Ederson Ferreira
16 de março de 2013
Aos 13 anos, uma adolescente moradora
do bairro Santa Rita nasceu com os dois sexos, já fez sua escolha pelo sexo que
quer ficar, mas ainda enfrenta um problema que a vem perseguindo desde seu
nascimento: a falta de recursos financeiros para realizar todo o procedimento
de consultas e operação. Sentindo a dor da neta, sua avó procura a imprensa na
tentativa de sensibilizar mais pessoas para conseguir dinheiro para ajudar a
criança a sair desse problema e, assim, dar continuidade à sua vida.
De acordo com a avó da adolescente, Maria Eunice de Souza,
quando a neta nasceu nenhum dos médicos comunicou à família que a criança tinha
esse problema, eles só tomaram conhecimento quando chegaram em casa. “O pai
descobriu que ela tinha os dois órgãos quando foi dar banho nela. Ao tirar a
roupinha dela, viu que havia os dois órgãos sexuais. Nesse momento todos nós
ficamos sem saber o que fazer. Passados alguns dias, nos mudamos para outro
bairro e lá encontramos uma pessoa que trabalhava no posto de saúde e nos deu a
orientação de procurar ajuda na Secretária de Saúde para a levarmos para Belo
Horizonte para ser analisada pelos médicos”, conta Maria Eunice.
Em 2000, ainda com poucos meses de vida, a família conseguiu
consultas para a criança, mas segundo a avó nada foi resolvido. “Conseguimos
marcar uma consulta e fomos para BH, porém, na clínica onde fomos nada foi
resolvido. O médico só examinou a criança e falou que iria marcar outra
consulta, mas não marcou. Nesse período, mudamos novamente para outro bairro,
procuramos outro posto de saúde para marcar consultas para ela, conseguimos
novamente ir para BH e lá eles nos deram um parecer sobre o caso, explicando
que ela teria que passar por uma cirurgia. Voltamos para Valadares e por
diversas vezes íamos à Capital consultar, mas não passava disso, ficávamos só
consultando e fazendo exames, resolver o problema mesmo, nada.”
Por causa disso, a família perdeu as esperanças. Anos
depois, a adolescente fez sua escolha e contou à avó, que ganhou forças para
lutar pelo direito de sua neta. “Ela já sabe o que quer, fez sua escolha. Agora
quero resolver tudo isso, porém, vou buscar ajuda de outra forma. Busco uma
ajuda da população para conseguir recursos para as consultas. Sei que é difícil
para as pessoas ajudarem, mas qualquer coisa que puderem fazer, serei grata. O
que mais quero é resolver esse problema da minha neta, para que ela viva como
qualquer criança normal”, revela Maria Eunice.
Disponível em http://www.drd.com.br/news.asp?id=50089207933485507971.
Acesso em 28 out 2013.