade do neurotransmissor podem estar associadas à busca de recompensas, que causam sentimentos de prazer. Alguns autores do estudo propõem a existência de um mecanismo de dependência desencadeado pela diminuição de dopamina, que provoca a chamada síndrome de deficiência da recompensa e indica que algumas pessoas têm mais risco de desenvolver dependência.

Estudos com pacientes com doença de Parkinson reforçam a hipótese de que a dopamina está envolvida nos transtornos do controle dos impulsos. Vários pacientes examinados apresentavam comportamento repetitivo de busca de recompensa, como compulsão por jogo, sexo, comida e compras. Esse comportamento estaria relacionado com a degradação das células neurais que captam a substância, em função da doença e do tratamento.


Disponível em http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/consumo_logo_existo.html. Acesso em 10 ago 2013

domingo, 21 de outubro de 2012

Solidão leva idoso a buscar ajuda psiquiátrica em SP

Secretaria da Saúde de São Paulo
10/09/2012

A solidão, causada muitas vezes pela morte do cônjuge, de amigos e familiares, além do medo de morrer e das dificuldades financeiras após uma vida toda dedicada ao trabalho, está levando idosos paulistanos ao psiquiatra.

Levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde no AME (Ambulatório Médico de Especialidades) Psiquiatria, unidade especializada da pasta na Vila Maria, zona norte da capital paulista, aponta que 61% dos idosos atendidos têm quadros de transtorno de ansiedade e depressão, e muitos sofrem com a solidão.

O número de idosos atendidos na unidade, somando-se as consultas médicas e as não médicas (realizadas por psicólogos, terapeutas ocupacionais e profissionais de enfermagem), foi de 960 em agosto de 2012, numero maior do que o observado no mesmo mês do ano passado (917) e quase oito vezes superior ao registrado em agosto de 2010 (124), mês em que a unidade foi inaugurada.

"A depressão e os transtornos de ansiedade exercem um impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes nessa faixa etária, com consequências diretas na saúde, uma vez que estão associados a um maior número de doenças, como diabetes e hipertensão. Tratar esses problemas é cuidar da saúde", diz o diretor do AME, Gerardo Araújo.

Além do atendimento médico, os idosos em tratamento no AME Psiquiatria também participam de atividades de terapia ocupacional, a exemplo do grupo de acolhimento, grupo de reabilitação cognitiva, grupo de contadores de histórias e atividades manuais, tais como pintura em tela, pintura em objetos, fuxico e artes plásticas.

Entretanto, não são apenas os pacientes na terceira idade que recebem atenção durante o tratamento. Como os cuidadores dos idosos estão até quatro vezes mais suscetíveis a desenvolver quadros depressivos do que a população em geral, o AME Psiquiatria também desenvolve trabalho específico para eles, por meio de encontros semanais em grupo, momento em que se discutem as principais dificuldades enfrentadas durante a rotina de cuidado dos idosos. 

"O favorecimento das inserções familiar, afetiva e social do idoso que sofre com problemas psiquiátricos constitui em um dos principais objetivos do acompanhamento realizado pelo AME Psiquiatria", explica o diretor da unidade.

Disponível em <http://www.saude.sp.gov.br/ses/noticias/2012/setembro/solidao-leva-idoso-a-buscar-ajuda-psiquiatrica-em-sp>. Acesso em 20 out 2012.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Para psicólogos, as redes sociais aceleram a fobia social

Stephanie Kohn
06 de Março de 2012

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Maryland (Estados Unidos) levantou uma questão interessante sobre as redes sociais. Será que o Facebook e outros sites de relacionamento virtual podem acelerar o surgimento da fobia social e a depressão? De acordo com Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa de Psicologia em Informática da PUC/SP, quando uma pessoa já tem pré-disposição ou apresenta sintomas de que não está bem, as redes podem ser uma facilitadora.

O jornalista Gabriel Nunes (nome fictício), que trabalha com mídias sociais e é diagnosticado com fobia social há dez anos, compartilha da mesma opinião. Ele, que já sofreu na pele o que é se esconder por trás das redes, diz que boa parte das vezes que usa a internet ou conhece uma pessoa pela web é pra fugir de sua realidade. Ele até acredita que seu destino profissional de trabalhar com as redes sociais foi uma escolha inconsciente. "Eu parei na comunicação bem de paraquedas e nunca me imaginei trabalhando com isso. Mas, acredito que a facilidade que tenho de mexer nas redes se deve ao fato de eu ter fobia social, já que trabalho com um público que não me vê e não me conhece", explica.

Segundo Luciana, sites como Facebook, Orkut ou Twitter são canais que trazem prazer e preenchem uma lacuna na vida da pessoa como a falta de contato com outros seres humanos. Com isso, é possível que a rede contribua para que o usuário permaneça mais tempo isolado e faça deste ambiente virtual sua fuga. "Uma pessoa que tem dificuldade de se relacionar vai encontrar ali pessoas para participar da vida e, às vezes, este contato virtual é o suficiente", comenta.

Um indivíduo com propensão à depressão e fobia social tende a usar as redes de forma dependente da mesma forma como acontece com as drogas. A pessoa faz daquela prática sua evasão dos problemas. No entanto, a dependência à internet, de acordo com Luciana, não é identificada pela quantidade de tempo gasto na rede, mas sim nas coisas que foram deixadas de lado para que o usuário permanecesse conectado. "Aquele que deixa de fazer coisas e estar entre amigos e família para permanecer conectado também tem maus hábitos na rede", afirma. "O problema não é a ferramenta. É o uso que fazemos dela", completa.

Por outro lado, as redes sociais também podem auxiliar no tratamento da fobia social. A psicóloga conta que, durante a atividade terapêutica, é necessário fazer com que o paciente encontre suas habilidades e, para isso, é possível utilizar ferramentas extras como, no caso, sites de relacionamento. Porém, para que o resultado seja positivo, é necessário que a pessoa tome consciência de que os relacionamentos que ela mantém na rede podem ser transportados à vida real. "Até dá para usar a rede como recurso, mas depende muito do caso. O paciente precisa gostar deste tipo de site e o psicólogo precisa ter familiaridade com estas ferramentas", diz.

No caso de Gabriel, a internet o ajudou a fazer amigos, porque, segundo ele, era mais fácil conversar com alguém sem estar cara a cara. Um dos principais motivos é que na internet você pode construir uma imagem da maneira que quiser, criar uma personalidade que pode ou não ser a verdadeira. Outro ponto positivo, de acordo com Gabriel, é que a web pode ser um caminho para que as coisas aconteçam no mundo real. "Na rede é possível esconder várias coisas como defeitos e traumas, justamente por esta construção de personalidade. Mas, ao meu ver, a internet é mais uma fuga do que uma solução para os problemas", ressalta. "Você até pode se apegar à internet pra fazer com que essa sensação se amenize e, assim, conseguir ter um relacionamento com outras pessoas. Mas, sempre vai rolar uma ponta de desconfiança, sabe?", completou.

Sobre a fobia social

A fobia social também é conhecida como transtorno de ansiedade social, transtorno ansioso social ou sociofobia. Trata-se de uma síndrome ansiosa caracterizada por manifestações de alarme, tensão nervosa e desconforto desencadeadas pela exposição à avaliação social. A condição psiquiátrica, segundo a psicóloga Luciana, é bem difícil de ser revertida, uma vez que se trata de uma pessoa com timidez extrema. 

De acordo com a psicóloga, uma pessoa diagnosticada com fobia social tem vergonha de comer na frente dos outros, não conta dinheiro em público com medo de errar, não fala com estranhos e mal consegue se comunicar com conhecidos. Além disso, ela se sente muito mal em situações que precisa conhecer pessoas novas.

Quer contribuir com a discussão? Você acredita que as redes sociais aceleram a fobia social ou podem ajudar para que as pessoas transportem seus relacionamentos virtuais para a vida real? Escreva nos comentários abaixo. E se você sofre de fobia social, conte-nos quais experiências na web te proporcionaram bons resultados.


Disponível em <http://olhardigital.uol.com.br/jovem/redes_sociais/noticias/as-redes-sociais-aceleram-a-fobia-social>. Acesso em 22 jun 2012.

terça-feira, 6 de março de 2012

Ansiedade é transtorno mais comum na Grande São Paulo

Mariana Versolato
25/02/2012 - 18h05

Uma pesquisa que mapeou a frequência de doenças mentais na Grande São Paulo mostra que os transtornos de ansiedade, como estresse pós-traumático, fobias e síndrome de pânico, lideram e estão presentes em 20% da população.

Depois vêm os transtornos de humor, como depressão (11%), de controle de impulsos (4,3%) e por consumo de drogas (3,6%).

Os dados são do projeto São Paulo Megacity, um estudo realizado pelo IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas de São Paulo com 5.037 residentes dos 39 municípios da região.
A amostra é representativa das cidades, e as entrevistas foram feitas pessoalmente entre 2005 e 2007.

Dados preliminares já haviam sido apresentados em 2009, mas agora a pesquisa completa, que faz parte de um grande estudo mundial, foi publicada na revista científica "PLoS ONE".
Segundo a psiquiatra Laura Helena Andrade, coordenadora do estudo, a pesquisa procura entender o contexto relacionado a essa prevalência maior.

A violência urbana ajuda a explicar a forte presença dos transtornos mentais na população --54% dos entrevistados relataram ter vivido uma experiência ligada a crimes, como ser vítima ou testemunha de assaltos e sequestros.

Pessoas que vivem em áreas mais pobres e periféricas da cidade também tiveram maior risco de desenvolver os transtornos.

"Cada fator inerente à vida na metrópole, como transporte, violência e acesso a serviços de saúde, tem uma parcela de participação nesse resultado", afirma Paulo Rossi Menezes, professor associado da USP e epidemiologista psiquiátrico que não participou do estudo.

Gravidade

A pesquisa mostrou que 10% da população em São Paulo tem doenças psiquiátricas graves. Esse índice está acima da média de outros 14 países, segundo a Organização Mundial da Saúde. Nos EUA, a prevalência é de 5,7%.

Só um terço dos brasileiros com transtornos graves recebeu tratamento nos 12 meses anteriores às entrevistas.

"Os transtornos mentais são frequentes, mas pouco reconhecidos e tratados. A sociedade sabe pouco a respeito e há um estigma ligado às doenças", diz Menezes.

Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1053547-ansiedade-e-transtorno-mais-comum-na-grande-sao-paulo.shtml>. Acesso em 29 fev 2012.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Dicas impressas 3: Homens/Mulheres; Ansiedade; Homoafetividade

HUECK, Karin. Homens – mulheres Eles não são mais os mesmos: nascem frágeis, vão mal na escola, pior na faculdade e perderam terreno nas empresas. Elas, por sua vez, ainda não sabem jogar com as regras que o mundo privilegia. Entenda aqui o que está acontecendo com os sexos e quais são nossas diferenças. E por que, na verdade, são os homens que falam mais. Superinteressante, n.º 292, pp. 48-57.

LEAHY, Robert L.. O tormento da ansiedade Muitos de nossos medos estão atrelados a preocupações ultrapassadas; por isso, tantas vezes respondemos a estímulos de maneiras que nos prejudicam; questionar crenças pode ajudar a evitar fobias e inquietações exageradas. Mente e Cérebro, ano XVIII, n.º 219, pp. 24-33.

PASSOS, Maria Consuêlo. Relações homoafetivas: avanços e resistências Com a nova legislação, casais homossexuais passam a ser considerados família e ganham a possibilidade de adotar crianças; o preconceito, porém,não será apagado tão facilmente – é preciso construir o espaço psíquico para tolerar a diferença. Mente e Cérebro, Ano VIII, n.º 222, pp. 42-45.