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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Mulheres na Venezuela estão morrendo por implantarem biopolímero nas nádegas

Osmairo Valverde
16 de novembro de 2013

Qual o preço da estética perfeita?

Mais de 40 mil mulheres no país já realizaram o procedimento de injetar uma substância gelatinosa formada por biopolímeros sintéticos em suas nádegas buscando o aumento no volume.

Diferentemente de um implante de silicone, a substância sintética acaba “vazando” do local onde foi injetado e começa a se espalhar, de forma incontrolável, por outros tecidos, levando à deformidades – muitas vezes irreversíveis – e à morte.

Na Venezuela, fazer uma cirurgia plástica é tão comum quanto ir a um dentista. Vários concursos de beleza acontecem por lá e isso estimula mulheres e homens em busca do corpo perfeito.

O DailyMail ressaltou a história de uma mulher identificada apenas por Merces que sonhava em ter suas nádegas aumentadas e empinadas para ressuscitar seu casamento fracassado.

A cirurgia não foi bem sucedida e ela se arrepende do procedimento: “Dói tanto que não posso sentar mais que 5 minutos”, disse a senhora de 45 anos. Ela afirma estar envergonhada e por isso não forneceu seu sobrenome.

A operação, que custa em torno de R$ 1.700,00 reais, está virando “febre” no país e causando dezenas de problemas médicos. Astrid de la Rosa, também realizou o procedimento. A substância começou a migrar para suas costas e quadris. Revoltada com a falta de apoio com as mulheres que passaram pelo mesmo problema, ela montou uma ONG para apoiá-las.

Ela afirma que mais de 15 mulheres já morreram por complicações devido ao gel aplicado. O governo da Venezuela proibiu o uso de materiais de enchimento semelhantes para fins estéticos.

Em vários casos, o polímero viaja pelo corpo podendo atingir o tórax. Dessa forma, ocorre uma limitação no ato de respirar, deixando a paciente com sensação de sufocamento.

A retirada do gel dos músculos das nádegas ou de outras partes do corpo pode custar até R$ 12.500,00 reais e ainda é considerada experimental pela Sociedade Venezuelana de Cirurgia Plástica porque, na verdade, não existe nenhuma garantia de melhora ou de recuperação completa.


Disponível em http://www.jornalciencia.com/saude/beleza/3201-mulheres-na-venezuela-estao-morrendo-por-implantarem-biopolimero-nas-nadegas. Acesso em 23 nov 2013.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Transexual se candidata a uma vaga de juíza na Venezuela

Flávia Marreiro
de Caracas
29/10/2010 - 08h30

Professora há 30 anos das duas maiores universidades da Venezuela, com doutorado em Paris, a advogada transexual Tamara Adrián, 56, decidiu se candidatar a uma vaga de magistrada na mais alta corte do país.

"É preciso preencher os espaços. É importante que uma mulher transexual, lésbica e feminista se candidate", disse a professora à Folha. A advogada está entre os 404 aspirantes às nove vagas de titular do Tribunal Supremo de Justiça (equivalente ao STJ brasileiro).

A partir da lista, os deputados da Assembleia Nacional, dominada pelo chavismo, elegerão os novos magistrados no mês que vem. As chances de Adrián são praticamente nulas, já que os chavistas devem escolher nomes alinhados ao governo. Mas ela diz que vale a pena "por à prova" as instituições.

"Não tenho nenhuma esperança porque essa Assembleia é muito, mas muito, mas muito homolesbotransfóbica. Tiraram a questão de equidade de gênero de todos os projetos. Essa é uma revolução altamente conservadora", diz a professora.

Ela compara a legislação vigente na Venezuela com as de Brasil e Cuba. Ao contrário dos dois últimos, no país de Hugo Chávez está formalmente vetado que o sistema público de saúde faça cirurgias de mudança de sexo. Adrián fez a dela numa clínica privada, fora do país.

Também há restrições para a troca de nome. Apesar de ter feito cirurgia de mudança de sexo em 2002, até hoje sua carteira de identidade exibe seu nome antigo: Tomás. Na Venezuela, é possível trocar o nome no registro civil, mas o documento anterior não é anulado e deve ser exibido ao lado do novo.

"É uma prática discriminatória. Por que a pessoa tem de ser exposta? A Constituição diz que as pessoas têm direito de determinar que tipo de informação estará disponível em documentos oficiais e não oficiais."

Com base no princípio, a professora iniciou uma ação no próprio TSJ para mudar a regra. Espera desde 2003 uma resposta e a cada seis meses a reapresenta para que não perca a validade.

A ativista de direitos humanos torce para que algum organismo apresente uma objeção à sua candidatura. "Seria uma grande oportunidade de por às claras a discriminação. Tenho um currículo que é superior ao de 99% das pessoas que se candidataram, sem falsa modéstia."

Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/mundo/822207-transexual-se-candidata-a-uma-vaga-de-juiza-na-venezuela.shtml