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domingo, 16 de fevereiro de 2014

Bactérias que causam sintomas da depressão

Mente Cérebro
fevereiro de 2014

Populações de bactérias vivem naturalmente em nosso intestino – elas formam o que conhecemos popularmente como flora intestinal. Ajudam a digerir alimentos e a controlar, por competição, a proliferação de outros micro-organismos que podem causar doenças. Elas ficam restritas ao intestino graças a uma parede impermeável de células que impede que escapem e caiam na corrente sanguínea.

Há situações, porém, em que essa camada celular sofre desgaste e substâncias tóxicas e bactérias vazam para o sangue. Estudos recentes apontam relações entre esse desequilíbrio e alterações no humor. Em um deles, publicado no Acta Psychiatrica Scandinavica, pesquisadores analisaram amostras de sangue de pessoas com depressão e observaram que 35% delas apresentavam sinais de bactérias da flora fora do intestino, o que os cientistas chamam de leaky gut (intestino “mal vedado”).

Ainda não está clara a relação entre a fuga desses micróbios de órgãos do sistema digestivo e o surgimento de sintomas depressivos. Uma hipótese é que o organismo detecta essas bactérias fora do local onde deveriam estar e desencadeia respostas autoimunes e inflamações, que “são reconhecidamente fatores que afetam o humor e a disposição física e podem desencadear episódios de depressão, conforme já demonstrado por estudos anteriores”, diz o psiquiatra Michael Maes, autor do artigo.

Atualmente, o tratamento para regenerar a parede de células que reveste o intestino envolve, além de mudanças na dieta e busca por hábitos mais saudáveis, administração de glutamina, N-acetilcisteína e zinco – ao qual são atribuídas propriedades anti-inflamatórias.

Causas de intestino "mal vedado":
  • Uso frequente de analgésicos
  • Antibióticos
  • Infeccções, como HIV
  • Doenças autoimunes
  • Abuso do álcool
  • Doenças inflamatórias do intestino
  • Hipersensibilidade ao glúten
  • Alergias severas a determinados alimentos
  • Terapia de radiação
  • Doenças inflamatórias em geral
  • Estresse
  • Exaustão

Disponível em http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/bacterias_que_causam_sintomas_da_depressao.html. Acesso em 10 fev 2014.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Trabalho, violência e sexualidade: estudo de lésbicas, travestis e transexuais

Alexandre de Pádua Carrieri
Eloisio Moulin de Souza
Ana Rosa Camillo Aguiar
RAC, Rio de Janeiro, v. 18, n. 1, art. 5, pp. 78-95, Jan./Fev. 2014

Resumo: Este artigo estuda as violências simbólicas e interpessoais, vivenciadas na sociedade e no trabalho, dirigidas a lésbicas, travestis e transexuais. Contudo, para cumprir seu intento, foi preciso analisar as violências vivenciadas pelos sujeitos da pesquisa em seu contexto social mais amplo, envolvendo aspectos familiares, dentre outros, ampliando-se também a análise para além do trabalho formal. Foram entrevistados sessenta e cinco sujeitos, utilizando-se também a técnica de diário de campo para produção de dados. A análise foi realizada por meio da técnica de Análise Crítica do Discurso (ACD), utilizando-se Fairclough (1992, 1995) como principal referência para análise. Conclui-se que os entrevistados sofrem diversas formas de violência simbólica, fruto das dominações simbólicas que se instauram de forma particular em cada um dos grupos estudados. As violências interpessoais vivenciadas no trabalho têm relações estreitas com as formas de violências simbólicas relacionadas a cada grupo, e ocorrem com maior intensidade contra os travestis, pois estão mais propensos e sujeitos a sofrerem violência interpessoal por meio de agressões físicas, fato que coloca em risco a integridade física e a vida dos travestis.




sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Eles falam se a forma física das mulheres influencia na relação

Thais Sabino
17 de Outubro de 2013

Nas últimas semanas, o casamento entre os personagens Perséfone (Fabiana Karla) e Daniel (Rodrigo Andrade) da novela Amor à Vida levantou a questão da discriminação às pessoas com excesso de peso. A personagem foi chamada de “gorda” e criticada pela família do noivo. Fora da ficção, a realidade não é muito diferente. Os entrevistados pelo Terra, mesmo após afirmarem que o importante é a personalidade e conteúdo da mulher, confessaram que o preconceito contra as obesas ronda o universo masculino e que a maioria dos homens hesita em assumir um relacionamento com uma parceira no perfil.

“Não é o peso que define o caráter da pessoa”, disse o faturista Fabricio Goes. Porém, segundo o analista de tecnologia Bruno Lakatos, não dá para negar que o preconceito existe como problema cultural em que as “garotas bonitas são magras” e as “gordinhas não se encaixam no padrão de beleza”. Lakatos afirmou ainda que os galãs ficam envergonhados em estar ao lado de uma mulher que não seja considerada tão bonita quanto ele pela sociedade.  Para o auxiliar administrativo Thiago Fortes, o homem quer alimentar o ego e “quanto mais bonita a mulher, mais a exibe como troféu”.

Não é comum Fortes e Lakatos se interessarem por mulheres obesas, segundo eles. O analista de tecnologia, por exemplo, disse que “quando está em uma balada, onde não conhece as pessoas, procura as mais belas de rosto e corpo”. Fortes não foi tão incisivo, confessou não ter vivido a situação nem ter planos para isso, mas disse que os quilos a mais não seriam empecilho para ele se envolver com alguém. “Procuro uma mulher íntegra e com personalidade forte, odeio as volúveis e sem opinião. Mas acho que da mesma forma que eu me cuido, ela pode se cuidar”, acrescentou. 

A situação de Goes e do assistente de marketing José Carlos Rodrigues Júnior é completamente diferente: o primeiro coloca a aparência em segundo plano e o segundo tem as mulheres “gordinhas” como o tipo preferido. “Sinto atração física, além de elas serem mais esforçadas, lerem mais, terem mais cultura e serem mais carinhosas”, explicou Júnior. O assistente de marketing, se tem algum preconceito, é em relação às magras. “Mulher gordinha tem mais imaginação, com as magras é tudo sem graça”, disse.

O preconceito dos outros

O gosto de Júnior é motivo de piadas entre os amigos. “Quando estou na mesa e aparece uma mulher, me avisam com um pouco de sarcasmo. Outros já são mais diretos e falam: ‘você gosta, mesmo? É mentira, certo?’”, relatou. Nas rodas masculinas, as mulheres obesas ou às vezes apenas as que estão acima do peso não passam ilesas: entre os comentários maldosos estão “baleia, gorducha, rolha de poço, e chupeta de baleia”, exemplificaram os entrevistados.

“As pessoas acreditam que os parceiros têm que ser iguais, isso acontece não só com gordinhos, mas com asiáticos, negros, entre outros, pois pensam que a gordinha tem que namorar o gordinho e assim sucessivamente”, comentou Lakatos. Foi justamente a opinião apresentada pelos pais do personagem Daniel de Amor à Vida. Se estivessem no lugar dele, os entrevistados ficariam chateados e se afastariam das pessoas que desrespeitaram a parceira. “Não importa como a pessoa é, mas o quanto ela vai me fazer feliz”, completou Junior.


Disponível em http://mulher.terra.com.br/vida-a-dois/eles-falam-se-a-forma-fisica-das-mulheres-influencia-na-relacao,f1f34523af2c1410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html. Acesso em 20 jan 2014.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Abuso sexual na infância

Ricardo Alexandre Pinto Laranjeira
Universidade Federal Fluminense
Centro de Ciência Médica  - Faculdade de Medicina
Internato de Ginecologia – Niterói/2000

Resumo: O abuso sexual na criança requer uma abordagem multidisciplinar. A função do clínico de conseguir uma história e um exame físico exige que ele tenha familiaridade com as técnicas de entrevista, conhecimento sobre os marcos normais do desenvolvimento da criança, sobre a anatomia genital normal e sobre como usar os recursos da comunidade local. Múltiplos obstáculos podem impedir a avaliação médica com suspeita de abuso sexual no atendimento pediátrico primário. A necessidade de acerácea diagnóstica é alta. O conhecimento dos fatores de risco, um entendimento do processo de vitimização e a consciência da variedade de apresentações clínicas do abuso sexual podem ser de grande auxílio. Uma abordagem aberta da possível vítima é o componente mais crítico da avaliação. Uma entrevista médica habilidosa requer tempo, treinamento, paciência e prática. Se ao pediatra faltar algum destes componentes, a entrevista deve ser encaminhada para outros profissionais. O atendimento pediátrico primário deve se preocupar com o bem estar físico e emocional da criança.