Ana Carolina Leonardi
janeiro de 2014
De acordo com estudo divulgado em janeiro de 2014, 70% dos
homens considera que a prioridade na relação sexual é dar prazer, enquanto 53%
das mulheres pensa da mesma maneira. A pesquisa, patrocinada pela marca de
preservativos Durex, reuniu informações sobre sexualidade e educação sexual em
37 países. No Brasil, foram entrevistados 1.004 homens e mulheres, de 18 a 25
anos, entre heterossexuais e homossexuais.
Para a psiquiatra Carmita Abdo, do Projeto Sexualidade
(ProSex) do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), os
dados indicam uma mudança de paradigma. "Enquanto metade das mulheres não
se sente na obrigação de satisfazer o parceiro, pouco mais de um quarto dos
homens pensa assim. Isso é uma decorrência da liberação sexual feminina".
Segundo Carmita, hoje em dia a mulher tem mais parceiros do
que nas gerações passadas. Tem mais condições de conhecer aquilo que gosta e
comparar relações diferentes. “A mulher não quer apenas sexo, mas sexo de
qualidade".
Para os homens mais inseguros, a prioridade em satisfazer
pode se converter em ansiedade e pressão e até comprometer o desempenho. Ainda
assim, a psiquiatra não vê a situação como prejudicial à saúde sexual
masculina. "Os homens têm a oportunidade de se tornarem melhores amantes.
À medida que há preocupação de agradar, as pessoas podem se tornar sexualmente
mais preparadas". Ela explica que o desempenho sexual melhora não só com a
prática, depende também da finalidade da relação. Uma vez que o objetivo do sexo
para o homem deixou de ser apenas a ejaculação, a tendência é que se amplie a
variedade das práticas sexuais.
Coincidentemente, o Brasil destacou-se na mesma pesquisa
pela diversidade dessas práticas. “O repertório do brasileiro varia mais que a
média mundial. Talvez por isso tenhamos a fama de povo sexualmente mais bem
resolvido", afirma Carmita. Cerca de metade dos entrevistados brasileiros
diz receber sexo oral e 36%, masturbação. Na média global, são,
respectivamente, 33% e 22%. Além disso, 15% da amostra nacional alega praticar
sexo anal, enquanto no resto do mundo a média é de apenas 8%.
Disponível em
http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/homens_se_preocupam_mais_com_a_satisfacao_do_parceiro_do_que_as_mulheres_mostra_pesquisa.html.
Acesso em 31 jan 2014.