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domingo, 29 de dezembro de 2013

O que as pesquisas revelam sobre traição amorosa

Maurício Grego
14/11/2013

Pesquisas de comportamento mostram que a traição nas relações afetivas cresce entre as mulheres americanas, mas permanece estável entre os homens. E sugerem que a infidelidade é mais comum no Brasil que nos Estados Unidos. Reunimos alguns achados interessantes de estudos científicos recentes sobre o tema. Confira.

1 Os mais bonitos, ricos e educados traem mais
Um estudo dos pesquisadores americanos David Buss (da Universidade do Texas em Austin) e Todd Shackelford (da Universidade Florida Atlantic) traça um perfil das pessoas que têm mais chances de trair. Elas são bem sucedidas profissionalmente, têm nível educacional e financeiro acima da média, são fisicamente atraentes e possuem boas habilidades sociais. Segundo esse estudo, uma pessoa tímida e fracassada dificilmente trai.

2 Mulheres percebem quando um homem tende a trair
Três pesquisadores da Universidade da Austrália Ocidental pediram a mulheres que olhassem para homens que não conheciam e avaliassem sua propensão a trair. Depois, perguntaram a esses homens se já haviam traído alguém. O índice de acerto da avaliação feminina mostrou-se surpreendentemente alto. Na análise dos pesquisadores, homens com aparência mais fortemente masculina têm mais tendência a trair, e as mulheres percebem isso. Já quando o experimento inverso foi feito, com os homens avaliando as mulheres, o índice de acertos foi muito baixo.

3 Brasileiros traem mais que outros latino-americanos
Uma pesquisa da empresa Tendencias Digitales apurou, em 2010, que os brasileiros traem mais que outros latino-americanos. Nessa sondagem, 70,6% dos homens brasileiros declararam já terem traído ao menos uma vez na vida. Entre as mulheres, o percentual era de 56,4%. Vale notar que esse estudo (divulgada pelo jornal O Globo) não tem rigor científico. E, como foi feito via web, sondou apenas pessoas com acesso à internet. Mas decidimos incluí-lo aqui por ser uma rara pesquisa sobre o tema feita no Brasil.

4 As mulheres estão traindo mais do que antes
Na edição mais recente da General Social Survey (GSS), pesquisa de comportamento que é realizada há quatro décadas nos Estados Unidos, 14,7% das mulheres declaram já ter traído o cônjuge. Em 1991, só 11% diziam já ter traído. Logo, houve crescimento de quase 40% na traição feminina declarada. Mas os homens ainda traem mais. Entre eles, o percentual é de 21,6% e quase não mudou desde 1991, como noticiou a agência Bloomberg.

5 O motivo para trair pode não ser o desejo sexual
As razões que levam alguém a trair vão desde puro desejo sexual até vingança contra o parceiro, passando pela busca de novas experiências. O especialista Gary Neuman, autor do livro “The Truth About Cheating” (“A verdade sobre a traição”), diz que 92% dos homens que traem não fazem isso primariamente para ter sexo. Ao menos entre o público que ele entrevistou, um motivo citado com bastante frequência é sentir-se desvalorizado no casamento ou distante da esposa.

6 Traição de mulher com outra mulher incomoda menos
Um estudo liderado por Jaime Confer, da Universidade do Texas em Austin, apontou que a chance de um homem perdoar uma traição da namorada é de 22%. Esse percentual aumenta para 50% se a traição for com outra mulher. Entre as mulheres, uma traição heterossexual teria 28% de chance de ser perdoada. Se o caso for com outro homem, porém, a chance cai para 21%. Para Confer, homens temem que a pulada de cerca da namorada ou esposa resulte em gravidez. Já nas mulheres o medo maior é o de ser abandonadas. Isso explicaria as diferenças observadas na pesquisa.

7 Mulheres desaprovam a traição mais que homens
A General Social Survey também apontou que 78% dos homens americanos acham a traição conjugal errada em qualquer circunstância. Entre as mulheres, o percentual é maior: 84%. A desaprovação vem crescendo com o tempo. Nos anos 70, 63% dos homens e 73% das mulheres americanas achavam que trair era errado.

8 Mulheres tendem a transformar caso em namoro
Um estudo feito com estudantes universitários americanos em 2007 apontou que as mulheres jovens têm mais chance que os homens de transformar um caso extraconjugal em namoro. Elas dizem, com frequência, que traíram porque estavam insatisfeitas com o namorado. Já os homens tendem a dizer, mais comumente, que traíram por que surgiu uma oportunidade para isso. Isso sugere que os jovens americanos do sexo masculino veem a traição como algo realmente casual. Já as universitárias às vezes usam esse comportamento para encerrar uma relação insatisfatória.


Disponível em http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/8-fatos-curiosos-sobre-a-traicao-nas-relacoes-amorosas?page=1. Acesso em 29 dez 2013.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Infidelidade masculina: mito ou realidade?

Fiona Woods
6 de junho, 2012

Será que isso é verdade? E se a infidelidade é cometida com outra mulher, será que é matematicamente possível que os homens sejam os campeões na traição amorosa?

À primeira vista, as estatísticas não são muito favoráveis aos homens. Em uma pesquisa feita nos Estados Unidos em 2006, a American General Social Survey, quase duas vezes mais homens do que mulheres admitiram ter tido relações sexuais com pessoas que não eram suas esposas ou maridos.

O último estudo de grande porte sobre comportamento sexual realizado na Grã-Bretanha, a National Survey of Sexual Attitudes and Lifestyles (Natsal), feita em 2000, concluiu que 15% dos homens tinham tido relacionamentos "sobrepostos" no ano anterior - em comparação com apenas 9% das mulheres.

Ponto de Vista

A pesquisadora Catherine Mercer, chefe de análises do estudo Natsal, disse que a discrepância pode ser explicada, em parte, porque as mulheres estão menos inclinadas a admitir a infidelidade do que os homens.

"Não podemos observar diretamente a infidelidade, então temos de nos basear no que as pessoas nos dizem, mas sabemos que existem diferenças entre os gêneros na forma como as pessoas relatam comportamentos sexuais", disse Mercer.

Mas os números poderiam ser explicados de outra forma.

Por exemplo, a diferença entre as estatísticas para a infidelidade de homens e mulheres poderia resultar de uma situação onde um número menor de mulheres cometem adultério, porém, aquelas que são infiéis o fazem com mais frequência.

"As dificuldades de se medir a infidelidade
Petra Boynton, Psicóloga, especializada em sexo e relacionamentos

O primeiro problema é como você coloca a pergunta. Algumas pesquisas fazem isso de maneira acusatória.
Em segundo lugar, quando você está falando sobre a infidelidade, o que você realmente quer dizer? As pessoas têm conceitos diferentes. Beijar é infidelidade? Algumas pessoas dizem que ver pornografia ou falar no Facebook é infidelidade.
Quando falamos sobre relacionamentos e sexo, temos obssessão por gênero. Estabelecemos esses parâmetros fixos. Poderíamos pensar em termos de idade, ou tipo de relacionamento, ou cor do cabelo.
Por que estamos tão interessados em dizer que homens são mais infiéis do que mulheres? Por que tem de ser um ou o outro? E por que falar sobre isso? Essas questões nos remetem ao estereótipo negativo de que os homens são mais sexuais, mais promíscuos e menos confiáveis. E de que as mulheres são mais virtuosas.
É bem possível que homens exagerem e que mulheres minimizem (sua infidelidade). Historicamente, tem sido perigoso, às vezes, para as mulheres, admitir infidelidade. E em algumas partes do mundo esse ainda é o caso - para homens e mulheres."

Todas as evidências do estudo Natsal, no entanto, indicam que mulheres, de maneira geral, têm menos parceiros sexuais do que os homens - e não o contrário.

Outra possível explicação para a diferença nos índices teria a ver com idade. "Nós sabemos que, em média, os homens tendem a ser ligeiramente mais velhos do que suas parceiras mulheres", disse Mercer.

"Se você imagina um cenário onde um homem casado tem um caso com uma mulher mais jovem, que pela probabilidade tende a ser solteira, porque é mais jovem, ele teria sido infiel, mas ela não".

Se uma pessoa considera ou não que uma mulher que tem relações sexuais com um homem casado está sendo cúmplice em adultério, isso vai depender dos seus conceitos morais.

Também é importante notar que alguns relacionamentos são abertos e, em relacionamentos desse tipo, sexo com outros parceiros não seria considerado infidelidade. Mas não há flexibilidade nas estatísticas para acomodar essas nuances.

Mercer, inclusive, nem usa a palavra 'infidelidade' em sua pesquisa. Ela prefere usar termos mais neutros, como "sobreposição" ou "simultaneidade" de relacionamentos.

"Infidelidade é uma palavra tendenciosa, ao passo que pensar em sobreposição de parceiros é mais apropriado quando estamos pensando sobre o contexto epidemiológico desses dados", ela disse.

"Estamos pensando, por exemplo, sobre a transmissão de infecções transmitíveis sexualmente e HIV", explica.

Homens que pagam por sexo podem também explicar seus índices mais altos de "relacionamentos sobrepostos". O último estudo Natsal revelou que cerca de 4% dos homens tinham pago por sexo nos cinco anos anteriores.

Se partimos do pressuposto de que há um número menor de mulheres vendendo sexo do que o número de homens pagando por ele, a prostituição pode também explicar algumas das discrepâncias.

Isso também pressupõe, é claro, que muito menos mulheres pagam por sexo do que homens. Estudos anteriores não perguntaram às mulheres se elas pagam por sexo, então não há dados concretos. Mas isso será perguntado no próximo estudo Natsal.

Há uma outra falha na metodologia. Estudos anteriores não perguntaram explicitamente se os entrevistados tinham relacionamentos sobrepostos. Em vez disso, os estudos pediram as datas das primeiras e últimas relações sexuais dos entrevistados com seus parceiros mais recentes.

Com bases nas respostas, os pesquisadores analisaram as datas em busca de sobreposições. Mercer explicou que esse método pode dar a impressão de que houve infidelidade quando na verdade ela não ocorreu.

"Imagine uma situação onde um casal começa a namorar na escola, se separa e depois volta a namorar alguns anos mais tarde".

"Nesse ínterim, cada um teve outros parceiros. A data de sua primeira relação sexual ainda vai ser quando estavam na escola. A data da relação sexual mais recente bem pode ser na semana anterior. Mas as datas (de suas relações sexuais) com os outros parceiros vão indicar que foram infiéis quando na verdade não foram".

Longe de Casa

Será que algum desses estudos seria capaz de nos dizer que tipo de homem está mais propenso a ser infiel?

O coordenador da pesquisa American General Social Survey, Tom Smith, identificou vários fatores.

"Entre os grupos que estão mais propensos a ser infiéis estão os menos religiosos e as pessoas que ficam separadas (da parceira ou parceiro) por longos períodos - viajando ou trabalhando longe de casa", disse Smith.

Mercer, por sua vez, disse que jovens tendem a relatar mais relacionamentos sobrepostos do que outros grupos etários.

O que nos dá o perfil da pessoa mais propensa ao crime da traição: homem jovem sem religião que passa grandes períodos longe de casa.

Disponível em <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/06/120605_infidelidade_masculina_mv.shtml>. Acesso em 08 jun 2012.