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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Reflexões sobre preconceito: em busca de relações mais humanas

Mônica Mastrantonio Martins
InterAÇÃO, Curitiba, v. 2, p. 9-27, jan./dez. 1998 


RESUMO: Esse estudo estabelece princípios que constituem o preconceito, presente tanto na subjetividade como nas relações sociais. O preconceito é concebido como apropriação distorcida da realidade, através da qual projeta-se em outro ser humano, grupo ou sociedade características não aceitas em si mesmo. O preconceito pode estar presente nas ações, linguagem e atitude dos indivíduos. Nas relações pautadas pelo preconceito, outro ser humano é colocado como mero objeto dessa relação, e não como sujeito ativo das relações sociais e constituição da subjetividade. Existem diversos fatores que propiciam o aparecimento e desenvolvimento do preconceito, por exemplo: relações dogmáticas, sem críticas, sem história e sem reflexão entre indivíduos; não identificação dos seres humanos com a humanidade; falta de igualdade de relações sociais e dificuldade de se lidar com fraquezas e imperfeições que são projetadas nos outros. Em um mundo capitalista, baseado na propriedade privada, na alienação e no narcisismo, o preconceito aliena ambos, o sujeito e o objeto do preconceito, em uma relação estática. Exemplos de preconceitos são tão inúmeros e múltiplos quanto a história da humanidade, e variam desde a barbárie do holocausto até piadas e ditos populares que projetam características negativas em grupos minoritários. Nesse sentido, os indivíduos devem procurar compreender o preconceito e suas relações, em especial o psicólogo, que deve ser capaz de desenvolver tais discussões, refletindo e transformando as relações preconceituosas em relações mais humanas, éticas e igualitárias entre os homens. 

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quinta-feira, 27 de março de 2014

Conectados, porém sozinhos

Andréa Dietrich
18 mar 2013

Você já parou para pensar que os nossos momentos de reflexão já são quase raros em nossas vidas? E deveriam ser fundamentais para refletirmos sobre nossas atitudes, nossos desafios e sobre nós mesmos. Durante o trânsito parado, no elevador, num restaurante, numa reunião, em todos os momentos lá estamos nós, conectados. Num encontro com amigos, num jantar com a família e lá estamos nós, conectados – e às vezes vemos a mesa toda nos seus celulares.

O que está por trás desse comportamento? Uma necessidade de compartilhar e mostrar somente os momentos onde estamos felizes, realizados e bem sucedidos. Uma imagem programada sobre o que queremos passar. Uma necessidade de editar o que pensamos e falamos, evitando o espontâneo do ‘ao vivo’. É o fenômeno do torpedo, mais textos e menos diálogo, a necessidade de estar em vários lugares ao mesmo tempo, sendo mais superficial nas relações.

A tecnologia não está mudando somente a forma com que fazemos as coisas, mas também o que somos, o que estamos nos tornando. Segundo a psicóloga, estamos exigindo cada vez mais da tecnologia, exigindo que nossos celulares entendam exatamente o que queremos, mas menos do que queremos das nossas relações pessoais. Ao invés de sentirmos para depois compartilharmos, nós compartilhamos o que queremos sentir.

Tudo isso nos faz refletir o quanto as novas gerações estão evoluindo sem conseguir se conectar ao vivo um com o outro. E perdendo uma das habilidades mais importantes para qualquer indivíduo, a convivência em grupo. Essa frase me fez lembrar do caso polêmico do home office abolido no Yahoo e a frase da CEO da empresa dizendo que muitas das melhores decisões das empresas acontecem num cafezinho, numa conversa de corredor, conhecendo pessoas. O mundo isolado das tecnologias, do home office, começa a ser discutido para trazer de volta a necessidade do contato, do diálogo, do jogo de futebol no campinho da esquina.

Eu mesma já escrevi um post no ano passado contra argumentando essa questão, mas, depois de ser mãe, começo mesmo a me preocupar com a individualidade e a vida programada às quais minha filha pode estar exposta daqui em diante.

Temos que aprender a equilibrar nossas vidas, valorizando aquilo que nunca vai conseguir ser apagado: nossas palavras, nossas memórias, nossas risadas, nossos amigos de verdade.


Disponível em http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/ponto_de_vista/2013/03/18/Conectados-porem-sozinhos.html. Acesso em 23 mar 2014.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia

Daniel Welzer-Lang
Estudos Feministas
Ano 9 - 2º Semestre - 2/2001

Resumo: A partir de definições de homofobia e de heterossexismo, este artigo explora a profundidade heurística das relações sociais de sexo transversais ao conjunto de pessoas e grupos de gênero, no interior de um quadro teórico que rompe com definições naturalistas e/ ou essencialistas dos homens. O texto analisa os esquemas, o habitus, o ideal viril, homofóbico e heterossexual que constroem e fortalecem a identidade e a dominação masculina. Para desenvolver este argumento, o autor faz uma vasta revisão bibliográfica da literatura feminista francesa contemporânea.





sábado, 11 de janeiro de 2014

A constituição da identidade masculina: alguns pontos para discussão

Maria Juracy Toneli Siqueira
Departamento de Psicologia
Universidade Federal de Santa Catarina
Psicol. USP vol. 8 n. 1 São Paulo  1997

Resumo: Através da apresentação de alguns dados de um estudo de caso de uma família de classe subalterna urbana e suas famílias de origem, este artigo pretende discutir os elementos que contribuem para a constituição da identidade de gênero, em especial a masculina. Esta família foi escolhida por apresentar, ao menos temporariamente, uma inversão na divisão sexual do trabalho: o marido, desempregado, ocupava-se da lida doméstica e do cuidado dos filhos, enquanto a esposa, através de seu trabalho extra-doméstico, era responsável pela manutenção do grupo. A abordagem sócio-histórica nos ajuda a compreender a constituição do sujeito nas e pelas relações sociais. De uma maneira análoga, utilizamos esta abordagem para discutir a constituição da masculinidade e da feminilidade.