Daniel Pessoa
10 outubro, 2009
Homens e mulheres revelam padrões de diferenças
comportamentais e cognitivas que refletem as diversas influências hormonais no
desenvolvimento do cérebro.
Alguns estudos têm apontado para a importância do hipotálamo
como área do cérebro responsável pela regulação do comportamento reprodutivo.
Tem se mostrado que o hipotálamo de ratos machos é maior que o de ratos fêmeas,
estando esta diferença sob controle hormonal. Estas diferenças também têm sido
identificadas no hipotálamo humano, e estariam relacionadas à orientação sexual
e identidade de gênero. Aparentemente, transexuais masculino-femininos
apresentam hipotálamos menores que os de indivíduos masculinos.
Em ratos, a privação de hormônios masculinos, através da
castração ou bloqueio hormonal, imediatamente após o nascimento, leva a uma
redução nos comportamentos sexuais masculinos (montar durante a cópula) e a um
aumento nos comportamentos sexuais femininos (lordose – arqueamento das costas
durante o coito). A administração de hormônios masculinos a ratos fêmea levam a
um resultado similar, com aumento de monta e diminuição de lordose.
Isto também parece ocorrer em seres humanos. A análise do
comportamento lúdico de meninas com HCA (hiperplasia das adrenais), em
comparação com seus irmãos e irmãs, mostrou uma “masculinização” de seus
comportamentos. A HCA faz com que grandes quantidades de hormônios masculinos
sejam produzidas.
No passado, a ciência já serviu como pretexto para
deflagração de preconceitos e conceitos distorcidos. A ciência não é perfeita,
afinal é realizada por seres humanos. Vamos torcer para que os cientistas não
se esqueçam do passado e que a ética prevaleça em suas pesquisas e
interpretações.
Disponível em
http://pessoadma.wordpress.com/2009/10/10/bases-biologicas-da-orientacao-sexual-e-da-identidade-de-genero/.
Acesso em 11 ago 2013.