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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Preconceito com mulheres no mercado de trabalho perdura, mas é isolado

Katia Simões
18/06/2012

Em áreas com exigências mais práticas do que intelectuais diferença salarial é mais evidente.

Mesmo que pareça ranço feminista, o fato é que o mundo corporativo ainda é palco de episódios constrangedores de discriminação.

"Eu era CEO em outra empresa e comandava uma equipe majoritariamente masculina, com profissionais mais velhos do que eu", conta Adriana Bianca, 46. Hoje ela é diretora de TI da Henkel. "Em uma mesa de reuniões, um fornecedor chegou, entregou o cartão a todos e se dirigiu a mim perguntando se eu era a secretária", conta.

Formada em matemática pela USP (Universidade de São Paulo), com especialização na área de tecnologia, Bianca assumiu a diretoria de TI da empresa para o Mercosul há três anos, sendo a única mulher no cargo.

Foi diferente na trajetória profissional da executiva Ana Paula Caman Barros, 49, diretora de assuntos legais da Ford. Ela fez carreira na indústria automobilística e diz nunca ter sofrido nenhum tipo de discriminação.

Entrou na empresa quando a montadora ainda se chamava Autolatina e foi galgando degrau por degrau. "Na Ford, o plano de carreira é focado em resultados e competências. Atingiu as metas e tem o perfil exigido, ótimo, a vaga é sua, independentemente do sexo", conta. "A ordem vale do chão de fábrica à direção."

PRESENÇA FEMININA

A diretora de TI da Henkel atua em uma área de predominância masculina, de acordo com levantamento da Catho Online, com apenas 16% de participação feminina, ao lado do segmento de engenharia, no qual 20% dos profissionais são mulheres.

Em áreas como essas e em atividades com exigências mais práticas do que intelectuais, a diferença salarial entre os sexos mostra-se evidente, conforme demonstrou o último censo divulgado pelo IBGE, que apontou diferença salarial de 25% entre homens e mulheres.

Percentual ainda maior é revelado pela 31ª Pesquisa Salarial e de Benefícios realizada pela Catho Online. De acordo com o levantamento, os homens recebem, em média, salários até 70% maiores. "As mulheres destacam-se em profissões onde estão mais presentes, como nas áreas de letras, psicologia, moda, enfermagem, recursos humanos, nutrição, entre outras", observa Marco Soraggi, diretor de pesquisa salarial da Catho Online. "Nesses segmentos, elas recebem salários de 3% a 25% maiores quando comparados aos dos homens."

"Nós devemos ter o cuidado de não nos colocarmos em posição de vítimas", diz Adriana Garcia, 40, diretora de RH da Mexichem Brasil/Amanco.

A executiva afirma que nunca recebeu privilégios por ser mulher, tampouco foi alvo de preconceito. Cresceu na carreira pelos próprios méritos e qualificações. "Cabe a nós decidirmos aonde queremos chegar."

Disponível em <http://classificados.folha.uol.com.br/empregos/1105815-preconceito-com-mulheres-no-mercado-de-trabalho-perdura-mas-e-isolado.shtml>. Acesso em 27 ago 2012.