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sábado, 20 de dezembro de 2014

Trangeneridade e cárcere: diálogos sobre uma criminologia transfeminista

Heloisa Bezerra Lima; Raul Victor Rodrigues do Nascimento
Revista Transgressões


Resumo: A pesquisa busca discutir a situação da população transgênera no cárcere a partir da problematização do binarismo de gênero que embasa o sistema penal. Nesse sentindo, o sistema é interpretado como uma representação de todo um contexto de exclusão, preconceito e marginalização constatado além dos muros da prisão, porém de forma amplificada. Analisar-se-á ainda as violações dos direitos dessa parcela da população no âmbito prisional, bem como as medidas estatais tomadas para protegê-la e evitar tais arbitrariedades. Para esse aprofundamento nas medidas protetivas, trataremos da resolução aprovada recentemente pelo Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Conselho Nacional de Política Criminal, que dispõe sobre uma série de medidas cuja efetividade será analisada.


Palavras-chave: Transgeneridade. Sistema prisional. Criminologia
crítica. Criminologia transfeminista.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Pais que permitem mutilação genital serão processados no Reino Unido

Consultor Jurídico
22 de julho de 2014

Pais que permitirem a mutilação genital em suas filhas serão processados, afirmou o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, durante conferência promovida pelo governo britânico e pela Unicef em Londres para debater a prática, que, na maioria dos casos envolve a remoção do clitóris, e o casamento infantil. As informações são do jornal Guardian.

O anúncio acontece um dia após um levantamento revelar que mais de 137 mil mulheres no Reino Unido e no País de Gales já foram submetidas ao procedimento. Segundo dados da City University e do grupo de defesa dos direitos humanos Equality Now, o número de vítimas cresceu consideravelmente nos últimos dez anos, com o aumento da chegada de pessoas vindas de países em guerra.

Segundo o estudo, o grupo mais afetado é formado por imigrantes com idades entre 15 e 49 anos (103 mil). O número de vítimas vindas do Chifre da África — região onde é comum a prática da forma mais extrema de mutilação — aumentou em 32 mil, ainda de acordo com o levantamento.

A medida faz parte de um pacote que visa acabar com a mutilação “definitivamente”. Cameron também lançará um programa de prevenção, com orçamento de 1,4 milhão de libras. Além disso, médicos, professores e assistentes sociais serão obrigados a denunciar a prática.

“Estamos tentando alcançar um objetivo simples e nobre, que é banir a mutilação genital e o casamento infantil forçado”, afirmou o primeiro-ministro. “O contexto é muito simples. É sobre igualdade. Sou pai de três crianças, duas meninas e um garoto. O que eu quero é que minhas filhas cresçam com todas as oportunidades que o meu menino tem”, acrescentou.


Disponível em http://www.conjur.com.br/2014-jul-22/pais-permitem-mutilacao-genital-serao-processados-reino-unido. Acesso em 07 out 2014.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Estudo comprova: empresas com mais mulheres se dão melhor

Olhar Digital
09/04/2014

Um levantamento com dados de vários estudos sobre a participação da mulher no ambiente corporativo trouxe à tona uma série de informações que revelam por que o "sexo frágil", na verdade, de frágil não tem nada.

Encabeçado pelo Instituto Anita Borg para Mulheres e Tecnologia, o levantamento intitulado "The Case for Investing in Women" fez uma varredura entre pesquisas acadêmicas de gênero, destacando o diferencial da mulher.

Entre outras coisas, o estudo revela a descoberta de um economista de Carnegie Mellon de que times com ao menos uma mulher possuem QI coletivo superior àqueles formados apenas por homens.

Quando companhias da Fortune 500 possuem o mínimo de três diretoras, vários fatores-chave são elevados: o retorno de capital investido salta para mais de 66%, o de vendas sobe 42%, o sobre patrimônio líquido é aumentado em 53%.

Companhias com equipes diversificadas têm rotatividade 22% mais baixa e, se há uma cultura mais inclusiva, que se atente para as mulheres, é mais fácil contratar gente diversificada. Em 2012, um estudo sobre a participação da mulher em patentes de tecnologia descobriu que os registros feitos por equipes formadas pelos dois gêneros são citados entre 30% e 40% mais vezes que as patentes semelhantes feitas por times só de homens.

Além disso, uma pesquisa feita em 17 países em diferentes indústrias revelou que ter um número maior de mulheres entre os líderes inspira segurança psicológica, confiança, experimentação de grupo e eficiência.

Estudo completo: http://anitaborg.org/wp-content/uploads/2014/03/The-Case-for-Investing-in-Women-314.pdf


Disponível em http://olhardigital.uol.com.br/pro/noticia/41327/41327. Acesso em 17 abr 2014.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Homens se preocupam mais com a satisfação do parceiro do que as mulheres

Ana Carolina Leonardi
janeiro de 2014

De acordo com estudo divulgado em janeiro de 2014, 70% dos homens considera que a prioridade na relação sexual é dar prazer, enquanto 53% das mulheres pensa da mesma maneira. A pesquisa, patrocinada pela marca de preservativos Durex, reuniu informações sobre sexualidade e educação sexual em 37 países. No Brasil, foram entrevistados 1.004 homens e mulheres, de 18 a 25 anos, entre heterossexuais e homossexuais.

Para a psiquiatra Carmita Abdo, do Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), os dados indicam uma mudança de paradigma. "Enquanto metade das mulheres não se sente na obrigação de satisfazer o parceiro, pouco mais de um quarto dos homens pensa assim. Isso é uma decorrência da liberação sexual feminina".

Segundo Carmita, hoje em dia a mulher tem mais parceiros do que nas gerações passadas. Tem mais condições de conhecer aquilo que gosta e comparar relações diferentes. “A mulher não quer apenas sexo, mas sexo de qualidade".

Para os homens mais inseguros, a prioridade em satisfazer pode se converter em ansiedade e pressão e até comprometer o desempenho. Ainda assim, a psiquiatra não vê a situação como prejudicial à saúde sexual masculina. "Os homens têm a oportunidade de se tornarem melhores amantes. À medida que há preocupação de agradar, as pessoas podem se tornar sexualmente mais preparadas". Ela explica que o desempenho sexual melhora não só com a prática, depende também da finalidade da relação. Uma vez que o objetivo do sexo para o homem deixou de ser apenas a ejaculação, a tendência é que se amplie a variedade das práticas sexuais.

Coincidentemente, o Brasil destacou-se na mesma pesquisa pela diversidade dessas práticas. “O repertório do brasileiro varia mais que a média mundial. Talvez por isso tenhamos a fama de povo sexualmente mais bem resolvido", afirma Carmita. Cerca de metade dos entrevistados brasileiros diz receber sexo oral e 36%, masturbação. Na média global, são, respectivamente, 33% e 22%. Além disso, 15% da amostra nacional alega praticar sexo anal, enquanto no resto do mundo a média é de apenas 8%.


Disponível em http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/homens_se_preocupam_mais_com_a_satisfacao_do_parceiro_do_que_as_mulheres_mostra_pesquisa.html. Acesso em 31 jan 2014.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Vida sexual do brasileiro está “meia-boca”, diz estudo

Luciana Carvalho; Julia Carvalho 
23/01/2014

Ao mesmo tempo em que metade (49%) dos brasileiros afirma ter mais de três relações sexuais por semana, praticamente a mesma proporção de pessoas no país está insatisfeita nesse quesito. Pelo menos é isso que indica a Durex Global Sex Survey, pesquisa feita com 1.004 participantes no Brasil, entre 18 e 65 anos, a pedido da marca de preservativos Durex. De acordo com os dados do estudo, o descontentamento existe para 51% dos homens e 56% das mulheres.

Isso contrasta com a informação de que, para a maioria dos homens (69%) e mulheres (58%), satisfazer o parceiro é um dever. O levantamento, feito a cada dois anos em 37 países, tem a intenção de traçar um perfil sexual da população, e avaliar suas dúvidas e aspirações. Em meio a números e diferentes comportamentos, é possível ver que, por trás da aparência liberal, o brasileiro ainda tem relacionamentos permeados por tabus.

Um exemplo disso é o fato de que só 7% das pessoas afirmam não ter tabus. Segundo a Durex Global Sex Survey, 65% dos homens e 63% das mulheres declararam ter dificuldade de admitir que têm problema sexual. Apesar de os números serem parecidos, são as mulheres que parecem sofrer mais com isso. Enquanto 52% dos homens disseram que sempre atingem o orgasmo em suas relações sexuais, somente 22% delas deram a mesma resposta. Além disso, 51% das mulheres já sentiram dor durante o ato sexual e 32% já perderam a libido em algum momento da vida.

Outros reflexos dos tabus em torno do assunto na sociedade brasileira são as questões sobre sexo no primeiro encontro e traição. As mulheres ainda se mostram mais conservadoras nesses dois aspectos, apesar de estarem mais flexíveis em relação ao passado. A pesquisa mostrou de 39% delas ainda consideram errado fazer sexo já no primeiro encontro, enquanto 24% deles pensam da mesma forma. Sobre traição, 91% das mulheres consideram que fazer sexo com outra pessoa é uma maneira de ser infiel. O número cai para 78% quando o mesmo é perguntado para os homens.

Apesar dos dados não tão satisfatórios e dos tabus, a pesquisa mostra também o lado positivo da sexualidade brasileira. Para a maior parte dos entrevistados (69%), é possível manter o desejo vivo até mesmo em relacionamentos de longo prazo. Além disso, se comparado com o resto do mundo, o perfil do brasileiro pareceu ser mais liberal, indo além da penetração para obter prazer. Os números do país superaram a média mundial em todos os quesitos que diziam respeito a sexo oral, masturbação, massagem sensual e penetração anal.

O Brasil também superou os outros países no que diz respeito ao uso de preservativo na primeira relação. Entre brasileiros, o índice foi de 66%, enquanto na Grécia, que ficou em segundo lugar, foi de 65,5% e na Coreia do Sul foi de 62,8%, ficando em terceiro.

Confira a seguir alguns dos números revelados na pesquisa.

 Homens (%)Mulheres (%)
Insatisfeitos5156
Têm dificuldade de assumir problema sexual6563
Sempre chegam ao orgasmo5222
Quase sempre chegam ao orgasmo1418
Com muita frequência chegam ao orgasmo99
Com alguma frequência chegam ao orgasmo1419
Às vezes chegam ao orgasmo618
Raramente chegam ao orgasmo310
Nunca chegam ao orgasmo03
Já sentiram dor durante o ato-51
Já tiveram perda de libido durante a vida1632
                              

Frequência%
Mais de 3 vezes por semana49
Uma a duas vezes por semana33
Pelo menos uma vez por semana82
Uma vez por mês15
Diariamente (homens)12
Diariamente (mulheres)5
               
Tempo para preliminares%Duração do ato%
0 a 5 minutos150 a 5 minutos13
6 a 15 minutos406 a 15 minutos36
16 a 30 minutos3216 a 30 minutos33
Mais de 30 minutos13Mais de 30 minutos17
                                              
TabusHomens (%)Mulheres (%)
Não aprovam sexo no primeiro encontro2439
Aprovam sexo no primeiro encontro5840
Não aprovam nem desaprovam sexo no primeiro encontro1721
Fazer sexo com outra pessoa é traição7891
                              
Benefícios do sexoHomens (%)Mulheres (%)
Melhora o humor6372
Diminui o estresse5967
Faz sentir-se mais saudável6159
Tornam-se parceiros melhores5448
Sentem-se mais atraentes2625
                              
Versalidade na camaBrasil (%)Mundo (%)
Receber sexo oral5033
Fazer sexo oral4832
Receber masturbação3622
Fazer masturbação3421
Fazer ou receber massagem sensual2216
Fazer ou receber penetração anal186


Disponível em http://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/noticias/vida-sexual-do-brasileiro-esta-meia-boca-diz-estudo?page=1. Acesso em 25 jan 2014.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Machismo: pesquisa mostra que brasileiros ainda querem uma 'Amélia'

Danielle Barg
06 de Dezembro de 2013

O machismo no Brasil é um tema que volta e meia está no topo das discussões: quando se pensa que avançamos neste aspecto, logo aparece alguma novidade para provar o contrário. E enquanto muita gente pensa que alguns conceitos ficaram lá no século passado, uma pesquisa vem trazendo dados preocupantes dentro deste cenário.

O instituto Avon apresentou esta semana os resultados do estudo Percepções dos homens sobre a violência doméstica contra a mulher. O tema machismo foi abordado em diversas questões, uma vez que o comportamento representa um tipo de violência.

Ficou comprovado que muitos deles ainda esperam da mulher o papel de Amélia: servil e pouco ousada. Entre os destaques, estão dados como: 85% dos homens consideram inaceitável que a mulher fique bêbada; 69% não querem que a mulher saia com amigos (as) sem o marido e 46% não gostam que mulheres usem roupas justas e decotadas.

Quando o assunto são as tarefas domésticas, 43% acham que quem deve cuidar da casa é a mulher, enquanto que 89% dos entrevistados consideram inaceitável que a mulher não mantenha a casa em ordem. No campo da sexualidade, 47% deles concordam que o homem precisa mais de sexo do que a mulher.

O Terra conversou com alguns homens para confrontar os dados do estudo.

Álcool, roupas e liberdade

Sair com as amigas, para muitas mulheres, é sinônimo de liberdade e de algumas horas de descontração – longe das obrigações envolvendo trabalho, filhos e casa. Embora alguns homens tenham dificuldade em admitir, o ciúme e o instinto de ‘propriedade’ está presente em muitos relacionamentos.

O gestor ambiental Marcos Flavio, 28, discorda. “Dentro de uma razoabilidade moral, não sendo ridículo, nem expondo a intimidade, creio que uma roupa decotada, combinando, seja sim bonito”, analisa.

Já quando o assunto é o álcool, rejeitado por 85% dos homens da pesquisa, as opiniões são divergentes. Diego Rodrigues, 28, executivo, acredita que é aceitável uma mulher ficar bêbada, mas com uma ressalva. “Desde que não seja uma coisa frequente, ou em situações em que não convém.”

O gestor operacional Robson Leandro da Silva discorda. “E daí que a mulher ficou bêbada? Se fosse o contrário (mulheres achando inaceitável homens bêbados) diriam que é frescura”.

Síndrome de Amélia

O estigma da Amélia, 'que era mulher de verdade’, vem sendo rejeitado ao longo dos anos por muitas mulheres, que hoje em dia têm enorme representatividade no mercado de trabalho. Os homens mais abertos à esta mudança de padrão aceitaram a virada, porém, como comprova a pesquisa, existem muitos que ainda preferem se acomodar no papel de marido provedor – que simplesmente é servido e não assume papéis na vida doméstica.

Com relação ao número de 43% que acham que quem deve cuidar da casa é a mulher, Diego acredita o dado pode estar relacionado às habilidades femininas. "Acho que mulher tem mais bom gosto para cuidar da casa no que diz respeito a móveis, louças, organização.”

Para Matheus, o segredo é o equilíbrio. “Os casais atuais dividem as tarefas e compartilham as coisas boas e ruins de cuidar da casa”, afirma, embora também acredite que “as mulheres são muito mais preocupadas com isso que os homens.”

Robson é contra o número da pesquisa. “Essa divisão não deve existir. Se você divide a casa com alguém, deve dividir as tarefas. A menos que um dos dois tenha por hobby, por exemplo, cozinhar. O que não acredito que aconteça com a questão da limpeza. Felizmente, as mulheres trabalham hoje e não devem assumir as funções de doméstica”, observa.

Sexo

Os hormônios masculinos geralmente são os ‘culpados’ pela aparente maior necessidade de sexo deles. E pelo visto eles concordam, já que 47% pensam desta forma, segundo a pesquisa.

C.R.S., 33, contato comercial, que prefere não se identificar, a informação procede. “O homem é mais sexual do que a mulher. Os homens admitem e as mulheres mais convencionais também. Mas não é palavra, é comportamento, pelo menos sob minha visão.”
Violência doméstica

Os números da violência propriamente dita, revelados pelo estudo, também não são animadores. Entre os mais alarmantes, estão o de que 16% já foram violentos com a companheira, atual ou ex; 56% dos homens já cometerem algum tipo de agressão com a companheira, entre eles, xingamentos (53%), empurrões (19%), tapas (8%).

Além disso, 35% disseram desconhecer a lei Maria da Penha, enquanto que 48% deles não apoia a mulher a buscar a Delegacia de Mulher caso o homem a obrigue a fazer sexo sem vontade.

A pesquisa lembra ainda que a cada 4 minutos uma mulher é vítima de agressão no Brasil e até 70% delas sofrem violência ao longo da vida.


Disponível em http://mulher.terra.com.br/comportamento/machismo-pesquisa-mostra-que-brasileiros-ainda-querem-uma-amelia,77bb0eefc99b2410VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html. Acesso em 15 dez 2013.

domingo, 17 de novembro de 2013

Sexo oral causa mais câncer de garganta que cigarro e bebida, diz pesquisa

Michelle Achkar

O tabaco, substância presente no cigarro, e o consumo de bebidas alcoólicas sempre foram apontados como um dos principais fatores para desenvolvimento de câncer na região da garganta. Pois agora cientistas afirmam que o sexo oral ocupa o topo da lista entre os comportamentos de risco.

Pesquisa realizada pela Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, descobriu que o vírus HPV atualmente é a principal causa da doença em pessoas com menos de 50 anos. O papiloma vírus humano pode provocar lesões de pele ou em mucosas. Existem mais de 200 variações com menores e maiores graus de perigo. Um deles é o causador de verrugas no colo do útero, consideradas lesões pré-cancerosas.

Homens com mais de 50 anos costumavam ser as principais vítimas do câncer de garganta. Principalmente aqueles com histórico de fumo e consumo de bebida alcoólica. Mas o problema tem crescido em faixas etárias mais baixas, e dobrou nos últimos 20 anos nos Estados Unidos em homens com menos de 50 anos devido ao vírus.

Outros países como Inglaterra e Suécia também identificaram aumento da doença devido ao HPV. Na Suécia, apenas 25% dos casos tinham relação com o vírus na década de 1970 e, agora, o índice chega a 90%, de acordo com uma das pesquisadoras, a professora Maura Gillison.

Segundo ela, alguém infectado com o tipo de vírus associado ao câncer de garganta tem 14 vezes mais chances de desenvolver a doença. "O fator de risco aumenta de acordo com o número de parceiros sexuais e especialmente com aqueles com quem se praticou sexo oral", afirmou a pesquisadora.

Os resultados do levantamento vão ao encontro de outros já feitos sobre o mesmo tema, como o realizado pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Realizado no ano passado, o estudo apontou que pessoas que tiveram mais do que seis parceiros com quem praticaram sexo oral tinham nove vezes mais chances de desenvolver câncer de garganta. Nos que já haviam tido algum tipo de infecção provocada pelo HPV, o risco subia para 32 vezes.

Os médicos que realizaram o levantamento sugeriram que homens também sejam vacinados contra o vírus, como é recomendado para as mulheres. Em países como Inglaterra, meninas de 12 e 13 anos recebem a vacina contra HPV e, segundo dados, previne até 90% dos casos de infecções.

No Brasil, há dois tipos de vacinas disponíveis, contra os tipos mais comuns de câncer do colo do útero, mas o governo alerta que não há evidência suficiente da eficácia da vacina, o que só poderá ser observado depois de décadas de acompanhamento. O governo também recomenda a prática de sexo seguro como a melhor maneira de se prevenir.


Disponível em http://saude.terra.com.br/doencas-e-tratamentos/sexo-oral-causa-mais-cancer-de-garganta-que-cigarro-e-bebida-diz-pesquisa,4a788c3d10f27310VgnCLD100000bbcceb0aRCRD.html. Acesso em 13 nov 2013.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Pais brasileiros sonham que filhos sejam médicos ou empresários

Folha online
06/11/2013

Para os pais brasileiros, as profissões ideais para os filhos são as de médico ou empreendedor. É o que mostra uma pesquisa realizada pela rede social corporativa LinkedIn.

Na lista de profissões dos sonhos dos pais, as de médico e empreendedor aparecem em primeiro lugar, empatadas com 35%. Em seguida aparecem funções no ramo financeiro (23%), desenvolvimento de tecnologia e advocacia (19%). O levantamento ouviu 1.001 pessoas.

Pilotos, profissionais de marketing e relações públicas, professores, veterinários e esportistas também estão entre as dez carreiras preferidas.

Para os pais, o mais importante é que seus filhos tenham um trabalho que os façam felizes - a opção foi indicada por 46% deles. Em segundo lugar, aparecem as boas oportunidades de carreira, com 42%, e um salário que permita uma vida confortável (39%).

Em contrapartida, para os filhos, um bom salário é o mais desejável em uma profissão (39%). Felicidade e oportunidades de carreira estão em seguida, com 36% e 33%, respectivamente.
Segundo a pesquisa, tanto para os pais (63%), quanto para os filhos (54%), o principal indicador de sucesso na carreira é estar satisfeito com o trabalho.


Disponível em http://classificados.folha.uol.com.br/empregos/2013/11/1367622-pais-brasileiros-sonham-que-filhos-sejam-medicos-ou-empresarios.shtml#__utma=7414573.1801280418.1383748255.1383754641.1383758715.3&__utmb=7414573.15.10.1383758715&__utmc=7414573&__utmx=-&__utmz=7414573.1383758715.3.2.utmcsr=spiffy.corp.folha.com.br|utmccn=(referral)|utmcmd=referral|utmcct=/news/site/29/section/10182/newstexts/new&__utmv=-&__utmk=154751166. Acesso em 06 nov 2013.

sábado, 2 de novembro de 2013

Perfil do consumidor de entretenimento LGBT nas cidades de Vila Velha e Vitória-ES

Deivid Vargas Rocha
Luiz Claudio Pereira
XXIV ENANGRAD
Florianópolis, 2013

Resumo: Estudar os clientes e consumidores em potencial mostra-se importante para as organizações dirigirem ações de marketing que tragam retorno do investimento. Com a finalidade de auxiliar o mercado de entretenimento LGBT dos municípios de Vila Velha e Vitória, este artigo investigou o perfil de seus consumidores. Uma pesquisa de marketing descritiva realizada através de pesquisa de campo, com dados coletados através de questionários tratados quantitativamente. Os resultados indicam que a maioria dos consumidores são do sexo masculino, homossexuais, solteiros, com idade entre 18 e 24 anos, formação superior, com renda mensal entre 3 e 5 salários mínimos e moradores de Vila Velha. Gastam em média de R$ 242,00 por mês com o serviço, com frequência de consumo de 1 a 3 vezes por semana, informando-se dos eventos pela Internet, especialmente através de redes sociais. Os preços de mercado são considerados altos em relação à qualidade, avaliada como regular com maior carência quanto aos tipos de serviços oferecidos e o atendimento. Por fim identificou a falta de estudos relacionados e um potencial na criação de serviços para o público menor de 18 anos.



segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Mais de 40% dos jovens homossexuais não usam regularmente preservativos

Elaine Patricia Cruz
30/07/2013

Cerca de 42% dos jovens homossexuais do sexo masculino nem sempre usam preservativos em suas relações sexuais. O dado foi divulgado hoje (30) pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo com base em dados coletados durante a Parada do Orgulho LGBT (gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, transexuais e transgêneros) deste ano, na capital paulista.

“Os adolescentes conhecem o preservativo e conhecem os riscos e as questões das doenças sexualmente transmissíveis, mas o que nós temos certeza é que conhecer o preservativo não garante o [seu] uso. E quando tem um parceiro fixo, esse é um fator importante para se deixar de usá-lo [o preservativo]”, disse Albertina Duarte Takiuti, médica e coordenadora do Programa Estadual de Saúde do Adolescente, em entrevista à Agência Brasil.

Para o levantamento, a secretaria ouviu 108 jovens, de ambos os sexos biológicos, com idades entre 10 e 24 anos, e que se consideram lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. Desse total de jovens, 20% disseram que o uso da camisinha nas relações sexuais acontece de vez em quando, mas o número é maior entre os entrevistados do sexo masculino (42% do total).

De acordo com o levantamento, 43,7% dos entrevistados do sexo feminino disseram nunca usar preservativos nas relações sexuais, enquanto entre os homens o percentual é 3,3%. A principal justificativa das mulheres para não usarem o preservativo é o fato delas acreditarem que sexo entre mulheres não necessita deste tipo de prevenção. Entre os homens, o principal motivo para não se usar camisinha é ter parceiro fixo. “As mulheres acreditam que nada vai acontecer. E os homens acreditam que o parceiro fixo garante a relação sexual [sem riscos]. O parceiro fixo não garante, de forma nenhuma, a possibilidade de não se ter risco. Na verdade, a prova de confiança do parceiro fixo é uma ilusão”, disse ela.

Segundo a médica, mesmo em uma relação entre duas mulheres há a necessidade do uso de preservativos ou de cautelas para se evitar a contaminação ou os riscos de se adquirir uma doença sexualmente transmissível. “É preciso desmistificar que o preservativo diminui o prazer. O preservativo é uma película tão simples que pode aumentar o prazer: o contato com a pele fica menor, prolongando o prazer. E, psicologicamente, tira o medo, o risco e a situação de vulnerabilidade. Uma pessoa que tem atividade sexual coberta de mais segurança, tem um desempenho melhor”, disse Albertina.

A pesquisa apontou que a maior parte dos entrevistados  - 87% do total -  acha que o público LGBT é mais vulnerável ou corre mais riscos que os heterossexuais. O principal risco apontado por eles (por 20% do total de entrevistados) foram as doenças sexualmente transmissíveis.

Na capital paulista funcionam duas casas do Adolescente, que oferecem atendimento médico e psicológico a jovens entre 10 e 20 anos. Uma delas funciona em Pinheiros; a outra, em Heliópolis. Há também 21 unidades espalhadas por todo o estado. A Casa do Adolescente oferece atendimento multidisciplinar, com médicos, dentistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e professores.

As casas do Adolescente mantém o Disque Adolescente, serviço gratuito de comunicação em que os jovens podem tirar suas dúvidas sobre sexo seguro, anticoncepcionais e relacionamentos afetivos, entre outros assuntos. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 11h às 14h, pelo número (11) 3819-2022.


Disponível em http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-07-30/mais-de-40-dos-jovens-homossexuais-nao-usam-regularmente-preservativos. Acesso em 28 out 2013.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Maioria dos brasileiros acha que publicidade trata a mulher como objeto

Bia Barbosa
30/09/2013

A pesquisa "Representações das mulheres nas propagandas na TV", realizada pelo Data Popular e Instituto Patrícia Galvão e lançada nesta segunda-feira (30), em São Paulo, revela que uma das principais bandeiras do movimento feminista e dos defensores da democratização da mídia agora também é abraçada pela maioria da população brasileira. O estudo, que ouviu 1.501 homens e mulheres maiores de 18 anos, em 100 municípios de todas as regiões do país, mostrou que 56% dos brasileiros e brasileiras não acreditam que as propagandas de TV mostram a mulher da vida real. Para 65%, o padrão de beleza nas propagandas é muito distante da realidade da nossa população, e 60% consideram que as mulheres ficam frustradas quando não conseguem ter o corpo e a beleza das mulheres mostradas nos comerciais.

A pesquisa mostrou ainda que 84% da população - 84% dos homens também! - acham que o corpo da mulher é usado para promover a venda de produtos. Para 58%, as propagandas de TV mostram a mulher como um objeto sexual, reduzida a bunda e peito. Um dos dados mais interessantes do estudo, no entanto, é o que aponta que 70% da população defendem algum tipo de punição para os responsáveis por propagandas que mostram a mulher de forma ofensiva. Ou seja, de maneira semelhante ao dado da pesquisa da Fundação Perseu Abramo, que revelou que 71% dos brasileiros e brasileiras defendem a regulação dos meios de comunicação de massa, agora, percentual equivalente também defende a regulação da propaganda, com responsabilização pela veiculação de conteúdos machistas e que violem os direitos das mulheres.

Na avaliação da diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, Jacira Melo, a pesquisa será uma ferramenta importante para levar este debate ao conjunto da população do país. "Uma coisa são nossos argumentos, do movimento feminista. Outra é uma pesquisa que mostra uma percepção contundente e coerente da população sobre este tema", disse.

No Brasil, a regulação da publicidade cabe ao CONAR, conselho de autorregulação do setor, que atua com base no Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária. O Código, em seus artigos 19 e 20, afirma que "toda atividade publicitária deve caracterizar-se pelo respeito à dignidade da pessoa humana" e que "nenhum anúncio deve favorecer ou estimular qualquer espécie de ofensa ou discriminação racial, social, política, religiosa ou de nacionalidade". As críticas à atuação do CONAR, no entanto, são inúmeras, da lentidão à não aplicação efetiva do Código.

É por isso que países como a França e a Inglaterra adotam mecanismos de corregulação da publicidade. Ou seja, se a autorregulação não funciona, o Estado - através da aplicação de leis e do funcionamento de órgãos reguladores - tem o direito e o dever de agir. E a pesquisa do Data Popular/Instituto Patrícia Galvão é a prova de que as mulheres seguem sendo desrespeitadas nas propagandas de TV no Brasil.

Falta diversidade

A pesquisa lançada nesta segunda-feira também apresenta uma série de dados que mostram a brutal ausência de diversidade na representação da mulher nos comerciais de televisão. Na percepção da sociedade, as mulheres nas propagandas são majoritariamente jovens, brancas, magras e loiras, têm cabelos lisos e são de classe alta. O problema é que não é assim que as mulheres querem se ver representadas.

Enquanto 80% consideram que as propagandas na TV mostram mais mulheres brancas, 51% gostariam de ver mais mulheres negras. Não coincidentemente, a população negra no Brasil é muito próxima deste percentual. Enquanto 73% consideram que as propagandas na TV mostram mais mulheres de classe alta, 64% gostariam de ver mulheres de classes populares nas propagandas. Enquanto 87% veem mais mulheres magras nas propagandas na TV, 43% gostariam de ver mais mulheres gordas. Enquanto 78% veem mais mulheres jovens, 55% gostariam de ver mais mulheres maduras.

Há quem possa argumentar: "mas a publicidade nunca trabalhou com representação; sempre vendeu um determinado padrão". A novidade é que isso não está mais colando!

Para Renato Meirelles, diretor do Instituto Data Popular, a pesquisa mostra que há uma crise de identidade na publicidade e uma incompetência do mercado em relação à mulher. Enquanto as mulheres querem se ver e se reconhecer nas propagandas, os comerciais continuam trabalhando com um padrão aspiracional. "A questão é que a lógica da frustração não serve mais para vender produtos no Brasil. A mulher quer algo que está ao seu alcance, e não o impossível", afirma.

Ou seja, nem com toda a overdose massacrante dos padrões de beleza, que transformaram o Brasil no país da cirurgia plástica e dos lucros bilionários da indústria dos cosméticos, a mulher brasileira deixou de considerar importante se sentir representada na TV. Isso ficou muito claro na pesquisa. E certamente será um importante instrumento de luta para deixar a televisão brasileira com a nossa cara.

A partir dos dados da pesquisa, o Instituto Patrícia Galvão lançará um concurso de vídeos que discutam o tema da imagem da mulher na publicidade. A íntegra do estudo pode ser acessada em http://pagusec21.emktsender.net/registra_clique.php?id=H%7C736115%7C188488%7C546&url=http%3A%2F%2Fwww.agenciapatriciagalvao.org.br%2Fimages%2Fstories%2FPDF%2Fagenda%2FRepresentacoes_das_mulheres_nas_propagandas_na_TV.pdf .

Disponível em http://www.cartacapital.com.br/blogs/intervozes/maioria-dos-brasileiros-acha-que-publicidade-trata-a-mulher-como-objeto-sexual-1821.html. Acesso em 07 out 2013.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Masturbação e pornografia podem se tornar dependência; veja pesquisa

Elvis Pereira
01/09/2013

Masturbação e pornografia podem se tornar uma dependência. Desde o fim de 2010, o IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas, em São Paulo, acompanha 86 homens com comportamento sexual compulsivo. Eles participam do primeiro estudo sobre o tema no país feito com pacientes. O objetivo é buscar evidências científicas sobre o problema e formas mais eficazes de tratá-lo, segundo Marco Scanavino, 47, principal autor da pesquisa. Os resultados iniciais foram divulgados neste ano, na revista "Psychiatry Research".


Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2013/09/1334806-masturbacao-e-pornografia-podem-se-tornar-dependencia-veja-pesquisa.shtml. Acesso em 10 set 2013.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

1% da população não tem nenhum desejo sexual

Destak Jornal
26 de Agosto de 2012

Um por cento da população não sente nenhuma espécie de atração sexual. A afirmação é de Anthony Bogaert, pesquisador e professor associdado da Brock University do Canadá, que chegou à conclusão após analisar as respostas que 18 mil britânicos deram sobre a vida sexual em estudo realizado na década de 1990.

No levantamento, parte dos entrevistados afirmou que nunca havia se sentido sexualmente atraído nem por pessoas do sexo oposto nem por pessoas do mesmo sexo.

A pesquisa virou "Entendendo a Assexualidade", livro que será lançado em setembro. Em entrevista ao jornal americano "Daily News", Bogaert explicou que há duas formas de assexualidade. Existem as pessoas que possuem um certo nível de desejo sexual, mas não o colocam em prática com outras pessoas e apenas se satisfazem sozinhas por meio da masturbação, e há também o grupo que não possui nenhum tipo de desejo sexual.

A obra também defende que os assexuados devem ser classificados na categoria "quarta sexualidade", levando em conta que já existem os héteros, os homossexuais e os bissexuais. Para Bogaert, que enxerga na falta de desejo sexual uma possível reação a uma excessiva promoção do sexo nas sociedades modernas, os assexuados sempre existiram, mas só agora resolveram "sair do armário".


Disponível em http://www.destakjornal.com.br/noticias/saude/1-da-populacao-nao-tem-nenhum-desejo-sexual-157341/. Acesso em 25 ago 2013.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Universidades da Califórnia estudam perguntar a orientação sexual dos alunos

EFE
31/03/2012

As universidades estatais da Califórnia (EUA) estudam questionar os alunos sobre sua orientação sexual nos formulários de matrícula do próximo ano letivo para conhecer a percentagem de homossexuais entre os estudantes, segundo publicou nesta sexta-feira o "Los Angeles Times" em seu site.

A iniciativa, que começou a ser avaliada nos 23 campi do estado, responde a um relatório da rede de universidades que determina que os alunos gays sofrem maiores taxas de depressão e sentem-se desrespeitados com mais frequência no campus [do que os demais].

O objetivo seria conhecer a dimensão da comunidade gay dentro dos centros de educação superior para poder atender a suas "necessidades específicas para sua segurança e apoio educacional", explicou Christopher Ward, assistente do democrata Marty Block, que impulsionou no ano passado a lei AB 620 contra os abusos escolares a homossexuais.

Em qualquer caso, a resposta à pergunta sobre a orientação sexual será opcional e dependerá de cada aluno revelar oficialmente sua condição.

O republicano Tom Harman, que votou contra a lei AB 620, assegurou que essa medida representará uma "invasão da privacidade" e alertou dos problemas que poderia causar se essa informação pessoal caísse nas mãos erradas.

Uma pesquisa realizada em 2010 entre estudantes universitários na Califórnia determinou que 87% dos consultados eram heterossexuais, 3% se declararam gays ou lésbicas e outros 3% se consideraram bissexuais, enquanto 1% confessou não ter certeza de sua opção. O restante preferiu não responder.


Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1069963-universidades-da-california-estudam-perguntar-a-orientacao-sexual-dos-alunos.shtml. Acesso em 03 ago 2013.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Estudo descobre vantagem reprodutiva em homens com voz grave

Nicholas Bakalar
03/12/07

Homens com voz grave podem ter vantagem de sobrevivência, com chances melhores de perpetuar genes. Pesquisadores descobriram que os homens com voz mais grossa têm mais filhos, pelo menos entre os hadza, tribo de caçadores da Tanzânia.

De acordo com informações anteriores de um artigo publicado online para a edição de 22 de dezembro da revista científica "Biology Letters", a maioria das mulheres das sociedades ocidentais se sente mais atraída a homens que têm voz mais grave, associando essa característica a indivíduos mais saudáveis e viris. Os homens, por sua vez, acham que as vozes mais agudas são mais atraentes.

É difícil descobrir quais são os motivos evolucionários que explicam o êxito reprodutivo em uma sociedade que usa métodos modernos de controle de natalidade. Os hadza não fazem controle de natalidade e escolhem seus próprios parceiros. Isso faz com que se constituam no que os pesquisadores chamam de "população de fertilidade natural" em que é possível testar hipóteses sobre êxito reprodutivo humano.

Os pesquisadores coletaram gravações de voz (os hadza falam o idioma swahili) e o histórico reprodutivo de 49 homens e 52 mulheres, a fim de identificar se o tom de voz teria alguma influência na quantidade de filhos.

Depois de idade, detectou-se que tom de voz é um indicador extremamente preciso da quantidade de filhos gerados pelo homem. Além disso, homens com vozes mais graves têm um número significativamente maior de filhos. Os pesquisadores estimaram que a qualidade de voz, isoladamente, representaria 42% da diferença no êxito reprodutivo masculino. A qualidade da voz feminina não possui relação com o número de filhos que as mulheres têm.

As explicações para o fato de homens com voz mais grossa terem maiores chances de gerar mais filhos não são claras, mas os pesquisadores destacam algumas possibilidades. Os homens de voz grave talvez tenham mais parceiras, parceiras mais saudáveis ou façam intervalos mais curtos entre o nascimento de um filho e outro, ou talvez comecem a reproduzir mais precocemente.

Este estudo, como apontam seus autores, é o primeiro a analisar o efeito do tom de voz na aptidão darwiniana em seres humanos. As descobertas vão ao encontro das constatações de diversos estudos que mostram que os sinais acústicos exercem um papel na influência da escolha feminina de parceiros em animais.

Coren Apicella, principal autora do estudo e doutoranda em antropologia biológica em Harvard, disse que as descobertas "podem, na verdade, não ter um reflexo em nossa sociedade quanto à vantagem reprodutiva." Observamos muitas características na hora de escolhermos parceiros, observou ela.

Além disso, como a paternidade foi identificada por relatos pessoais, não por DNA, pode ser que homens de voz mais grossa apenas sejam mais confiantes em relação à paternidade.


Disponível em http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL199910-5603,00-ESTUDO+DESCOBRE+VANTAGEM+REPRODUTIVA+EM+HOMENS+COM+VOZ+GRAVE.html. Acesso em 25 jul 2013.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Atenção à saúde de pacientes com ambiguidade genital

Susane Vasconcelos Zanotti
Hélida Vieira da Silva Xavier
Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Arquivos Brasileiros de Psicologia; Rio de Janeiro, 63 (2): 1-121, 2011

Resumo: A presente pesquisa buscou conhecer e compreender as ações envolvidas na atenção à saúde de pacientes com ambiguidade genital em um Hospital Geral do Nordeste. A metodologia consistiu em levantamento de dados nos prontuários para identificar os casos de ambiguidade genital atendidos no período de 2003 a 2007 e entrevistas com profissionais da área de saúde. A chegada ao hospital de um sujeito com genitália ambígua fomenta questões delicadas pertinentes ao diagnóstico e tratamento à problemática. Este último esbarra em limitações relacionadas à infraestrutura do hospital. Somado a isso, as dificuldades geradas pela dinâmica hospitalar restringe a conduta dos profissionais de saúde envolvidos na atenção à saúde de pacientes com ambiguidade genital.


segunda-feira, 8 de julho de 2013

Brasil é um dos piores países para mulheres empreendedoras

Olhar Digital
28 de Junho de 2013

O Brasil está entre os piores países para mulheres empreendedoras. Um ranking da Dell, baseado em estudo da Global Entrepreneurship and Development Index (GEDI), mostra que, entre os 17 países analisados, o Brasil fica apenas em 14º.

O ranking dá uma pontuação de 0 a 100 para cada um dos países, levando em conta 30 indicadores. Segundo a Exame, os dados foram extraídos de diversas fontes, de modo a analisar quantidade de empreendedoras e programas de incentivo.

À frente do Brasil estão surpresas como Malásia, que tem uma economia minúscula em relação ao Brasil, e China, onde há um grande histórico de misoginia.

Os Estados Unidos lideram o ranking, com 76 pontos, seguido por Austrália, com 70, e Alemanha, com 63. Os piores países da lista para uma mulher empreendedora seriam Uganda e Índia, cada uma com 32 pontos.

Confira a lista:

1- Estados Unidos: 76
2- Austrália: 70
3- Alemanha: 63
4- França: 56
5- México: 55
6- Reino Unido: 51
7- África do Sul: 43
8- China: 41
9- Malásia: 40
10- Rússia: 40
11- Turquia: 40
12- Japão: 39
13- Marrocos: 38
14- Brasil: 36
15- Egito: 34
16- Índia: 32
17- Uganda: 32


Disponível em http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/noticias/brasil-e-um-dos-piores-paises-para-mulheres-empreendedoras. Acesso em 29 jun 2013.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Um em cada cinco brasileiros sofreu punição física regular na infância

Karina Toledo
29/06/2012

Uma pesquisa realizada em 11 capitais brasileiras revelou que mais de 70% dos 4.025 entrevistados apanharam quando crianças. Para 20% deles, a punição física ocorreu de forma regular – uma vez por semana ou mais.

Castigos com vara, cinto, pedaço de pau e outros objetos capazes de provocar danos graves foram mais frequentes do que a palmada, principalmente entre aqueles que disseram apanhar quase todos os dias.

O levantamento foi feito em 2010 e divulgado este mês pelo Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo (USP), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP.

O objetivo da pesquisa, segundo Nancy Cardia, vice-coordenadora do NEV, foi examinar como a exposição à violência afeta as atitudes, normas e valores dos cidadãos em relação à violência, aos direitos humanos e às instituições encarregadas de garantir a segurança.

“A pergunta sobre a punição corporal na infância se mostrou absolutamente vital para a pesquisa. Ao cruzar esses resultados com diversas outras questões, podemos notar que as vítimas de violência grave na infância estão mais sujeitas a serem vítimas de violência ao longo de toda a vida”, disse Cardia.

A explicação mais provável para o fenômeno é que as vítimas de punição corporal abusiva na infância têm maior probabilidade de adotar a violência como linguagem ao lidar com situações do cotidiano.

“A criança entende que a violência é uma opção legítima e vai usá-la quando tiver um conflito com colegas da escola, por exemplo. Mas, ao agredir, ele também pode sofrer agressão e se tornar vítima. E isso cresce de forma exponencial ao longo da vida”, disse Cardia.

Os entrevistados que relataram ter apanhado muito quando criança foram os que mais escolheram a opção “bater muito” em seus filhos caso esses apresentassem mau comportamento. Também foram os que mais esperariam que os filhos respondessem com violência caso fossem vítimas de agressão física na escola. Segundo os pesquisadores, os dados sugerem um ciclo perverso de uso de força física que precisa ser combatido.

Os resultados foram comparados com levantamento semelhante de 1999, realizado pelo NEV nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Belém, Manaus, Porto Velho e Goiânia. No levantamento de 2010, a capital Fortaleza também foi incluída.

Embora o percentual dos que afirmam ter sofrido punição física regular tenha diminuído na última década – passando de um em cada quatro entrevistados para um em cada cinco –, ainda é considerado alto.

A pesquisa mostrou também que a percepção da população sobre crescimento da violência diminuiu, passando de 93,4% em 1999 para 72,8% em 2010. No último levantamento, porém, foi maior a quantidade de entrevistados que disse ter presenciado em seus bairros uso de drogas, prisão, assalto e agressão.

De modo geral, houve uma melhora na avaliação das instituições de segurança. O Exército apresentou um aumento expressivo de 55,2% em 1999 para 66,6% em 2010. A aprovação da Polícia Federal saltou de 42% para 60%. O índice de aceitação da Polícia Militar, a mais mal avaliada, passou de 21,2% para 38%.

Penas e prisões

Um achado considerado preocupante pelos pesquisadores foi o crescimento da tolerância ao uso de violência policial contra suspeitos em determinados casos. O número de pessoas que discorda claramente da tortura para obtenção de provas caiu de 71,2% para 52,5%, o que significa que quase a metade dos entrevistados (47%) toleraria a violência nessa situação.

Também caiu o percentual dos que discordam totalmente que a polícia possa “invadir uma casa” (de 78,4% para 63,8%), “atirar em um suspeito” (de 87,9% para 68,6%), “agredir um suspeito” (de 88,7%, para 67,9%) e “atirar em suspeito armado” (de 45,4% para 38%).

Quando questionados sobre qual seria a punição mais adequada para delitos considerados graves – entre eles sequestro, estupro, homicídio praticado por jovem, terrorismo, tráfico de drogas, marido que mata mulher e corrupção por político –, muitos entrevistados defenderam penas que não fazem parte do Código Penal brasileiro, como prisão perpétua, pena de morte e prisão com trabalhos forçados.

A pena de morte foi mais aceita em casos de estupro (39,5%) e a prisão com trabalhos forçados foi mais defendida para políticos corruptos (28,3%).

“Já esperávamos que a população apoiasse penas mais duras por causa da frustração que existe em relação à impunidade. O conjunto das respostas indica que as pessoas consideram as prisões como um depósito”, avaliou Cardia.

Para a maioria dos entrevistados, a prisão é percebida como pouco ou nada eficiente tanto para punir (60,7%) e reabilitar (65,7%) criminosos como para dissuadir (60,9%) e controlar (63%) possíveis infratores. Essa questão foi avaliada apenas na pesquisa de 2010.

Outro aspecto da pesquisa considerado negativo por Cardia foi a baixa valorização de direitos democráticos como liberdade de expressão e de oposição política.

Mais de 42% dos entrevistados concordam totalmente ou em parte que é justificável que o governo censure a imprensa e 40% aceitam que pessoas sejam presas por posições políticas, com a finalidade de manter a ordem social. Para 40,4%, o país tem o direito de retirar a nacionalidade de alguém por questões de segurança nacional.

“Esperávamos que, 30 anos após o fim da ditadura, os valores da democracia tivessem 70% ou 80% de aprovação, mas isso não ocorreu. Além disso há focos muito pouco democráticos que sobrevivem, como o apoio à tortura. Há resquícios do pensamento de que degredo é legítimo e pode ser aplicado no século 21. É chocante”, disse Cardia.


Disponível em http://agencia.fapesp.br/15812. Acesso em 22 jun 2013.