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sábado, 16 de novembro de 2013

Cyberqueer: performances de gênero e mobilização de traços identitários na construção da narrativa da personagem Katylene no blog e no Twitter

Rafael Soares Krambeck
Universidade do Vale do Rio dos Sinos-Unisinos
Pós-Graduação em Comunicação
Processos Midiáticos

Resumo: O presente trabalho consiste em uma análise das performances desempenhadas pela personagem Katylene Beezmarcky no blog homônimo e no Twitter. Assim o estudo aborda as novas tecnologias como dispositivos que reconfiguram as performances de gênero na contemporaneidade. Além disso, pensam-se as tecnologias da comunicação como formas de mobilizar traços culturais de diferentes grupos como uma estratégia de construção de uma narrativa de si no ciberespaço. O objetivo do trabalho é observar os usos de diferentes plataformas comunicacionais (blog e Twitter) pelo blogueiro Daniel Carvalho para a criação da personagem travesti, contextualizando a popularização da personagem em um contexto contraditório de grande homofobia característico do Brasil. A pesquisa busca articular as noções de performatividade de gêneros e matriz de normas heterossexuais, referentes à teoria queer, com os estudos sobre tecnologias digitais e comunicação mediada por computador, da cibercultura. No desenvolvimento da pesquisa, primeiramente, discutem-se as noções socioculturais em relação aos sexos, as sexualidades e os gêneros, então, considera-se três momentos fundamentais dos estudos culturais de gênero: aqueles que procuravam explicar a submissão da mulher, aqueles que relativizam as noções até então construídas e a teoria queer. Assim, ao adotar a perspectiva queer, desconstrói-se a noção essencialista de sexo e gênero, para explicar a performatividade dos mesmos e como esta irá instaurar uma matriz heteronormativa. Em um segundo momento, faz-se consideações sobre a cibercultura e suas implicações na construção de identidades na contemporaneidade. Para, então, aproximar-se do objeto de estudo de maneira baseada na Teoria Fundamentada. Assim, identificam-se as estratégias e udos das plataformas online enquanto performances de gênero e a mobilização de traça identitários na construção de uma narrativa da personagem estudada. Percebeu-se que a personagem tem uma relação íntima com os espaços propiciados pela internet, usando muito dos materiais disponíveis online. Além disso, ela se configura enquanto uma personagem do universo trans, mas não da mesma forma, Katylene extrapola se tornando algo como o estereótipo da travesti.