Após encontro de alguns leitores do blog Cantinho-da-Glória,
estes resolveram entrevistar a criadora e administradora do blog, Glória W. de
Oliveira Souza. O objetivo era saber sobre a criação da ferramenta, que está hospedada
pelo Google e conhecer, um pouco mais, como pensa a autora que resolveu abordar
um tema pouco difundido na internet.
Cantinho-da-Glória
– Qual é a sua formação?
Glória
W. de Oliveira Souza – No meu sort
bio costumo apontar que sou Comunicóloga.
Educadora. Jornalista. Consultora Empresarial. Designer de Vitrina. Visual
Merchandiser. Artista Plástica. Crítica de Arte. Pesquisadora. Possuo graduação
em Educação Artística (1978); Artes Plásticas (1979) e Jornalismo (1984).
Mestrado em Comunicação Social (1999). Doutorado (incompleto) em Design e
Arquitetura. Sócia-diretora da Canalw Difusão do Conhecimento. Responsável
pelos blogs gwConsultoria e Cantinho-da-Gloria. Docente
universitária e membro de organização nacional e internacional na área de
comunicação social.
CG –
Por que você resolveu criar o blog sobre a temática da transexualidade?
GS – A
partir do momento em que percebi que o assunto não estava sendo devidamente
explorado, principalmente pelas mídias tradicionais e digitais. Havia muitas
informações difundidas de forma inadequada. Em vez de ajudar a esclarecer,
confundia ainda mais os leitores.
CG –
Você poderia dar um exemplo?
GS –
Um assunto que ainda persiste, infelizmente, que é a confusão entre identidade
de gênero e orientação sexual.
CG –
Qual é a diferença?
GS –
De maneira bem simplória, para melhor compreensão, diria que identidade de
gênero é como a pessoa se identifica em relação do gênero, independente de sua
constituição biológica. Admito a existência de três tipos de identidade de
gênero (externalizável): feminina, masculina e androgênica. Já orientação
sexual, que indica por quais gêneros ela
sente-se atraída, seja física, romântica ou emocionalmente, e é internalizável.
Pode ser assexual, bissexual, homossexual e heterossexual. Ao aprofundar
no tema, produzi uma Grade Diagnóstica da Sexualidade (GDS), onde também
identifico a categoria da corporeidade (referente a anatomia biológica) onde
aparecem as figuras de fêmeas, machos e intersexos.
CG –
E existe diferença entre travesti e transexual?
GS – De
maneira bem simples diria que a travestilidade,
geralmente, é representada por pessoas designadas homens no nascimento, mas que
procuram a construção do feminino, através de suas vestimentas e pode incluir,
ou não, também procedimentos estéticos e cirúrgicos. É raro, mas também existem
travestis em pessoas designadas mulheres ao nascer. Já a transexualidade diz respeito ao indivíduo que sofre com a sensação de desconforto ou
impropriedade de seu próprio sexo biológico. Para tanto, faz uma transição para
um gênero diferente ao do nascimento e, de formas diferentes, perseguem a
cirurgia de transgenitalização, o que não ocorrem com as travestis. E, por isso,
a população transexual conta com ações específicas promovidas por profissionais
e gestores.
CG – Como assim?
GS – Os transexuais contam com
o suporte do Conselho Federal de Medicina, que regulamentou a prática da
cirurgia de transgenitalização. O Ministério da Saúde instituiu o processo
transexualizador, que define regras para a mencionada cirurgia seja patrocinada
pelo governo federal. E isso ocorre porque esses gestores compreendem a
transexualidade como um fator de saúde, ou seja, precisa ser tratado para o bem
estar da pessoa, conforme reza a Constituição e por ser admitida pela
Organização Mundial de Saúde como doença. Eis um dos benefícios da
patologização. É vista, pelos envolvidos, como tratamento preventivo (medicina
preventiva) e não curativo (medicina curativa).
CG – E quanto transexuais existem no Brasil?
GS – Ninguém sabe ao certo. Há
muitas especulações. Aliás, só especulações. Estimativa difundida mundo afora, e
que são adotadas sem questionamentos, apontam números conflitantes, pois
ninguém sabe como surgiram. São dados milagrosos e a ciência não trabalha com
milagres. Então o que vemos são superlativos nos números, de acordo com o
interesse de cada um. Estou concluindo um estudo que indicam existir no Brasil
não mais do que cinco mil pessoas transexuais. Meu estudo abarca o período de
2000 a 2014.
CG –
Como surgiu o blog? Já tinha alguma experiência no tema?
GS –
Pesquisei muito rapidamente sobre a temática na rede e percebi que havia um
vazio. Então decidi utilizar uma ferramenta de fácil acesso e que eu não
interferisse no conteúdo com minhas observações pessoais. Seria tendenciosa. Escolhi
então por difundir o assunto tão somente com as postagens que encontrava na
internet fazendo republicação. A única mudança que me permiti foi fazer uma
edição visual, adequando ao modelo sugerido pelo Google, mas sem alterar o
conteúdo. O objetivo do blog é deixar que o leitor criasse sua própria opinião
sobre a matéria postada, tanto é que as referências estão no fim de cada texto.
Quanto a experiência, participei como autora com o capítulo “Um olhar de dentro: apontamentos iniciais
acerca da transexualidade”, parte do livro “Minorias sexuais: direitos e
preconceitos” (2012), organizado por Tereza Rodrigues Vieira.
CG –
E como foi a recepção ao blog?
GS –
Não foi aquilo que eu desejava. O blog surgiu em setembro de 2011 e em setembro
do ano passado, fiz um levantamento. Das quase 800 postagens, nesse período o
acesso foi de um pouco mais de 26 mil no Brasil; quase 21 mil na Russia e 10
mil nos Estados Unidos. O acesso chegou mais via Facebook. A postagem mais
vista não chegou a 500 acessos.
CG –
Seria por causa da temática do blog?
GS –
Não creio. O que se recomenda, nas redes digitais, é que se tente aproximar o
máximo possível do público-alvo desejado. E a transexualidade é um nicho. Julgo
que, apesar do assunto estar mais presente na mídia atualmente, o assunto não é
tão atrativo e nem necessário para o dia-a-dia das pessoas.
CG –
Não é necessário? Explica.
GS –
Para as pessoas que não fazem parte deste universo, quer diretamente como os
viventes; bem como os que têm relação indireta, como médicos, psicólogos,
assistentes sociais e outras categorias profissionais, o assunto tem
importância apenas enquanto informação. Mas nem mesmos os seres viventes do
fenômeno se interessam em aprofundar o conhecimento sobre o tema. O foco deles
têm sido outro.
CG –
Quer dizer que os próprios transexuais não se interessam pelo assunto?
GS –
Infelizmente sim. Para quê ler se as informações circulam mais rapidamente pela
forma oral, redes sociais, encontros casuais. E o resultado disso (falta de
interesse) é a disseminação de informações, muitas vezes, equivocadas,
prevalecendo mais as versões do que os fatos. E não devemos nos esquecer de que
a temática tem forte apelo emocional. Tanto é que é muito
elevado o índice de automedicação, devido, principalmente de que sonhos e
informações muitas vezes se conflitam. Então se acredita no primeiro milagreiro
que promete corpo perfeito sem esforços e em pouco tempo. E aí o bicho pega...
CG –
Explica melhor...
GS –
Costumo dizer que tenho encontrado muitas pessoas que fazem parte desse
universo e que se pautam pelos “três is”: ignorância informativa (que difere da
comportamental); ingenuidade e inocência. Como é uma população muito carente, a
necessidade de acreditar em sonhos é muito presente. Muitas delas procuram a
cirurgia de transgenitalização por julgar que, após a feitura da mesma, a vida
delas mudará radicalmente, quanto a aceitação da família, proposição de
emprego, contração de matrimônio e dissipação todo e qualquer tipo de bullying
social. Ledo engano. Tenho repetido para essas pessoas que bisturi não é
varinha de condão.
CG –
Como identificar quem é travesti ou transexual?
GS –
Não é fácil e nem simples. No capítulo do livro que participei, digo que isso
só será possível por intermédio dos microssinais
e nanossinais, devido aos avançados estudos
das neurociências, que vem abrindo caminho para melhor conhecer essa população.
Swaab, em sua obra recente (2014), “We are our brains: a
neurobiography of the brain, from the womb to Alzheimer’s”, aponta que a
transexualidade ocorre no cérebro nos primeiros meses de gravidez, no útero.
Portanto, a transexualidade é cerebral e não construção social, como muitos
apregoam. Ninguém se torna transexual, nasce-se transexual.
CG –
Quais são as carências desta população?
GS –
De todo o tipo. As mais gritantes estão no campo familiar, escolar, social
(incluindo aqui necessidade de renda), afetivo e, principalmente, na auto-compreensão
do próprio fenômeno. A confusão que a sociedade faz na identificação e
classificação do ser transexual também atingem aos próprios seres viventes.
Tanto que é comum encontrarmos seres que desejam fazer mudanças corporais e
buscar identificação com o gênero oposto ao biológico, mas fogem de terapias,
que poderiam ajudar na compreensão da situação em que vivem. O comportamento pode
demonstrar o medo da perda dos sonhos desejados e que talvez não seja tão
verdadeiro.
CG –
Por que isso ocorre?
GS –
Primeiro vivemos numa “sociedade espermatozóica”, onde só têm valor quem é o
primeiro ou o mais “saudável”. Este termo é usado como antônimo de doença.
Transexualidade não é doença. Tanto é que, quando
da descoberta e diagnóstico adequados, é fator de felicidade e não sofrimento.
Mas faz parte do CID (Classificação Internacional
de Doenças), instrumento da Organização Mundial da Saúde (OMS), no item F64-0.
Também está no DSM (Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais), criado por
psiquiatras norte-americanos e que é seguido como uma bíblia pelo resto do
mundo. Tanto é que muitos dos
profissionais que tratam do tema – inclusive no Brasil – usam o termo
“transexualismo”, cujo sufixo, de origem
grega, exprime a ideia de, dentre outros fenômenos, doença. É preciso,
portanto, que todos que estejam envolvidos com esta população tenham um olhar
mais atualizado. Isto não significa aceitar tudo e nem rejeitar tudo. É preciso
mais aprofundamento.
CG – Como isso seria possível?
GS – Primeiro
ver o fenômeno a partir da medicina holística, que é a abordagem de tratamento médico baseada na teoria de que os organismos vivos e o meio ambiente (não
confundir com ecologia) funcionam
juntos como um todo integrado, sob os aspectos físico, psicológico e social. A
partir daí, somar-se ao que eu chamo de “duplo agá” (HH): humanismo holístico. O
humanismo é uma filosofia moral que
coloca os humanos como principais, numa escala de importância. Mas isso
não ocorre na prática. Só vemos isso em discursos de quem detém o poder, qualquer
que seja. Esse novo enfoque requer sensibilidade, desprendimento e estudo,
assim seria possível ver “os olhos brilharem” dos transexuais quando abordarem suas
próprias situações. Mas o que prevalece, hoje, são os medos e sonhos.
CG – Os profissionais envolvidos com essa população têm
receio em buscar esse “novo olhar”?
GS – Eu trocaria a palavra
‘receio’ por desconhecimento. Adicionaria ainda o preconceito que vigora,
infelizmente, em muitos desses profissionais que atuam junto a este público. O
preconceito é velado, mas ele “grita silenciosamente”. André Oliveira,
pesquisador sobre comportamento, diz que as pessoas, precisamente as urbanas,
são conservadoras e liberais. São defensoras de valores superestabelecidos como
a família, o casamento, a segurança e a carreira. Entretanto, por outro lado, querem
testar coisas novas, e tem dificuldade em lidar com a homossexualidade, novas
relações familiares e as drogas. Aliás, eu não gosto de utilizar o termo
‘preconceito’, prefiro definir este ato como “bullying dissimulado”, pois se trata de uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais
ou físicas, feitas de maneira repetitiva, mas de forma sutil, quase
imperceptível.
CG – Você pode
falar um pouco mais sobre esse desconhecimento?
GS –
Em conversas informais com vários profissionais e estudantes de várias áreas,
percebi que o tema da transexualidade sequer é mencionado em uma única aula.
Isso é preocupante quando ocorre, principalmente, em cursos como medicina e
psicologia. Estou formatando uma pesquisa para ver se isso se confirma. O
resultado disso é o que ouvi, certa vez, de uma profissional de psicologia ao
me dizer: ”se uma pessoa chega para mim e diz que é transexual, quem sou eu
para dizer que não é”. Ela se esquece de que dentro desta população há pessoas
com transtornos diversos – corrigíveis – projeções, traumas e outras
manifestações que podem ser passageiras e não configurar, necessariamente, caso de
transexualidade. Não se trata de rejeitar o sujeito auto-declarante, mas de
permitir um diagnóstico minimamente técnico-científico.
CG – Mas esse
conhecimento não passa por uma educação melhor?
GS –
Mas educado todo mundo o é e o tempo todo. É que há certa confusão entre
educação e escolarização. O pai que bate na mãe está educando o filho. Os que
furam a fila de um banco estão educando os demais para a mesma prática ou coisa
pior. A mãe que trai o marido ou esconde uma fruta na sacola dentro de um
supermercado está educando os filhos sobre as mesmas práticas. Portanto, tudo é
educável. O que se deve é melhorar as formas e formatos da escolarização (em
todos os níveis) para torná-la atraente e dentro das necessidades dos
aprendizes. Hoje a escolarização (do maternal a pós-graduação) é um martírio.
Só há adesão devido a obrigação e imposição.
CG – Muitos
transexuais, inclusive, abandonam os estudos devido ao preconceito, não?
GS –
Pode ter sido. Hoje isso já não é mais desculpa. Qualquer pessoa pode continuar
– ou iniciar – a escolarização de dentro de casa, em qualquer momento e qualquer nível
escolar. Certa vez encontrei uma pessoa transexual que passava mais de cinco
horas diárias na frente do Facebook e tinha abandonado os estudos devido ao que
você disse. Então sugeri que ela reservasse meia hora por dia para qualquer
tipo de curso. Resultado: ela deixou de conversar comigo, ficou com raiva.
Então tenho minhas dúvidas quando identifico esses comportamentos vitimizados,
tentando me fazer crer que todo o mal contra ela vem da sociedade.
CG – Acredita
que uma campanha sobre isso não ajudaria, como fazem contra o preconceito?
GS –
Da maneira como é feita hoje, não, não acredito que ajuda a mudar nada. Só
reforça o que existe. As campanhas, qualquer que seja o tema, precisam mudar de
estratégia e técnica. Deixar de ser racionais na linguagem (quer textual, quer
icônica) e partir para apelos emocionais. É isso que fazem a propaganda e
publicidade de produtos. E dentro do foco pretendido. Se a necessidade é tratar
sobre trabalho, não há porque o foco ser na sexualidade. O que é preciso é
demonstrar a qualificação da população objeto da campanha. Costumo brincar que,
para uma vaga de recepcionista, por exemplo, o que menos importa são as
identificações sexuais (gênero ou orientação), mas sua qualificação para atender
e receber. Ninguém irá pedir para levantar a saia ou abaixar as calças para
decidir se aceitará ou não ser atendido por aquela pessoa. Aliás, termino o
capítulo no livro que já mencionei que não há transexualidade abaixo da linha
do umbigo. E sabe por quê? Porque está no cérebro.
CG – Qual é a
sua análise sobre as políticas públicas para travestis e transexuais?
GS – Não acredito que existam. O termo está
sendo muito utilizado. Virou um mantra, principalmente por parte de gestores. Podemos
entender a nomenclatura como uma espécie de planejamento por parte de um ente
público. Mas como pode se planejar se não tem elementos concretos que possa
alimentar esse plano? Um documento público da Prefeitura de São Paulo deixou
isso em evidência. É uma pena. Planejamento sem elementos que alimentam os
preceitos do plano, não é planejamento, é especulação. Não é de se espantar que
os resultados sejam frustrantes. Para ambas as partes. Grosso modo, conforme Graças Rua, política pública envolve decisão sobre diversas ações estratégicas
(planejamento racional – policy) e os
atores receptores (público-alvo – politics).
E a pergunta que fica é: como praticar políticas públicas sem conhecer o perfil
e as necessidades do público-alvo? E por falar em público-alvo, a sua pergunta
abarca duas populações distintas. Portanto, cada uma requer uma política
própria.
CG – Pode dar detalhes?
GS – Sim, duas populações: a de travestis e a de transexuais. Cada uma
requer um planejamento, diagnóstico e prognóstico próprios. São fenômenos
diferentes, apesar das semelhanças. Um exemplo vivo foi a criação do Ambulatório
para Travestis e Transexuais (ASITT) pelo governo do Estado de São Paulo junto
ao CRT. Uma boa ideia mal aplicada. Em entrevista informal não gravada, um dos
diretores me disse que o serviço foi parar lá no CRT porque foi rejeitado em
outras oito unidades médicas do Estado. Teria dito o secretário da saúde da época
(2009): “vocês já estão acostumados a lidar com uma população estigmatizada”. Com
essa visão, o serviço foi implantado no local. Só que os profissionais daquela
unidade têm suas expertises na área
curativa (transexualidade requer atendimento preventivo) e são especialistas no
atendimento aos portadores de HIV há mais de 30 anos. E agora? Resultado: visão
distorcida do fenômeno (o protocolo de atendimento deixa isso evidente –
portaria 1/2010); briga de poder entre os profissionais (“para mim, este
ambulatório, em sua concepção, surge de fontes que, entre si, são antagônicas.
Ele é o resultado do encontro de águas conflituosas”. As palavras estão em Guimarães
A., Bagoas, n. 10, 2013), e inúmeros conflitos entre os usuários do ASITT e portadores
de HIV, sem falar em uma crise sem precedentes, envolvendo pacientes e
profissionais, ocorrida ano passado dentro do ASITT. Repito: uma boa ideia mal
utilizada, devido a disputa de egos, briga por poder, interferência ideológica
e escassez de mão-de-obra e material que compreendessem as premências desta
população.
CG – Você disse que o Ministério da Saúde estabeleceu
o processo transexualizador? O que é isso?
GS – Resumidamente é
uma regulamentação feita pelo ministério a partir das resoluções do Conselho
Federal de Medicina relativa ao atendimento, no nível do governo, sobre o
tratamento ambulatorial e cirúrgico para a população transexual. A última
regulamentação é de 2013 e trata do acompanhamento clínico (considerado de
média complexidade), pré e pós-operatório (alta complexidade). O paciente
precisa ter entre 21 e 75 anos e participar, por no mínimo, dois anos de
acompanhamento antes da operação e um ano no pós-operatório. Esses atendimentos
são feitos em unidades hospitalares nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro,
Porto Alegre e Goiânia e em todos há equipe multiprofissional composto por
médicos psiquiatra, endocrinologista, clínico, ginecologista obstetra,
cirurgião plástico, urologista, além de psicólogo, assistente social e
enfermeiro.
CG – Quais são os avanços em termos de legislação
para esta população?
GS – Eu não tenho
esses dados. Mas não creio que combates em relação ao bullying, criação de
empregos, compreensão familiar, imposição de novos conhecimentos sejam efetivos
por meio da legislação. O Brasil possui mais de 180 mil leis – o que dá uma
média de 18 leis por dia – muito das quais obsoletas, inaplicáveis, irreais,
inúteis e inconstitucionais. Uma sociedade não se muda por decreto, mas por
reeducação social e disponibilidade de escolarização.
CG – Para finalizar...
GS – Agradecer a
oportunidade da conversa e esperando que, a partir deste bate-papo, o blog
possa contribuir mais para a difusão do conhecimento desta temática, que faz
parte de todas as sociedades.