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sábado, 27 de dezembro de 2014

Cientistas fecundaram óvulos sem usar espermatozoides

BBC BRASIL
10 de julho, 2001


Cientistas na Austrália afirmam terem descoberto uma maneira de fecundar óvulos utilizando material genético que pode ser extraído de qualquer célula do corpo humano.

A técnica pode vir a ser utilizada para ajudar casais, com problemas de fertilidade, a terem filhos.

Teoricamente, a descoberta também poderá permitir que casais de lésbicas possam ter uma filha sem a necessidade do envolvimento de um homem na geração da criança. As mulheres não possuem os cromossomos necessários à geração de um menino.

Esta técnica de fertilização foi desenvolvida pela doutora Orly Lacham-Kaplan, da Universidade de Monash, da cidade de Melbourne.

Células somáticas

A doutora Orly disse que sua equipe conseguiu fertilizar os óvulos de ratos, em laboratório, utilizando outras células do corpo do animal conhecidas como células somáticas.

Até então isto não era possível porque os cientistas não sabiam como combinar as células somáticas, que contêm dois conjuntos de cromossomos, com as células dos espermatozóides que contêm apenas um.

A equipe de cientistas da Universidade de Monash utilizou componentes químicos para eliminar o segundo conjunto de cromossomos.

Para conseguir fazer a eliminação, os cientistas imitaram o processo natural de fecundação, que divide os dois conjuntos de cromossomos existentes num óvulo, eliminando um deles e liberando o remanescente para combinar com o conjunto único que é trazido pelo espermatozóide.

Gestação

Entretanto, a equipe da doutora Orly só vai ter certeza do sucesso da nova técnica quando os óvulos fecundados forem transferidos para o útero das fêmeas para a gestação.

"Temos que aguardar pelo menos seis meses para ver se os embriões vão sobreviver e se os bebês nascerão saudáveis", disse a doutora Orly Lacham-Kaplan.

A cientista disse que começou a estudar o assunto para ajudar os homens que não podiam gerar bebês porque não possuíam esperma ou células com potencial de serem transformadas em esperma.

A doutora Orly acrescentou que: "Teoricamente podemos usar as células somáticas de uma mulher para produzir o embrião. Portanto, esta técnica pode ajudar duas mulheres a terem seu próprio filho biológico."

Revolução

O doutor Robert Winston, especialista em fertilidade, disse que a nova técnica é realmente revolucionária e tem grande potencial: "A maravilha desta técnica é tornar a clonagem totalmente desnecessária. É uma técnica muito melhor e eticamente muito mais aceitável porque são utilizados cromossomos dos dois parceiros."

O doutor Winston disse que, teoricamente, a técnica permitiria inclusive que uma mulher tenha filhos reproduzidos a partir de seus próprios cromossomos. Entretanto, ele acrescenta que o uso de cromossomos da mesma pessoa pode aumentar enormemente a possibilidade de geração de crianças com defeitos genéticos.


Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2001/010710_fertilidade.shtml. Acesso em 27 dez 2014.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Pacientes que nasceram sem vagina ganham órgão feito com suas células

Reuters
11/04/2014 

Quatro jovens que nasceram sem vagina ou com vagina anormal receberam implantes de material cultivado em laboratório feito a partir de suas próprias células, no mais recente caso de sucesso para criação de órgãos de substituição, o que até agora inclui também traqueias, bexigas e uretras.

Testes de acompanhamento mostraram que as novas vaginas não se diferenciaram do próprio tecido das mulheres, e o tamanho dos órgãos aumentou à medida que as pacientes – que receberam os implantes na adolescência –  amadureceram.

Todas as jovens já são sexualmente ativas e relatam ter uma função vaginal normal. No momento das cirurgias, feitas entre junho de 2005 e outubro de 2008, elas tinham entre 13 e 18 anos de idade.

Duas das mulheres, que nasceram com útero funcional, mas sem vagina, agora também menstruam normalmente. Ainda não está claro se elas poderão ter filhos, mas o fato de estarem menstruando sugere que seus ovários estão funcionando direito – razão pela qual uma gravidez é possível, explicou o cirurgião urologista pediátrico Anthony Atala, diretor do Instituto de Medicina Regenerativa Wake Forest, na Carolina do Norte.

A façanha, que Atala e colegas mexicanos descrevem na revista britânica "The Lancet", é a mais recente demonstração do crescente campo da medicina regenerativa, uma disciplina em que se tira proveito do poder do corpo para regenerar e substituir células.

Em estudos anteriores, a equipe de Atala usou a técnica para fazer bexigas sobressalentes e tubos de urina ou uretra em meninos.

Segundo o médico, esse estudo-piloto é o primeiro a demonstrar que vaginas cultivadas em laboratório com as próprias células das pacientes podem ser usadas com sucesso em humanos, oferecendo uma nova opção para mulheres que precisam de cirurgias reconstrutivas.

Síndrome MRKH

Todas as participantes da pesquisa nasceram com a síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH), uma condição genética rara em que a vagina e o útero são subdesenvolvidos ou ausentes. O tratamento convencional envolve o uso de enxertos feitos de tecido intestinal ou da pele, mas essas duas opções têm inconvenientes, segundo Atala. Isso porque o tecido intestinal produz excesso de muco, o que pode causar odores. Já a pele convencional pode arrebentar.

O médico esclareceu que mulheres com essa condição geralmente procuram tratamento durante a puberdade. "Elas não podem menstruar, especialmente quando têm um defeito grave, quando não têm uma abertura", afirmou. Isso pode causar dor abdominal, com a presença de sangue menstrual no abdômen.


Disponível em http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/04/pacientes-que-nasceram-sem-vagina-ganham-orgao-feito-com-suas-celulas.html?fb_action_ids=10201889848390950&fb_action_types=og.recommends. Acesso em 17 abr 2014.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Cientistas criam espermatozóide a partir de célula feminina

BBC BRASIL
31/01/08

Cientistas britânicos afirmam ter criado espermatozóides a partir de células-tronco da medula óssea feminina - abrindo caminho para o fim da necessidade do pai na reprodução.

A experiência vem sendo desenvolvida por especialistas da Universidade de New Castle que, em abril do ano passado, anunciaram ter conseguido transformar células-tronco da medula óssea de homens adultos em espermatozóides imaturos.

Em entrevista à última edição da revista New Scientist, Karim Nayernia, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, disse que agora os cientistas repetiram a experiência com células-tronco da medula óssea de mulheres, podendo "abrir caminho para a criação do espermatozóide feminino".

No trabalho, ainda não publicado, Nayernia disse à New Scientist estar esperando a "permissão ética" da universidade para dar continuidade ao trabalho, que consistiria em submeter os espermatozóides primitivos à meiose, um processo que permitiria a maturação do espermatozóide, tornando-o apto para a fertilização.

"Em princípio, eu acredito que isso seja cientificamente possível", disse Nayernia.

O estudo, afirma a revista, poderia possibilitar que um dia, casais de lésbicas poderão ter filhos sem a necessidade de um homem, já que o espermatozóide de uma mulher poderia fertilizar o óvulo da outra.

Brasil

A New Scientist ainda relata uma experiência que está sendo realizada por cientistas brasileiros no Instituto Butantan, em São Paulo.

Segundo a revista, os especialistas estariam desenvolvendo óvulos e espermatozóides a partir de uma cultura de células-tronco embrionárias de ratos machos.

A revista cita o trabalho publicado pelos brasileiros na revista especializada Cloning and Stem Cells (Clonagem e células-tronco, em tradução literal), em que os pesquisadores disseram ainda não ter provado que os óvulos masculinos poderão ser fertilizados e procriar.

"Estamos agora começando experimentos com células-tronco embrionárias humanas e, se bem-sucedidos, o próximo passo será ver se óvulos masculinos poderão ser feitos a partir de outras células", disse a coordenadora da pesquisa, Irina Kerkis.

Essas outras células, que se comportariam de maneira semelhante às embrionárias, poderiam ser encontradas na pele humana, afirma a revista.

Isso abriria a possibilidade para que casais gays masculinos também tenham filhos com 100% de seu material genético.

Nesse caso, um dos homens doaria células de sua pele, que seriam transformadas em um óvulo a ser fecundado pelo espermatozóide do parceiro.

Uma vez fertilizado, o óvulo seria implantado no útero de uma mulher.

"Eu acredito que isso seja possível, mas não sei como as pessoas encarariam isso de forma ética", disse Kerkis.


Disponível em http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL281510-5603,00-CIENTISTAS+CRIAM+ESPERMATOZOIDE+A+PARTIR+DE+CELULA+FEMININA.html. Acesso em 25 jul 2013.