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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Um olhar de dentro: apontamentos iniciais acerca da transexualidade

Glória W. de Oliveira Souza

Resumo: O que é o transexual senão um objeto simbólico intrigante. Com sua aparência sedutora, é parte integrante do imaginário coletivo, em que os profissionais cuidadores ligados a transexualidade o vejam somente pela via natural, ou seja, biológica-genital como ponto central, e fazem, a partir de uma visão particularizada, usando-o como símbolo, o que o transforma em sintema. Hoje a transexualidade está tematizada, como fruto da acumulação e da onipresença, e não diz respeito somente à difusão quantitativa, mas também ao fato de o saber público – o conjunto de conhecimentos, opiniões e atitudes difundidas pela comunicação de massa – transformar em caráter particular, já que o aspecto visual do ser transexual tem enorme importância, pois a visibilidade (que é a qualidade de ser visível) é posto como único atributo. O que se percebe, então, é que a tematização continua alimentando o espaço na mídia e a economia: a abordagem do tema mais confunde do que esclarece. Identidade de gênero e orientação sexual quase se funde. As ciências sociais, que deveria se preocupar com a compreensão dos casos particulares e não com a formulação de leis generalizantes, como fazem as ciências naturais, também não dá conta da temática. E o tema não é novo. Já no século XVI (Renascença), o médico Mato Lusitano pesquisou sobre casos de partos estranhos, transexuais e mudanças de sexo e isto lhe valeu a perseguição da Inquisição. Sabe-se que os transexuais são minoria dentro de um segmento maior, e ainda enfrentam problemas, como constatou a Fundação Perseu Abramo sobre a existência ou não de preconceito contra essa população no Brasil. Enquanto isso, mídia e militantes persistem com discursos racionais, em vão, pois Dichter (1970) afirma que “a racionalidade é um fetiche (...) nossa cultura não nos permite admitir a verdadeira irracionalidade como uma explicação de nossa conduta. E, no entanto, a maioria dos sistemas religiosos e políticos, assim como aspectos da conduta humana, tais como a lealdade, o amor e o afeto, são todos irracionais”. O artigo finaliza propondo que, agora sob o manto da neurociência, o conhecimento sobre a transexualidade no século XXI vai tematizar novos corpus dentro do humanismo pela inserção social e político. E para isso será preciso um novo olhar: para os microssinais e nanossinais, pois, a transexualidade não existe abaixo da linha do umbigo. O artigo, como capítulo, faz parte do livro "Minorias Sexuais: Direitos e Preconceitos", organizado pela professora  Tereza Rodrigues Vieira e lançado pelo Editora Consulex (http://www.consulex.com.br/item.asp?id=1339)

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