Andréa Dietrich
18 mar 2013
Você já parou para pensar que os nossos momentos de reflexão
já são quase raros em nossas vidas? E deveriam ser fundamentais para
refletirmos sobre nossas atitudes, nossos desafios e sobre nós mesmos. Durante
o trânsito parado, no elevador, num restaurante, numa reunião, em todos os
momentos lá estamos nós, conectados. Num encontro com amigos, num jantar com a
família e lá estamos nós, conectados – e às vezes vemos a mesa toda nos seus
celulares.
O que está por trás desse comportamento? Uma necessidade de
compartilhar e mostrar somente os momentos onde estamos felizes, realizados e
bem sucedidos. Uma imagem programada sobre o que queremos passar. Uma
necessidade de editar o que pensamos e falamos, evitando o espontâneo do ‘ao
vivo’. É o fenômeno do torpedo, mais textos e menos diálogo, a necessidade de
estar em vários lugares ao mesmo tempo, sendo mais superficial nas relações.
A tecnologia não está mudando somente a forma com que
fazemos as coisas, mas também o que somos, o que estamos nos tornando. Segundo
a psicóloga, estamos exigindo cada vez mais da tecnologia, exigindo que nossos
celulares entendam exatamente o que queremos, mas menos do que queremos das
nossas relações pessoais. Ao invés de sentirmos para depois compartilharmos,
nós compartilhamos o que queremos sentir.
Tudo isso nos faz refletir o quanto as novas gerações estão
evoluindo sem conseguir se conectar ao vivo um com o outro. E perdendo uma das
habilidades mais importantes para qualquer indivíduo, a convivência em grupo.
Essa frase me fez lembrar do caso polêmico do home office abolido no Yahoo e a
frase da CEO da empresa dizendo que muitas das melhores decisões das empresas
acontecem num cafezinho, numa conversa de corredor, conhecendo pessoas. O mundo
isolado das tecnologias, do home office, começa a ser discutido para trazer de
volta a necessidade do contato, do diálogo, do jogo de futebol no campinho da esquina.
Eu mesma já escrevi um post no ano passado contra
argumentando essa questão, mas, depois de ser mãe, começo mesmo a me preocupar
com a individualidade e a vida programada às quais minha filha pode estar
exposta daqui em diante.
Temos que aprender a equilibrar nossas vidas, valorizando
aquilo que nunca vai conseguir ser apagado: nossas palavras, nossas memórias,
nossas risadas, nossos amigos de verdade.
Disponível em
http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/ponto_de_vista/2013/03/18/Conectados-porem-sozinhos.html.
Acesso em 23 mar 2014.