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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

1% da população se considera assexual

Galileu
20 de agosto de 2012 

Passei a adolescência ao lado de um amigo que não ‘pegava’ nenhuma menina. Por isso, ele era chamado pelos colegas de escola de homossexual e a própria família começou a acreditar que era esta a sua orientação sexual – pura falta de esclarecimento. Confesso que eu, no auge dos meus 17 anos, também comecei a acreditar nos boatos. Até que, um dia, ele me chamou para uma conversa.

Pensei que ele revelaria para mim, naquela hora, que gostava de meninos. Já tinha até preparado mentalmente meu discurso de aceitação, dizendo que ele teria meu apoio na hora de se assumir. Mas, na verdade, ele perguntou para mim se era normal ‘não sentir atração por ninguém‘. Nem pelas moças e nem pelos rapazes. Ele contou que se esforçou para achar mulheres atraentes, que também considerou a possibilidade de ser homossexual, mas que pensar em outra pessoa o tocando o deixava desconfortável. Não lembro da minha reação. Provavelmente, fiquei sem alguma. O fato é que, até hoje, ele se considera assexual – e é feliz assim.

Ultimamente, do alto de nossas ‘mentes abertas’, falamos de heterossexuais, homossexuais e bissexuais. Mas acabamos deixando de fora os assexuais, pessoas que, como meu amigo, não sentem nenhum tipo de atração física. E, segundo uma pesquisa feita no Reino Unido com mais de 18 mil pessoas, analisada por cientistas da Universidade de Brock, no Canadá, 1% da população é assexual. Um número que, em termos mundiais, representa 70 milhões de pessoas – gente pra caramba.

E, segundo o professor responsável pela pesquisa, Anthony Bogaert, há pouquíssimos estudos sobre os assexuais e eles podem se sentir excluídos em nossa cultura, que é altamente sexualizada.

Bogaert afirma que identificou dois tipos de assexuais: aqueles que têm desejos sexuais, mas não o direcionam para ninguém (e liberam esses desejos através da masturbação) e aqueles que não tem nenhuma vontade sexual. Mas é importante notar que isso não quer dizer que eles sejam incapazes de criar vínculos emocionais com outras pessoas. E tanto homens quanto mulheres assexuais, segundo o professor, até desejam ter filhos e formar famílias – mas através de métodos como a inseminação artificial.

Em um mês, o livro Understanding Asexuality, de Bogaert, deve ser lançado. Assim que colocar as minhas mãos em um, devo postar mais informações por aqui. Enquanto isso, caso você queira dividir sua opinião, experiência ou história em relação ao assexualidade, a caixa de comentários e o meu email (do lado direito da tela) estão disponíveis.
Estudo via DailyMail

Disponível em <http://colunas.revistagalileu.globo.com/formuladoamor/2012/08/20/1-da-populacao-se-considera-assexual/>. Acesso em 07 set 2012.