Maurício Grego
14/11/2013
Pesquisas de comportamento mostram que a
traição nas relações afetivas cresce entre as mulheres americanas, mas
permanece estável entre os homens. E sugerem que a infidelidade é mais comum no
Brasil que nos Estados Unidos. Reunimos alguns achados interessantes de estudos
científicos recentes sobre o tema. Confira.
1 Os mais bonitos, ricos e educados traem mais
Um estudo dos pesquisadores americanos David Buss (da
Universidade do Texas em Austin) e Todd Shackelford (da Universidade Florida
Atlantic) traça um perfil das pessoas que têm mais chances de trair. Elas são
bem sucedidas profissionalmente, têm nível educacional e financeiro acima da
média, são fisicamente atraentes e possuem boas habilidades sociais. Segundo
esse estudo, uma pessoa tímida e fracassada dificilmente trai.
2 Mulheres percebem quando um homem tende a trair
Três pesquisadores da Universidade da Austrália Ocidental
pediram a mulheres que olhassem para homens que não conheciam e avaliassem sua
propensão a trair. Depois, perguntaram a esses homens se já haviam traído
alguém. O índice de acerto da avaliação feminina mostrou-se surpreendentemente
alto. Na análise dos pesquisadores, homens com aparência mais fortemente
masculina têm mais tendência a trair, e as mulheres percebem isso. Já quando o
experimento inverso foi feito, com os homens avaliando as mulheres, o índice de
acertos foi muito baixo.
3 Brasileiros traem mais que outros latino-americanos
Uma pesquisa da empresa Tendencias Digitales apurou, em
2010, que os brasileiros traem mais que outros latino-americanos. Nessa
sondagem, 70,6% dos homens brasileiros declararam já terem traído ao menos uma
vez na vida. Entre as mulheres, o percentual era de 56,4%. Vale notar que esse
estudo (divulgada pelo jornal O Globo) não tem rigor científico. E, como foi
feito via web, sondou apenas pessoas com acesso à internet. Mas decidimos
incluí-lo aqui por ser uma rara pesquisa sobre o tema feita no Brasil.
4 As mulheres estão traindo mais do que antes
Na edição mais recente da General Social Survey (GSS),
pesquisa de comportamento que é realizada há quatro décadas nos Estados Unidos,
14,7% das mulheres declaram já ter traído o cônjuge. Em 1991, só 11% diziam já
ter traído. Logo, houve crescimento de quase 40% na traição feminina declarada.
Mas os homens ainda traem mais. Entre eles, o percentual é de 21,6% e quase não
mudou desde 1991, como noticiou a agência Bloomberg.
5 O motivo para trair pode não ser o desejo sexual
As razões que levam alguém a trair vão desde puro desejo
sexual até vingança contra o parceiro, passando pela busca de novas
experiências. O especialista Gary Neuman, autor do livro “The Truth About
Cheating” (“A verdade sobre a traição”), diz que 92% dos homens que traem não
fazem isso primariamente para ter sexo. Ao menos entre o público que ele
entrevistou, um motivo citado com bastante frequência é sentir-se desvalorizado
no casamento ou distante da esposa.
6 Traição de mulher com outra mulher incomoda menos
Um estudo liderado por Jaime Confer, da Universidade do
Texas em Austin, apontou que a chance de um homem perdoar uma traição da
namorada é de 22%. Esse percentual aumenta para 50% se a traição for com outra
mulher. Entre as mulheres, uma traição heterossexual teria 28% de chance de ser
perdoada. Se o caso for com outro homem, porém, a chance cai para 21%. Para
Confer, homens temem que a pulada de cerca da namorada ou esposa resulte em
gravidez. Já nas mulheres o medo maior é o de ser abandonadas. Isso explicaria
as diferenças observadas na pesquisa.
7 Mulheres desaprovam a traição mais que homens
A General Social Survey também apontou que 78% dos homens
americanos acham a traição conjugal errada em qualquer circunstância. Entre as
mulheres, o percentual é maior: 84%. A desaprovação vem crescendo com o tempo.
Nos anos 70, 63% dos homens e 73% das mulheres americanas achavam que trair era
errado.
8 Mulheres tendem a transformar caso em namoro
Um estudo feito com estudantes universitários americanos em
2007 apontou que as mulheres jovens têm mais chance que os homens de transformar
um caso extraconjugal em namoro. Elas dizem, com frequência, que traíram porque
estavam insatisfeitas com o namorado. Já os homens tendem a dizer, mais
comumente, que traíram por que surgiu uma oportunidade para isso. Isso sugere
que os jovens americanos do sexo masculino veem a traição como algo realmente
casual. Já as universitárias às vezes usam esse comportamento para encerrar uma
relação insatisfatória.
Disponível em
http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/8-fatos-curiosos-sobre-a-traicao-nas-relacoes-amorosas?page=1.
Acesso em 29 dez 2013.