Geógrafo
e empresário
25.11.2011| 01:30
Não
resisti em comentar um artigo com título homônimo, do ótimo psicanalista
Contardo Calligaris, publicado na Folha de S. Paulo recentemente. O texto
ajuda a compreender os inacreditáveis comportamentos de alguns chefes com seus
subordinados, de violências físicas e verbais entre casais ou amigos. Ele comenta da explosão da homofobia e do ódio discriminatório na mesma
proporção em que as sociedades se tornam através das leis e da evolução no
comportamento, mais tolerantes.
Como psicanalista, Contardo faz uma explicação clássica da homofobia: “Quando
as minhas reações são excessivas, deslocadas e difíceis de serem justificadas é
porque emana de um conflito interno. Por que afinal me incomodaria meu vizinho
ser homossexual e beijar outro homem na boca? E o que acontece é: como estou
com dificuldades de conter a minha própria homossexualidade, então é mais fácil
reprimir a dos outros, ou seja, condená-la, persegui-la, se possível até
fisicamente, porque isso me ajuda a conter a minha”.
A tese é comprovada por pesquisadores da Universidade da Geórgia, que anos
atrás, selecionaram 64 homens que se apresentavam como sendo exclusivamente
heterossexuais. Após um teste clássico que estabelece o índice de homofobia,
foram compostos dois grupos: os não homofóbicos e os homofóbicos. Todos
vestiram um plastimógrafo peniano (que vem a ser um instrumento com o qual se
registra a ereção, mínima que seja). Todos foram expostos a vídeos
pornográficos, mostrando cenas de sexo consensual entre heterossexuais e
homossexuais. Confirmou-se a interpretação da psicologia onde: indivíduos
homofóbicos demonstram excitação sexual diante de estímulos homossexuais.
Portanto, humilhados e ofendidos, quando receberem um grito ou uma grosseria de
um chefe ou companheiro, saibam que por trás de um bruto e mal educado pode
haver uma ótima figura humana, se resolvesse aceitar seus desejos e sua
identificação sexual.
Disponível em <http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2011/11/25/noticiaopiniaojornal,2342416/homofobia-e-homossexualidade.shtml>.
Acesso em 02 dez 2011.