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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Travestilidades: incursões sobre envelhecimento a partir das trajetórias de vida de travestis na cidade do Recife

Cicera Glaudiane Holanda Costa
IV Reunião Equatorial de Antropologia
XIII Reunião de Antropólogos do Norte e Nordeste
04 a 07 de agosto de 2013, Fortaleza-CE

Resumo: A experiência travesti suscita diversas reflexões referente a dicotomia masculino/feminino através da (re)construção de uma imagem, que ao mesmo tempo dialoga como pontua uma ruptura com a lógica dominante de gêneros. Esse mesmo corpo estabelece uma linguagem que narra pulsões e transgressões, que ganha significado a partir da cultura que está inserido e é atualizado e alterado a partir dela. Neste sentido, esta pesquisa tem como perspectiva contribuir para discussões dos processos de construção das travestilidades, assim como refletir sobre questões que problematizam a representação do corpo, gênero e sexualidade no cotidiano. Procurando, nesta direção, conhecer os significados atribuídos pelas travestis ao envelhecimento e ao corpo envelhecido. Essas questões foram acessadas a partir de elementos trazidos em seus discursos e da análise de fotografias e material audiovisual produzido em contextos diferentes nos encontros com as interlocutoras, especialmente em entrevistas vídeogravadas. As trajetórias de vida das travestis são compreendidas com base no “paradigma do curso da vida”, onde qualquer ponto da trajetória de vida precisa ser analisado de uma perspectiva dinâmica, como consequência de experiências passadas e expectativas futuras, e de uma integração entre os motivos pessoais e os limites do contexto social e cultural correspondente

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Travestis envelhecem?

Pedro Paulo Sammarco Antunes
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP
Mestrado em Gerontologia
São Paulo, 2010

Resumo: O presente estudo tem o objetivo de conhecer o período do processo de vida, chamado de velhice e envelhecimento daquelas que foram designadas como travestis. Essas denominações foram construídas para organizar o funcionamento social. As ciências biomédicas foram importantes na categorização dessas pessoas. Apropriaram-se dos corpos humanos e determinaram o que é considerado normal, portanto desejável e o que é considerado anormal, logo patológico e indesejável. A intenção é compreender o impacto que tais diagnósticos terão sobre aqueles que são reconhecidos como anormais em relação ao que foi denominado de gênero sexual. Devido ao número quase inexistente de pesquisas sobre envelhecimento e velhice de travestis, fez-se necessário esse estudo, que não pretende esgotar o tema, mas sim iniciar uma importante discussão. Os aspectos de gênero, bem como os de velhice foram relacionados. Percebeu-se que tanto o gênero como a velhice são compostos por atos, que constantemente reiterados, dão a impressão que há uma essência natural de gênero e velhice, inerentes a todos os corpos, manifestando-se ao longo da vida. Foram realizadas três entrevistas abertas com o foco em histórias de vida. Por serem consideradas, desviantes e anormais, travestis já são vistas como não humanas desde tenra idade. Atravessam a vida como invisíveis e sob muito preconceito. Por causa disso, improvisam suas existências em contextos violentos. Suas expectativas de vida são baixas. As que vivem até a chamada velhice, podem ser consideradas verdadeiras sobreviventes. Acabam servindo de referência e exemplo para as mais jovens. O objetivo principal da pesquisa resultou no levantamento de demandas e necessidades em relação às travestis. Percebe-se que precisam urgentemente de políticas públicas que as reconheçam como humanas desde sempre. Dessa forma chegarão à velhice com dignidade e respeito, já assegurados pelos Direitos Humanos Universais.