Giovana Sanchez
21/01/2014
Duas travestis brasileiras em viagem a Dubai, nos Emirados
Árabes Unidos, ficaram presas por 24 horas em dezembro e agora respondem a um
processo em liberdade por terem identidade masculina e se vestirem com roupas
de mulher, o que é proibido pela legislação local, informou a assessoria de
imprensa do Itamaraty.
Segundo o ministério, a primeira informação de que elas
estariam detidas chegou à embaixada brasileira em 23 de dezembro. Uma audiência
já foi realizada e a próxima será em 23 de março. Enquanto isso, elas se mantêm
com recursos próprios no emirado. Uma amiga das travestis que mora na Holanda e
trabalha em uma organização de apoio aos direitos GLBTs disse ao G1 que elas
foram ao emirado a passeio. Segundo Ana Paula Lima, as duas foram detidas após
terem sido expulsas de uma famosa boate local. Sentindo-se desrespeitadas,
resolveram chamar a polícia. "Mas aí foi pior, porque elas foram levadas
pela polícia", disse a amiga.
O Itamaraty afirmou que está em contato permanente com elas
e com as autoridades judiciárias dos Emirados "para garantir que tenham o
mais amplo direito à defesa". A dupla não pode deixar Dubai pois os
passaportes estão retidos pelas autoridades. O Itamaraty não soube informar a
pena máxima que elas podem receber, mas uma das possibilidades é a de que sejam
deportadas.
Segundo Ana Paula, as brasileiras foram abrigadas por uma
família de filipinos - já que não podem ir para um hotel pois estão sem
passaporte - e estão com pouco dinheiro para se manter no país até março.
A organização internacional Avaaz, que promove petições
online, está com uma campanha para repatriar as travestis brasileiras.
Disponível em
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/01/brasileiros-sao-processados-por-se-vestirem-de-mulher-em-dubai.html.
Acesso em 21 jan 2014.