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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Assédio sexual impede o progresso feminino no mundo científico

Christie Aschwanden
21/08/2014

Quando cursava biologia, passei várias semanas de verão na Costa Rica com um estudante mais velho num projeto de pesquisa nas profundezas da floresta. Éramos somente nós dois e, ao chegar ao local, descobri que ele havia reservado um quarto só para nós dois, com uma cama.

Atormentada, mas com medo de ser chamada de pudica ou difícil, não criei caso. Puxei o dono do hotel de lado no dia seguinte e solicitei uma cama. O problema terminou ali, e meu chefe estudante nunca tentou nada fisicamente.

Pensando melhor, fico surpresa em como eu estava despreparada para lidar com esse tipo de situação, principalmente aos 19 anos. Indubitavelmente, minha faculdade tinha uma polícia contra assédio, mas tais recursos estavam a milhares de quilômetros de distância. Eu estava sozinha num país estrangeiro e nunca fora ensinada sobre meus direitos e recursos nessa área.

Eu havia me esquecido dessa experiência de duas décadas atrás até que li um relatório publicado em julho no periódico "PLOS One". Kathryn Clancy, antropóloga da Universidade de Illinois, campus de Urbana-Champaign, e três colegas usaram e-mail e a mídia social para convidar cientistas a preencher um questionário online a respeito de suas experiências com assédio e agressão durante pesquisas de campo; eles receberam 666 respostas, três quartos delas de mulheres, de 32 disciplinas, inclusive antropologia, arqueologia, biologia e geologia.

Quase dois terços dos participantes disseram que sofreram assédio sexual durante pesquisas de campo. Mais de 20% relataram agressões sexuais. Estudantes ou alunos de pós-doutorado e mulheres mostravam maior probabilidade de serem vítimas dos superiores. Poucos participantes afirmaram que o local da pesquisa tinha um código de conduta ou política relativa a assédio sexual, e das 78 pessoas que ousaram relatar incidentes, menos de 20% se deram por satisfeitas com o resultado.

Os resultados são depressivamente parecidos aos dados que colegas e eu coletamos neste ano com um questionário online enviado a divulgadores científicos. Nós recebemos respostas de 502 redatores, a maioria composta por mulheres, e apresentamos os resultados no Instituto de Tecnologia de Massachusetts em junho, durante conferência sobre mulheres que trabalham com jornalismo científico, com patrocínio da associação nacional que nos representa.

Mais da metade das mulheres que responderam afirmaram que não foram levadas a sério por causa do seu gênero, uma a cada três sofreu percalços no progresso na carreira e praticamente metade sustentou não ter recebido crédito por suas ideias. Quase metade disse ter sido paquerada ou ter ouvido comentários sexuais, e uma em cada cinco sofreu contato físico indesejado.

Em função da natureza voluntária, não se pode esperar que nenhum dos relatórios nos conte a verdadeira incidência da discriminação sexual e do assédio entre cientistas e jornalistas científicos. Ainda assim, o volume de respostas nos passa um recado inconfundível: após quatro décadas desde a lei que proibiu discriminação sexual na educação pública nos Estados Unidos e 23 anos após Anita Hill ter colocado o assédio sexual sob os holofotes, a parcialidade e o assédio continuam a impedir o progresso feminino.

Clancy afirma que decidiu coletar os dados depois de ser esmagada pelas respostas a uma postagem que publicou em seu blog na revista "Scientific American" em 2012. Uma estudante, "Neblina", recontou sua vida durante a faculdade:

"Meu corpo e minha sexualidade eram discutidos abertamente pelo meu professor e os alunos", escreveu a mulher. "Seguiam-se comentários sobre o tamanho grande de meus seios, e ouviam-se especulações sobre minha história sexual." O professor "costumava brincar que somente mulheres bonitas podiam trabalhar com ele, o que me levou a indagar se meu intelecto e capacitação tinham relevância".

Os comentários e e-mails jorraram, disse Clancy. "Uma história logo virou duas e, rapidamente, pareceu serem cem".

Igualmente, nossa pesquisa com redatoras nasceu das conhecidas acusações de assédio contra um famoso editor que foi mentor de muitas jornalistas. Os incidentes levaram as mulheres a revelar suas histórias de discriminação no decorrer da profissão.

Segundo Clancy, no meio acadêmico, acusações de assédio sexual e estupro costumam ser administradas internamente, criando incentivos poderosos para encobrir o mau comportamento, principalmente entre agressores com influência e poder.

"Escutei muitas histórias sobre o professor que não tem permissão de estar no mesmo recinto com fulana ou beltrana", ela contou. Às vezes, os agressores se beneficiam se livrando de tarefas de aprendizado desagradáveis sem perder o emprego.

O assédio entre jornalistas científicos gerou uma hashtag, #ripplesofdoubt, para descrever como ele enfraquece as mulheres. Mulheres ignoradas para cargos se questionam se foram rejeitadas em função do visual e não pelo trabalho. Outras temiam não ter alcançado a posição por mérito.

De fato, os dados sugerem parcialidade em decisões de orientação. De acordo com estudo publicado neste ano, uma equipe de pesquisadores liderada por Katherine L. Milkman, da Universidade da Pensilvânia, enviou cartas idênticas, supostamente de estudantes, a mais de 6.500 professores de 259 universidades pedindo para discutir oportunidades de pesquisa. Os professores estavam mais propensos a responder ao e-mail de "Brad Anderson" do que de candidatas fictícias com nomes como Claire Smith ou Juan Gonzalez. Esse tipo de parcialidade perpetua a discriminação.

"Nosso mundo é pequeno e os recursos, escassos", disse outra autora do relatório publicado em "PLOS One" Julienne Rutherford, bióloga e antropóloga da Universidade de Illinois, campus de Chicago. Para ela, se mulheres são dissuadidas ou excluídas de algumas oportunidades, as perdas para a ciência são enormes.

Ano passado, na conferência anual de jornalistas científicos, juntei-me a cinco importantes jornalistas mulheres para apresentar os dados que havíamos coletado sobre as disparidades de gênero em autoria, cargos de nível elevado, prêmios e salários, e para recontar histórias da época em que nosso gênero atrapalhou nossas carreiras.

A seguir, longas filas se formaram aos microfones enquanto pessoas na plateia se levantavam para contar suas histórias. Mulheres jovens contaram ter sido assediadas pelas fontes. Jornalistas tarimbadas recordaram de chefes de mãos inquietas.

Homens se levantaram para oferecer apoio. O diretor de um famoso programa de jornalismo científico disse que da próxima vez que uma aluna confidenciasse ter sido assediada durante estágio, ele iria intervir; aparentemente, a ideia não lhe ocorrera antes.

Em sua maioria, os homens não são sorrateiros, mas têm um papel poderoso a desempenhar aqui. Durante viagem a uma conferência de jornalismo alguns anos trás, tive uma conversa envolvente com um dos principais palestrantes. Quando nos despedimos, ele me disse, diante de dois outros homens, "seu marido não deveria deixar você sair de casa".

Os dois observadores consideraram essa fala insultuosa um elogio. Foi mais fácil para eles ignorarem do que chamar a atenção de um amigo, e seu comportamento mostrou que não havia problemas em me tratar assim.

Quer o assédio ou a discriminação aconteça num local de pesquisa na Costa Rica ou na sala de conferência, o problema não será solucionado com novas regras arquivadas em sites não lidos. A responsabilidade de resistir não deveria ficar somente a cargo das vítimas. As soluções exigem uma mudança de cultura que somente pode começar de dentro.

Será preciso que os diretores-presidentes, chefes de departamento, diretores de laboratório, professores, editores e redatores-chefes tomem uma posição e digam: pode ir parando com isso. Não me importa se você é meu amigo ou colega preferido; nós não tratamos mulheres assim.

Disponível em http://delas.ig.com.br/comportamento/2014-08-21/assedio-sexual-impede-o-progresso-feminino-no-mundo-cientifico.html. Acesso em 30 ago 2014.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Transtorno desenvolvido por assédio é doença ocupacional

Consultor Jurídico
17 de janeiro de 2014

O transtorno desenvolvido por assédio sexual é considerado doença ocupacional. Assim entendeu a 1ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho ao julgar o caso de um caixa de um supermercado de Porto Velho (RO) que, devido ao assédio sexual e moral que sofreu na empresa, desenvolveu o transtorno obsessivo compulsivo (TOC). A doença foi desencadeada porque um subgerente perseguiu o trabalhador dizendo que ele era homossexual e provocando situações constrangedoras.

Segundo o relator do recurso no TST, juiz convocado José Maria Quadros de Alencar, a doença é resultado de condições especiais do ambiente em que o trabalho era executado, equiparando-se a acidente do trabalho, nos termos do parágrafo 2º do artigo 20 da Lei 8.213/91. Além disso, afirmou que, conforme o artigo 932, inciso III, do Código Civil, o empregador responsabiliza-se diretamente pelos atos praticados por seus prepostos.

"Você não fala fino, não anda rebolando, não parece ser gay, mas você é... Fala logo que é e eu não conto para ninguém", era frase que o empregado ouvia com frequência. Por dois anos sofrendo de ele comunicou a situação à empresa. Demitido sob alegação de baixo rendimento, procurou um psiquiatra que constatou a doença.

Com dor intensa e ininterrupta nos dedos, mãos e braço, tinha paralisias temporárias, esquecimentos e surtos de agressão ao próprio corpo. O médico diagnosticou ainda insônia, visão de vultos, vozes, pesadelos, tremores, dores de cabeça e tiques nervosos, que passaram a ser controlados por remédios de tarja preta. O trabalhador relatou ainda que, devido ao tratamento controlado, seu estado orgânico fica alterado, deixando-o tonto, lerdo e sem condições sequer de falar com facilidade.

O supermercado foi condenado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região (RO) a pagar indenização por danos morais, no valor de 50 salários mínimos (equivalente hoje a R$ 36,2 mil), a ser atualizado na época do pagamento. No entanto, considerou que o TOC não é doença profissional, pois não está no rol de doenças constantes nos incisos I e II do artigo 20 da Lei 8.213/91.

Ambiente hostil

Para o relator do TST, José Alencar, não há dúvida de que o transtorno, no caso, "trata-se de doença adquirida em função da atividade exercida em ambiente de trabalho inadequado e hostil". Ele explicou que ficou caracterizada a prática de assédios moral e sexual por um dos subgerentes do supermercado, "que nada mais é que um dos seus prepostos".

Com a decisão do TST, o processo retornará ao TRT da 14ª Região (RO) para que analise o pedido feito pelo trabalhador de recebimento de pensão mensal e garantia provisória no emprego, garantidos pela Lei 8.213/91, no caso de doença profissional equiparada a acidente de trabalho.

Assédio constante

Na reclamação trabalhista, o empregado contou que fazia serviços de zeladoria para a empresa, quando, em 2002, lhe solicitaram o currículo. Já durante a entrevista de admissão para a função de caixa, estranhou algumas perguntas feitas pelo subgerente, inclusive se era homossexual. Foi, segundo ele, o início de um longo período de constrangimentos e humilhações.

Um dos episódios aconteceu enquanto conferia preços no supermercado. Segundo ele, o subgerente aproximou-se e começou a aspirar seu perfume, junto ao pescoço, o que fez com que ele saísse bruscamente de perto, com raiva e constrangimento. Os assédios ocorriam, em sua maioria, durante conversas particulares, em que ele sofria coações morais quanto à sua sexualidade.

O trabalhador afirmou ainda que, sempre que tinha essas atitudes, o chefe dizia para que ele não contasse para ninguém, fazendo pressões psicológicas. Até que um dia, apesar de sentir vergonha, ira, ansiedade e medo de perder o emprego, o caixa falou dos constrangimentos que sofria a alguns colegas, que disseram já saber de desses episódios, pois o próprio subgerente comentava com os demais, com ironia.


Disponível em http://www.conjur.com.br/2014-jan-17/transtorno-desenvolvido-assedio-sexual-considerado-doenca-ocupacional. Acesso em 20 jan 2014.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Mero galanteio não representa assédio sexual a funcionária

Felipe Luchete
15 de novembro de 2013

O mero galanteio, a paquera e olhares de admiração não configuram assédio sexual, de acordo com decisão da 6ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região. O colegiado analisou pedido de indenização por danos morais de uma mulher que alegou ter sofrido por seu chefe “atos tendentes a obter favores sexuais contra a sua vontade”.

A autora do processo havia recorrido de decisão anterior que negou a indenização. Ela disse ainda que ficou constrangida ao sofrer assédio moral pelo superior, mas a Turma também discordou do argumento. A juíza relatora, Rosemary de Oliveira Pires, afirmou não ter visto provas de assédio sexual ou moral, pois em ambos os casos não houve pressão reiterada.

O chefe da funcionária, no entendimento da relatora, tentou um relacionamento por meio de um “simples cortejo” depois de ouvir que ela havia terminado um namoro. Ainda segundo a relatora, ele desistiu quando houve negativa da funcionária, sem criar um ambiente hostil no local de trabalho — até porque eles atuavam em diferentes lugares e só se viram duas vezes.

Na mesma linha, a relatora disse que não houve assédio moral pela ausência de perseguição constante ou “terror psicológico capaz de incutir no empregado uma sensação de descrédito em si próprio”.


Disponível em http://www.conjur.com.br/2013-nov-15/galanteio-olhar-admiracao-nao-representam-assedio-sexual-afirma-trt. Acesso em 23 nov 2013.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Executivas 'neofeministas' dos EUA pregam ascensão agressiva

Pablo Uchoa
15 de março, 2013

Quando a diretora operacional do Facebook, Sheryl Sandberg, exortou as mulheres ''a fazer acontecer'' no mercado de trabalho para retomar uma ''revolução'' feminista que, segundo ela, ''empacou'', sabia que estava levantando uma discussão espinhosa. 

Intuição semelhante deve ter tido a CEO do Yahoo!, Marissa Mayer, quando proibiu seus empregados de trabalharem de casa, poucos meses depois de se autoimpor uma licença-maternidade de apenas ''algumas semanas'', ao longo da qual ela continuou exercendo sua função à distância.

Coincidência ou apenas a ponta do mesmo iceberg, as duas executivas entraram no centro do debate sobre o avanço da mulher no mercado de trabalho e a busca do santo graal do emprego moderno, o equilíbrio entre o dever e o lazer.

A problemática foi colocada por Sandberg em um livro publicado nesta semana nos EUA, que chega ao Brasil no início de abril – Faça Acontecer: Mulheres, Trabalho e a Vontade de Liderar (Editora Companhia das Letras).

Há três décadas, as mulheres são metade dos graduados nas universidades, escreve. Mas apesar do avanço, elas ainda ocupam apenas 4% dos cargos de diretores executivos das 500 empresas de maior faturamento nos EUA, segundo a lista da revista Forbes.

O cenário é semelhante na política: apenas 17 países são governados por mulheres, e elas ocupam apenas 20% das cadeiras de parlamentares.

Sandberg não deixa de reconhecer as ''barreiras externas'' – o preconceito, a discriminação, o assédio sexual – que travam o avanço das mulheres no mercado de trabalho.

A polêmica está no que ela considera ''barreiras internas'': uma suposta ''internalização das mensagens negativas'' recebidas de um mundo machista, uma ''redução das expectativas'' de carreira em prol da dos maridos, enfim, uma espécie de derrotismo feminismo diante dos desafios do mercado.

''Meu argumento é que livrar-se destas barreiras internas é crucial para ganhar poder'', escreve Sandberg. ''Outras pessoas argumentam que as mulheres só conseguem chegar ao topo quando as barreiras institucionais são removidas. É a situação típica do ovo e da galinha.''

''Estou incentivando as mulheres a tratar da galinha, mas apoio totalmente aquelas que estão focadas no ovo'', escreve.

Feminismo ou mais pressão?

A executiva da rede social quis que seu livro chegasse às suas leitoras como um novo manifesto feminista. Junto com a obra, Sandberg está impulsionando a criação dos chamados ''círculos para fazer acontecer'', espécies de grupos de discussão para discutir como renovar o avanço da mulher no mercado de trabalho.

Mas, mal chegou às livrarias, a obra já foi acusada de colocar ainda mais pressão sobre as mulheres, ao criar expectativas irrealistas sobre o que cada uma pode fazer, individualmente, para avançar na profissão diante da dupla jornada em casa e principalmente da maternidade, um ''obstáculo'' que os colegas masculinos de profissão não precisam vencer.

O livro descreve o problema, mas não aponta as soluções, e assim as respostas vão nascendo por tentativa e erro no próprio mercado de trabalho.

Um exemplo veio em meados do ano passado, quando a CEO do site Yahoo!, Marissa Mayer, anunciou que tiraria apenas algumas semanas de licença-maternidade, que nesse período continuaria trabalhando de casa e que voltaria o mais rápido possível para o escritório.

A decisão deixara os especialistas debatendo se se tratava de progresso do feminismo ou um péssimo exemplo emanado de uma jovem mãe viciada em trabalho.

No mês passado, Mayer voltou a criar polêmica ao proibir os funcionários de sua companhia de trabalhar de casa – uma prática comum na indústria de tecnologia, que muitos consideram um avanço, principalmente naquela busca do equilíbrio entre trabalho e lazer na qual as mais prejudicadas são frequentemente as mulheres.

A CEO alegou que, por razões de produtividade e integração, todos precisariam estar ''fisicamente juntos'' no ambiente de trabalho.

Representatividade

Mayer e Sandberg não são as mulheres médias afetadas pelas suas decisões ou por suas visões do lugar da mulher no mercado de trabalho.

Mayer, em particular, está sob fogo cruzado pelo fato de ter mandado construir, pagando de seu próprio bolso, um berçário ao lado de seu escritório para poder passar mais tempo com seu filho.

A bilionária Sandberg, que pode cercar-se de quantas babás e enfermeiras julgar necessárias para cumprir por ela a sua função, também não foi poupada.

À sua maneira, as duas poderosas executivas puseram mais lenha em uma fogueira onde já queimam as opiniões da especialista em política da Universidade de Princeton, e mãe de dois adolescentes, Anne-Marie Slaughter.

Em meados do ano passado, Slaughter, recém-saída da direção de Planejamento de Políticas do Departamento de Estado no governo Obama, escreveu um artigo argumentando que ''as mulheres ainda não podem ter tudo''.

Na sua experiência, argumentou, os interesses de uma mãe de dois adolescentes e de uma alta autoridade do governo americano simplesmente não são compatíveis.

Especialistas estão chamando este debate polarizado de um ''cabo-de-guerra'', cujo resultado, se é que haverá um resultado claro, ainda está longe de ser indicado.

No ínterim, Sandberg, do Facebook, saiu em defesa de Mayer, afirmando que a executiva do Yahoo! não estaria sendo tão criticada por sua decisão – que zela pela saúde financeira da empresa que ela preside – se ela fosse homem.

Uma capa da revista Time sobre Sandberg e seu livro estampa os dizeres: ''Não a deteste por ela ser bem-sucedida'', titula o semanário.

Como a executiva, os editores da revista sabiam onde estavam pisando.


Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/03/130315_novo_feminismo_eua_bg.shtml. Acesso em 14 out 2013.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

França: Senado aprova por unanimidade lei que protege transexuais

João Marinho
18/07/2012

Por unanimidade. Foi assim que o Senado da França aprovou uma nova redação na seção do Código Penal que pune a discriminação contra cidadãos franceses e que protege transexuais, noticiou a imprensa do país na última sexta-feira (13).

A emenda consensual foi redigida com base em uma subemenda do governo e de emendas adicionais por parte dos verdes, socialistas, comunistas e conservadores.

Todos os oradores, com destaque para Esther Benbassa (dos grupo ambientalista), Chantal Jouanno (da UMP, conservadora), Pasquet Isabelle (comunista) e Meunier Michelle (socialista), insistiram que os (as) transexuais ou transgêneros são "particularmente vulneráveis ao assédio sexual".

O grupo de trabalho criado pelo Senado para discutir a questão chegou a entrevistar um coletivo de associações de pessoas trans. Com a nova medida, pessoas transexuais agora estão legalmente protegidas da discriminação, novamente segundo a imprensa francesa.

Apesar disso, a Associação Nacional de Transgêneros da França externou preocupação com o texto e o condenou, chegando mesmo a especular que pode ser a primeira traição do recém-eleito governo de François Hollande.

O problema é a terminologia aprovada pelo Senado, que, em vez de incluir o termo "identidade de gênero" na lei, aprovou o termo "identidade sexual". Na opinião da associação, que defende a primeira terminologia, "identidade sexual" é muito vago - e dá espaço de manobra para juízes conservadores.

A homofobia já é crime na França desde 2001, quando a orientação sexual foi também incluída entre os motivos pelos quais os cidadãos franceses não podem ser discriminados. Vale lembrar que ambas as medidas são similares ao PLC 122, que, no Brasil, também busca proibir a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero.


Disponível em http://acapa.virgula.uol.com.br/politica/franca-senado-aprova-por-unanimidade-lei-que-protege-transexuais/2/13/20173. Acesso em 25 ago 2013.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Brincadeiras perversas

Cleo Fante
janeiro de 2008

A violência e seus impactos são temas freqüentes nos debates nacionais e internacionais, especialmente quando se desdobram em tragédias que envolvem estudantes e instituições escolares. É fato que tais acontecimentos trazem à luz questões até então negligenciadas no passado, como a violência entre os estudantes.

Os trotes universitários, muitas vezes humilhantes e violentos, por exemplo, ainda são pouco discutidos e só ganham visibilidade quando os meios de comunicação veiculam cenas de barbárie. A literatura mostra a existência desse costume em diversos países. No Brasil, datam da criação das instituições acadêmicas. Como herança de Coimbra, os trotes em algumas instituições brasileiras já fizeram – e continuam a fazer – inúmeras vítimas. O primeiro registro de morte – de um aluno da Faculdade de Direito – ocorreu em Recife, em 1831.

Ainda hoje, essas práticas são consideradas por muitos como ritos de passagem – e esperadas com certa ansiedade tanto por calouros quanto por seus parentes. Entretanto, aqueles que se dedicam ao estudo do tema concordam que se trata de um ritual de exclusão e não de integração. Deve ser considerado como um mecanismo de dominação fundamentado por discriminação, intolerância, violência e preconceitos de classe, etnia e gênero. O abuso de poder é sua marca principal.

Em razão de atitudes agressivas e abusos psicológicos, sob a alegação de que se trata de “brincadeiras”, muitos estudantes se convertem em “bodes expiatórios” do grupo, desde a sua entrada no ensino superior até a sua conclusão e, em alguns casos, essa situação se estende na vida profissional. Os que se negam a participar da “interação” são sumariamente coagidos, intimidados, perseguidos ou mesmo isolados do convívio e das atividades dos demais.

Em muitas situações, o trote, que seria um ato pontual, se prolonga numa série de ações repetitivas e deliberadas. Sobre as vítimas dessa perseguição recaem prejuízos, que podem afetar várias áreas de sua vida afetiva, acadêmica, familiar, social e profissional. Sentimentos de insegurança, inferioridade, incompreensão, revolta e desejos de vingança podem resultar em stress intenso, depressão, fobias e culminar em suicídio e assassinatos. Outros não resistem à pressão e abandonam a vida acadêmica, carregando consigo a dor e a frustração de ter pertencido a uma instituição que nada fez para romper com essa cultura.

Por outro lado, existem os que se resignam e aceitam submeter-se às diversas formas de opressão e tortura, ou se tornam cúmplices delas: respaldados na tradição dos trotes, justificarão seus atos de posterior dominação. Há ainda aqueles que apenas presenciam o que acontece aos colegas, mas, mais tarde, também se sentirão aptos a reproduzir a experiência.

Estamos, assim, diante de uma dinâmica repetitiva de abusos, já que aquele que foi vítima tende a ser algoz no futuro – seja no ambiente acadêmico, profissional, social ou na instituição familiar.

No ambiente profissional essas práticas ocorrem tantas vezes que chegam a ser vistas como “normais”. De acordo com a freqüência e a intensidade os atos podem se caracterizar como assédio moral. Há grande probabilidade de que suas conseqüências afetem a saúde mental de trabalhadores, comprometendo a auto-estima, a vida pessoal e o rendimento profissional, resultando em queda da produção, faltas freqüentes ao trabalho, licenciamentos para tratamento médico, abandono do emprego ou pedidos de demissão, alto grau de stress, depressão e, em casos extremos, suicídio.

No contexto familiar, a violência pode ser vista como “prática educativa” ou forma eficaz de controle, validada pela maioria que a presencia ou a vive, incluindo a própria vítima. Tanto no contexto profissional quanto na família há estreita ligação de dependência – afetiva, emocional ou financeira – entre os protagonistas. Isso faz com que as vítimas em geral se calem e carreguem consigo uma série de prejuízos psíquicos.

Pesquisas mostram que grande parte daqueles que sofreram abusos psicológicos na infância utilizará na vida adulta essas práticas na educação de seus filhos, acreditando ser esse o procedimento mais adequado. Outros se tornarão submissos, passivos, indefesos, acreditando ser merecedores dos maus-tratos. Muitos ainda reproduzirão a violência no espaço socializador imediato à família, ou seja, na escola.

Assassinato psíquico

É na análise das relações entre os adultos e na observação das interações de grupos de crianças na escola que se alarga nossa percepção sobre o círculo vicioso de abusos. O que antes se acreditava ocorrer apenas nas relações entre os adultos – descritas como padrões relacionais disfuncionais, abusive relationships – se verifica também entre as crianças com idade igual ou semelhante. Trata-se do bullying escolar: um conjunto de comportamentos marcados por atitudes abusivas, repetitivas e intencionais e pelo desequilíbrio de poder.

Bullying é um termo de difícil tradução na língua portuguesa, assim como a dor e o sofrimento daqueles que são vítimas desse fenômeno antigo, mas apenas recentemente identificado. Pode ser considerado um problema mundial que ocorre em todas as escolas, independentemente de serem públicas ou privadas, de sua localização ou dos turnos de funcionamento. Trata-se de uma forma quase invisível, que sorrateiramente vai diminuindo o outro, como se fosse uma espécie de “assassinato psíquico”. Suas conseqüências afetam todos os envolvidos, porém, os maiores prejudicados são mesmo as vítimas diretas, que suportam silenciosas o seu sofrimento.

Alguns motivos justificam o silêncio: o medo de represálias e de que os ataques se tornem ainda mais persistentes e cruéis; a falta de apoio e compreensão quando se queixam aos adultos; a vergonha de se exporem perante os colegas; o sentimento de incompetência e merecimento dos ataques; o temor das reações dos familiares, que muitas vezes incentivam o revide com violência ou culpabilizam as vítimas.

Apesar de os educadores saberem da existência dessa forma de violência, nenhuma ação efetiva foi adotada até os anos 70, por acreditarem ser “brincadeira própria da idade” ou do processo de amadurecimento do indivíduo. Infelizmente, muitos ainda têm esse olhar, o que colabora significativamente para sua disseminação.

O despertar para a gravidade desse comportamento teve início há cerca de duas décadas, primeiro na Suécia e anos depois na Noruega, onde a questão se tornou tema de estudos científicos. O pesquisador norueguês Dan Olweus, professor da Universidade de Bergen, reconhecido internacionalmente como pioneiro nas investigações sobre o fenômeno, observou os altos índices de suicídio entre os estudantes e constatou a relação com o bullying na escola.

Aos poucos, o tema despertou interesse em outros países, inclusive no Brasil. Nossos estudos sobre a temática são recentes, datam de 2000, motivo pelo qual muitos ainda desconhecem o tema, sua gravidade e abrangência. Apesar dos recentes estudos, pesquisas revelam que 45% dos estudantes brasileiros estão envolvidos diretamente no fenômeno.

Assim como no mundo dos adultos, os autores de bullying planejam meticulosamente seus ataques. Escolhem dentre seus pares uma “presa” que pareça vulnerável – aquela que não oferecerá resistência, não revidará, não denunciará e nem conseguirá fazer com que outros saiam em sua defesa.

Desferem seus golpes de modo a humilhar, constranger, difamar, menosprezar, excluir a vítima e intimidá-la de forma direta ou indireta. Para isso, se utilizam de várias estratégias, como apelidos pejorativos, comentários maldosos, calúnias, gozações, piadas jocosas relacionadas à sexualidade, insinuações, assédios, ameaças, danificação ou furto de pertences, empurrões, chutes, socos, pontapés, invasões e ataques virtuais, entre outras.

Esse tipo de comportamento preocupa pais e educadores de todo o mundo, especialmente por envolver crianças muito novas. O bullying pode ser identificado a partir dos 3 anos, quando a “intencionalidade desses atos já pode ser observada”.

As meninas agem de forma ainda mais velada e cruel. Enquanto os garotos escolhem aleatoriamente seus alvos, elas elegem as próprias amigas e “executam o plano” no horário do lanche ou de lazer. Infernizam a vida da colega e desferem contra ela diversas formas de maus-tratos. Uma das mais freqüentes e dolorosas é a exclusão social: ficam “de mal” ou fingem não reconhecer a vítima. Intimidam, constrangem, exigem que traga algo de casa para a escola de que muitas vezes não dispõem, visando ridicularizá-la ou isolá-la. Fofocam, inventam mentiras, ameaçam e contam seus segredos aos outros.

Riso e aplauso

Independentemente da idade dos envolvidos e do local onde ocorrem os assédios, parece haver entre aqueles que presenciam a situação certo grau de tolerância ou até mesmo de conivência. Em alguns casos, alegam que a vítima “merece” hostilidade por causa do seu comportamento provocativo ou passivo. Alguns chegam mesmo a rir e incentivar o que ocorre ao “bode expiatório” – uma atitude que fortalece a ação dos autores e sua popularidade. Outros temem ser o próximo alvo, preferindo, assim, fazer parte do grupo de agressores, o que garante a sua segurança na escola.

Com a conivência do grupo e a omissão dos adultos, os “valentões” tendem, cada vez mais, a abandonar sentimentos de generosidade, empatia, solidariedade, afetividade, tolerância e compaixão. Falhas na formação do caráter se tornam mais acentuadas e, infelizmente, muitos pais e educadores não percebem – ou fingem não perceber – o que se passa.

Com o tempo, as forças do indivíduo que sofre os abusos são minadas, seus sonhos desaparecem, aos poucos ele vai se fechando e se isolando. Esse talvez seja o pior momento na vida das vítimas: o abandono de si mesmo.

Muitos não superam as humilhações vividas durante os anos de escola e podem tornar-se adultos abusivos, depressivos ou compulsivos. Tendem a apresentar problemas na vida afetiva, por não confiar nos parceiros. Na vida laboral, podem desenvolver dificuldade de se expressar, principalmente em público, evitar assumir postos de liderança e apresentar déficit de concentração e insegurança, principalmente quando precisam resolver conflitos ou de tomar decisões. Ou seja, tornam-se presa fácil do assédio moral. Quanto à educação dos filhos, há grandes probabilidades de que se mostrem superprotetores, projetando sobre eles seus medos, desconfianças e inseguranças.

É importante, porém, lembrar que estamos nos referindo a um comportamento repetitivo, deliberado e destrutivo, diferentemente de um comportamento agressivo pontual, numa situação em que a criança, na disputa de um brinquedo ou de seu espaço, ataca o outro com mordidas e socos ou com xingamentos e ameaças. Não nos referimos aqui às divergências de pontos de vista, de idéias contrárias e preconceituosas que muitas vezes redundam em discussões, desentendimentos, brigas ou conflitos sociais ou às disputas profissionais, em que o colega é visto como empecilho para uma promoção, por exemplo. Também não aludimos a pais que, em sua ignorância, aplicam “corretivos” nos filhos quando estes os desafiam, desobedecem ou desapontam.

Referimos-nos a uma ação violenta gratuita e recorrente, baseada no desequilíbrio de poder. É a intencionalidade de fazer mal e a persistência dos atos que diferencia o bullying de outras formas de violência. É por meio da desestabilidade emocional das vítimas e no apoio do grupo que os autores ganham simpatia e popularidade. A busca por sucesso, fama e poder a qualquer preço, o apelo ao consumismo, à competitividade, ao individualismo, ao autoritarismo, à indiferença e ao desrespeito favorecem a proliferação do bullying. E seu potencial de destruição psíquica não cessa com o fim da escolaridade ou da adolescência: se desdobra em outros contextos, num movimento contínuo e circular.

O que se sabe é que esse movimento não pode mais ser ignorado. É necessário estudá-lo à luz das diversas ciências, para que possamos compreendê-lo melhor. É imprescindível a adoção de medidas emergenciais por parte de autoridades, instituições, empresas, famílias, enfim, da sociedade, uma vez que seus prejuízos afetam a todos os níveis e contextos sociais. Ignorar a situação é abrir espaços para muitos protótipos de tiranos, que estão hoje em pleno desenvolvimento. Afinal, no futuro, não serão estes que ingressarão nas universidades, que desempenharão cargos importantes em grandes empresas, que aplicarão leis e penas, que serão manchete em noticiários - sobre violência, que nos representarão no poder e serão responsáveis pela educação das crianças?

Conceitos-chave

Sentimentos de insegurança, inferioridade, incompreensão, revolta e desejos de vingança causados por essa situação podem resultar em stress intenso, depressão, fobias e culminar em suicídio e assassinatos. Muitos não resistem à pressão e abandonam a vida acadêmica, carregando consigo a dor e a frustração de ter pertencido a uma instituição que nada fez para romper com essa cultura. Outros se resignam e aceitam submeter-se à opressão e tortura, ou se tornam cúmplices delas: respaldados na tradição dos trotes, justificarão seus atos de posterior dominação.

É a intenção de fazer mal e a persistência dos atos que diferencia o bullying de outras formas de violência. Em razão de atitudes agressivas e abusos psicológicos, sob a alegação de que se trata de “brincadeiras”, muitos estudantes se convertem em “bodes expiatórios” do grupo, desde a sua entrada no ensino superior até a sua conclusão e, em alguns casos, essa situação se perpetua na vida adulta.

Humilhação e cabeças raspadas para “domesticar” novatos

Há muito tempo a violência entre estudantes tem sido um traço característico das relações escolares. Entretanto, seu foco era direcionado ora para a violência contra a escola e seus representantes (no caso das rebeliões estudantis), ora para os próprios pares (como nos trotes).

No que se refere às rebeliões, registros mostram sua ocorrência já no século XVII, na França. A de 1883, no Liceu Louis-le-Grand, em conseqüência da expulsão de um aluno, tornou-se célebre. As revoltas de estudantes contra os pedagogos eram constantes e marcadas por atos de violência, inclusive com a utilização de instrumentos como bastões, pedras, espadas e chicotes.

Já a origem dos trotes estudantis é incerta; porém, existem registros de sua ocorrência na Idade Média. Um dos documentos mais antigos desse tipo data de 1342 e refere-se à Universidade de Paris. Nas instituições européias, era comum separar os novatos dos veteranos. Aos novos alunos era negada a possibilidade de assistir às aulas junto com os demais, no interior das salas: eles eram obrigados a se dirigir aos vestíbulos (pátios de acesso ao prédio) – daí o uso do termo vestibulando para identificar aqueles que estão prestes a entrar para a universidade.

Sob a alegação de profilaxia e necessidade de manter a higiene, os novatos tinham a cabeça rapada e, na maioria das vezes, suas roupas eram queimadas. Essa prática, no entanto, logo se converteu numa espécie de culto à humilhação.

Freqüentemente, os trotes assumiam conotações sexuais, transformando-se em humilhantes orgias para aqueles que eram submetidos a elas. Com o tempo, os trotes ganharam ainda mais requintes de crueldade. Foram registrados, sobretudo, nas universidades de Heidelberg (Alemanha), Bolonha (Itália) e Paris (França), situações em que os calouros eram obrigados pelos veteranos a beber urina e a comer excrementos antes de serem declarados “domesticados”.

O julgamento dos monstros fedorentos

No início do século XX, na Alemanha, era comum que calouros fossem obrigados a vestir roupas feitas de falsa pele de animal, com orelhas, chifres e presas. Fantasiado, o jovem era arrastado pelos colegas até cinco ou seis “juízes”, sob olhares atentos de uma grande platéia. Era insultado e tratado como “monstro fedorento” por “assistentes” que em dado momento recebiam ordens para “depená-lo”, cortando-lhe as orelhas com tesouras e os chifres com serras; os dentes eram arrancados com tenazes. O nariz era limado e as nádegas, “polidas”; o novato era sacudido, empurrado e, por fim, açoitado com varas. Durante a tortura, o calouro tinha de se reconhecer culpado de inúmeros “pecados”, sobretudo sexuais. E, como penitência, era obrigado a oferecer um banquete aos veteranos.

Tragédia na escola

Os maus-tratos repetidos podem ao longo do tempo causar graves danos ao psiquismo e interferir negativamente no processo de desenvolvimento cognitivo, emocional, sensorial e socioeducacional. Quando os ataques são crônicos, as vítimas podem se tornar agressoras; em casos extremos, muitas vezes resultam em tragédias escolares, como as de Columbine (1999) e Virginia Tech (2007), nos Estados Unidos, as de Taiúva (2003) e Remanso (2004), no Brasil, e a da Finlândia (2007).

PARA CONHECER MAIS
Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Cléo Fante. Verus, 2005.

Bullying, como combatê-lo? Prevenir e enfrentar a violência entre jovens. A. Costantini. Itália Nova, 2004.

Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação sobre o Bullying Escolar (Cemeobes): www.bullying.pro.br


Disponível em http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/brincadeiras_perversas.html. Acesso em 03 ago 2013.