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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Reposição de testosterona em forma de desodorante chega ao país

Mariana Versolato
20/11/2013

Uma nova droga para repor testosterona em homens com baixos níveis do hormônio deve chegar ao Brasil no próximo mês. A novidade é o formato: o medicamento é aplicado nas axilas, como se fosse um desodorante.

Hoje, existem três remédios de reposição hormonal masculina no país, todos injetáveis. Dois deles são aplicados a cada três semanas e o outro, a cada três meses.

Já o novo medicamento, de uso tópico, deve ser usado diariamente pela manhã, depois do desodorante comum.

Dessa forma, a droga tenta imitar a produção natural da testosterona --que tem níveis mais altos no começo do dia. Com os remédios injetáveis de longa duração, podem ocorrer picos do hormônio logo após as aplicações e níveis baixos no fim do período.

O remédio é colocado em um aplicador usado diretamente nas axilas, o que evita que o produto entre em contato com as mãos e diminui os riscos de contaminar outras pessoas com o hormônio. A dose pode variar de acordo com a recomendação médica. Cada "bombeada" do produto tem 30 mg, e a dose máxima diária, segundo a bula, é de 120 mg. Uma unidade com 110 ml custará R$ 283,93, o que é suficiente para um mês, em média, a depender da dose indicada.    
                 
Indicação

Segundo Miguel Srougi, professor titular de urologia da Faculdade de Medicina da USP, a diminuição do hormônio masculino é um processo natural que ocorre a partir dos 40 anos.

Mas não são todos os homens que precisam do medicamento. O urologista afirma que a reposição hormonal só é indicada para homens com níveis baixos de testosterona --os valores normais vão de 300 a mil nanogramas por decilitro-- e queixa de sintomas.

De acordo com estudos, de 3% a 30% dos homens podem ter níveis baixos de testosterona. Desses, só um terço tem sintomas relacionados a essa queda e, portanto, seria candidato ao uso da reposição hormonal.

"Há só três problemas que a reposição pode melhorar: perda de libido, perda de massa muscular e osteoporose. Há médicos que acreditam que há um ganho na memória, que a pessoa vai ficar mais bem disposta, mas não há evidências disso. É tudo ficção", afirma Srougi.

Segundo ele, a queda do hormônio masculino pode ter um efeito desfavorável para a saúde, mas não é responsável por problemas cognitivos decorrentes da idade. A reposição também não é um "elixir" para males como irritabilidade e insônia.

"Há um grupo de críticos que afirma ainda que há um mercado de reposição hormonal que lucra com essa ideia. Surgiu todo um comércio em torno disso. É preciso ter cuidado na indicação", diz.

A reposição hormonal masculina tem seus riscos. Em doses exageradas, pode causar o crescimento das mamas, toxicidade para o fígado, aumento de colesterol "ruim", maior risco de hipertensão e apneia do sono.

O risco de o tratamento causar câncer de próstata foi levantado e já descartado, segundo Srougi, mas, se o paciente já tiver um tumor, a droga fará com que ele cresça mais rapidamente. Por isso, é preciso descartar a hipótese da doença antes de começar o tratamento.

O médico diz ainda que a forma de aplicação do novo medicamento, não injetável, pode aumentar o número de pessoas que farão uso indevido da testosterona, incluindo os adeptos da medicina "antiaging" (que usa hormônios para tentar atrasar o envelhecimento, sem evidências científicas).

Bernardo Soares, diretor médico da Eli Lilly, diz que o risco existe, mas que a droga será vendida com receita. Efeitos adversos e uso fora da indicação da bula serão monitorados pela farmacêutica.


Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2013/11/1373857-reposicao-de-testosterona-em-forma-de-desodorante-chega-ao-pais.shtml. Acesso em 16 jan 2014.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Pais brasileiros sonham que filhos sejam médicos ou empresários

Folha online
06/11/2013

Para os pais brasileiros, as profissões ideais para os filhos são as de médico ou empreendedor. É o que mostra uma pesquisa realizada pela rede social corporativa LinkedIn.

Na lista de profissões dos sonhos dos pais, as de médico e empreendedor aparecem em primeiro lugar, empatadas com 35%. Em seguida aparecem funções no ramo financeiro (23%), desenvolvimento de tecnologia e advocacia (19%). O levantamento ouviu 1.001 pessoas.

Pilotos, profissionais de marketing e relações públicas, professores, veterinários e esportistas também estão entre as dez carreiras preferidas.

Para os pais, o mais importante é que seus filhos tenham um trabalho que os façam felizes - a opção foi indicada por 46% deles. Em segundo lugar, aparecem as boas oportunidades de carreira, com 42%, e um salário que permita uma vida confortável (39%).

Em contrapartida, para os filhos, um bom salário é o mais desejável em uma profissão (39%). Felicidade e oportunidades de carreira estão em seguida, com 36% e 33%, respectivamente.
Segundo a pesquisa, tanto para os pais (63%), quanto para os filhos (54%), o principal indicador de sucesso na carreira é estar satisfeito com o trabalho.


Disponível em http://classificados.folha.uol.com.br/empregos/2013/11/1367622-pais-brasileiros-sonham-que-filhos-sejam-medicos-ou-empresarios.shtml#__utma=7414573.1801280418.1383748255.1383754641.1383758715.3&__utmb=7414573.15.10.1383758715&__utmc=7414573&__utmx=-&__utmz=7414573.1383758715.3.2.utmcsr=spiffy.corp.folha.com.br|utmccn=(referral)|utmcmd=referral|utmcct=/news/site/29/section/10182/newstexts/new&__utmv=-&__utmk=154751166. Acesso em 06 nov 2013.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Documentário conta drama de gêmeo criado como menina após perder pênis

BBC BRASIL
24/11/2010 - 07h59

Os gêmeos Bruce e Brian Reimer nasceram como meninos perfeitos, mas após sete meses, começaram a apresentar dificuldades para urinar.

Sob orientação médica, os pais, Janet e Ron, levaram os dois a um hospital para serem circuncidados.

Na manhã seguinte, eles receberam uma ligação telefônica devastadora -- Bruce tinha sido envolvido em um acidente.

Os médicos usaram uma agulha cauterizadora em vez de um bisturi. O equipamento elétrico apresentou problemas, e a elevação súbita da corrente elétrica queimou completamente o pênis de Bruce.

A operação de Brian foi cancelada, e o casal levou os gêmeos de volta para casa.

Psicólogo

Vários meses se passaram, e eles não tinham ideia do que fazer até que um dia encontraram um homem que mudaria suas vidas e as vidas de seus filhos para sempre.

John Money era um psicólogo especializado em mudança de sexo. Ele acreditava que não era tanto a biologia que determinava se somos homens ou mulheres, mas a maneira como somos criados.

"Estávamos assistindo a TV", lembra Janet. "O doutor Money estava lá, muito carismático, e parecia muito inteligente e muito confiante no que estava falando."

Janet escreveu para Money, e poucas semanas depois ela levou Bruce para vê-lo em Baltimore, nos Estados Unidos.

Para o psicólogo, o caso representava uma experiência ideal. Ali estava uma criança a qual ele acreditava que poderia ser criada como sendo do sexo oposto e que trazia até mesmo seu grupo de controle com ele -- um gêmeo idêntico.

Se funcionasse, a experiência daria uma evidência irrefutável de que a criação pode se sobrepor à biologia, e Money genuinamente acreditava que Bruce tinha uma chance melhor de levar uma vida feliz como mulher do que como um homem sem pênis.

Então, quando Bruce tinha 17 meses de idade, se transformou em Brenda. Quatro meses depois, no dia 3 de julho de 1967, o primeiro passo cirúrgico para a mudança foi tomado, com a castração.

Segredo

Money enfatizou que, se quisessem garantir que a mudança de sexo funcionasse, os pais nunca deveriam contar a Brenda ou ao seu irmão gêmeo que ela havia nascido como menino.

A partir de então, eles passaram a ter uma filha, e todos os anos eles visitavam Money para acompanhar o progresso dos gêmeos, no que se tornou conhecido como o "caso John/Joan". A identidade de Brenda foi mantida em segredo.

"A mãe afirmou que sua filha era muito mais arrumada do que seu irmão e, em contraste com ele, não gostava de ficar suja", registrou Money em uma das primeiras consultas.

Mas em contraste, ele também observou: "A menina tinha muitos traços de menina moleque, como uma energia física abundante, um alto nível de atividade, teimosia e era frequentemente a figura dominante num grupo de meninas".

Em 1975, as crianças tinham 9 anos, e Money publicou um artigo detalhando suas observações. A experiência, segundo ele, tinha sido um sucesso total.

"Ninguém mais sabe que ela é a criança cujo caso eles leram nos noticiários na época do acidente", afirmou.

"O comportamento dela é tão normalmente o de uma garotinha ativa e tão claramente diferente, por comparação, do comportamento de menino de seu irmão gêmeo, que não dá margem para as conjecturas de outros."

Suicida

No entanto, na época em que Brenda chegou à puberdade, aos 13 anos, ela sentia impulsos suicidas.

"Eu podia ver que Brenda não era feliz como menina", lembrou Janet. "Ela era muito rebelde. Ela era muito masculina e eu não conseguia convencê-la a fazer nada feminino. Brenda quase não tinha amigos enquanto crescia. Todos a ridicularizavam, a chamavam de mulher das cavernas. Ela era uma garota muito solitária."

Ao observar a tristeza da filha, os pais de Brenda pararam com as consultas com John Money. Logo depois, eles fizeram algo que Money tinha pedido para que não fizessem: contaram a ela que Brenda tinha nascido como um menino.

Semanas depois, Brenda escolheu se transformar em David. Ele passou por uma cirurgia de reconstrução do pênis e até se casou. Ele não podia ter filhos, mas adorou ser o padrasto dos três filhos de sua esposa.

Mas, o que David não sabia, era que seu caso tinha sido imortalizado como "John/Joan", em artigos médicos e acadêmicos a respeito de mudança de sexo e que o "sucesso" da teoria de Money estava afetando outros pacientes com problemas semelhantes aos deles.

"Ele não tinha como saber que seu caso tinha ido parar em uma ampla série de livros de teoria médica e psicológica e que estava estabelecendo os protocolos sobre como tratar hermafroditas e pessoas que tinham perdido o pênis", disse John Colapinto, um jornalista do "The New York Times", que descobriu a história de David.

"Ele mal conseguia acreditar que (sua história) estava sendo divulgada por aí como um caso bem sucedido e que estava afetando outras pessoas como ele."

Depressão

Quando passou dos 30 anos, David entrou em depressão. Ele perdeu o emprego e se separou da esposa.

Na primavera de 2002 seu irmão morreu devido a uma overdose de drogas.

Dois anos depois, no dia 4 de maio de 2004, quando David estava com 38 anos, os pais, Janet e Ron Reimer, receberam uma visita da polícia que os informou que seu filho tinha cometido suicídio.

"Eles pediram que nos sentássemos e falaram que tinham notícias ruins, que David estava morto. Eu apenas chorei", conta Janet.

Casos como o "John/Joan", quando ocorre um acidente, são muito raros. Mas decisões ainda estão sendo tomadas sobre como criar uma criança, como menino ou menina, se ela sofre do que atualmente é conhecido como Distúrbio do Desenvolvimento Sexual.

"Agora temos equipes multidisciplinares, que funcionam bem, em todo o país, então a decisão será tomada por uma ampla série de profissionais", explicou Polly Carmichael, do Hospital Great Ormond Street, de Londres.

"Os pais ficarão muito mais envolvidos em termos do processo da tomada de decisão", acrescentou.

Carmichael afirma que, segundo sua experiência, estas decisões tem sido mais bem sucedidas para ajudar as crianças a levar uma vida feliz quando crescerem.

"Fico constantemente surpresa como, com apoio, estas crianças são capazes de enfrentar e lidar (com o problema)", disse.


Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/bbc/835267-documentario-conta-drama-de-gemeo-criado-como-menina-apos-perder-penis.shtml>. Acesso em 24 nov 2010.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Masturbação e pornografia podem se tornar dependência; veja pesquisa

Elvis Pereira
01/09/2013

Masturbação e pornografia podem se tornar uma dependência. Desde o fim de 2010, o IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas, em São Paulo, acompanha 86 homens com comportamento sexual compulsivo. Eles participam do primeiro estudo sobre o tema no país feito com pacientes. O objetivo é buscar evidências científicas sobre o problema e formas mais eficazes de tratá-lo, segundo Marco Scanavino, 47, principal autor da pesquisa. Os resultados iniciais foram divulgados neste ano, na revista "Psychiatry Research".


Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2013/09/1334806-masturbacao-e-pornografia-podem-se-tornar-dependencia-veja-pesquisa.shtml. Acesso em 10 set 2013.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Mulher é demitida nos EUA por ser "muito atraente"

Reuters
27/12/2012

A Suprema Corte do Estado de Iowa, nos Estados Unidos, decidiu que os empregadores do local podem, legalmente, demitir funcionários que eles considerem muito atraentes.

Em uma decisão unânime, o tribunal indicou que um dentista não violou as leis do Estado ao demitir uma assistente que a mulher dele considerava ser uma ameaça ao seu casamento.

A assistente, Melissa Nelson, trabalhou para o dentista James Knight por mais de dez anos e nunca tinha flertado com ele, de acordo com os testemunhos de ambas as partes.

Mas, no julgamento, Knight disse que tinha reclamado diversas vezes que as roupas da funcionária, classificada no processo como "irresistível", eram muito apertadas e "reveladoras".

Em 2009, ele começou a trocar mensagens SMS com Nelson. A maior parte dos torpedos era relacionada ao trabalho, mas alguns eram sugestivos --em um deles, de acordo com os dados do processo, o chefe perguntou à assistente com que frequência ela tinha orgasmos. Ela não respondeu a mensagem.

No fim daquele ano, a mulher do dentista descobriu os torpedos e mandou o marido demitir a funcionária, em razão de ela ser "uma grande ameaça ao casamento" dos dois.

No começo de 2010, Nelson foi demitida e entrou com um processo contra o chefe, dizendo que não havia feito nada de errado, que considerava Knight uma figura paterna e que havia sido mandada embora apenas por ser mulher.

O dentista argumentou que a assistente não havia sido demitida por ser mulher, já que todas as funcionárias de sua clínica são do sexo feminino, mas sim porque o relacionamento entre os dois colocava seu casamento em risco.

Os sete juízes da corte de Iowa, todos homens, decidiram que chefes podem demitir funcionários "muito atraentes" e que a medida não representa discriminação.


Disponível em http://classificados.folha.uol.com.br/empregos/1206703-mulher-e-demitida-nos-eua-por-ser-muito-atraente.shtml. Acesso em 15 ago 2013.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Homens preferem mulheres vestidas de vermelho, diz estudo

Folha Online  
02/05/2012

As roupas vermelhas sempre foram tidas como uma forma de deixar as mulheres mais atraentes para os olhares dos homens e um estudo publicado no "Journal of Social Psychology" deu uma possível razão para isso.

Após entrevistar 120 homens com idade entre 18 e 21 anos, um grupo de psicólogos descobriu que, para eles, mulheres com roupas vermelhas são mais fáceis de levar para a cama no primeiro encontro.

Segundo os entrevistados, quando elas vestem vermelho demonstram uma "maior intenção sexual" do que quando usam cores mais neutras.

De acordo com o jornal britânico "The Telegraph", não é nem mesmo necessário que a roupa seja muito reveladora para que seja julgada dessa maneira pela mente masculina, até mesmo uma simples camiseta funciona assim.

Os pesquisados tiveram de olhar fotos de mulheres com tops nas cores vermelho, branco, azul e verde, e julgaram quais delas eram mais atraentes e quais topariam fazer sexo mais facilmente.

Depois do vermelho, a ordem das cores em que as mulheres estariam mais propensas a topar a proposta foi azul, verde e, por último, branco.

"Estudos têm demonstrado que o vermelho está ligado ao amor romântico e ao desejo, assim como a fertilidade feminina", diz o estudo feito pela University of South Brittany.


Disponível em http://f5.folha.uol.com.br/estranho/1084434-homens-preferem-mulheres-vestidas-de-vermelho-diz-estudo.shtml. Acesso em 03 ago 2013.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Universidades da Califórnia estudam perguntar a orientação sexual dos alunos

EFE
31/03/2012

As universidades estatais da Califórnia (EUA) estudam questionar os alunos sobre sua orientação sexual nos formulários de matrícula do próximo ano letivo para conhecer a percentagem de homossexuais entre os estudantes, segundo publicou nesta sexta-feira o "Los Angeles Times" em seu site.

A iniciativa, que começou a ser avaliada nos 23 campi do estado, responde a um relatório da rede de universidades que determina que os alunos gays sofrem maiores taxas de depressão e sentem-se desrespeitados com mais frequência no campus [do que os demais].

O objetivo seria conhecer a dimensão da comunidade gay dentro dos centros de educação superior para poder atender a suas "necessidades específicas para sua segurança e apoio educacional", explicou Christopher Ward, assistente do democrata Marty Block, que impulsionou no ano passado a lei AB 620 contra os abusos escolares a homossexuais.

Em qualquer caso, a resposta à pergunta sobre a orientação sexual será opcional e dependerá de cada aluno revelar oficialmente sua condição.

O republicano Tom Harman, que votou contra a lei AB 620, assegurou que essa medida representará uma "invasão da privacidade" e alertou dos problemas que poderia causar se essa informação pessoal caísse nas mãos erradas.

Uma pesquisa realizada em 2010 entre estudantes universitários na Califórnia determinou que 87% dos consultados eram heterossexuais, 3% se declararam gays ou lésbicas e outros 3% se consideraram bissexuais, enquanto 1% confessou não ter certeza de sua opção. O restante preferiu não responder.


Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1069963-universidades-da-california-estudam-perguntar-a-orientacao-sexual-dos-alunos.shtml. Acesso em 03 ago 2013.

sábado, 3 de agosto de 2013

Cresce influência da indústria sobre manual de psiquiatria

Rafael Garcia
31/03/2012

O processo de reformulação do manual mais importante da psiquiatria está sofrendo cada vez mais influência da indústria farmacêutica, afirma um novo estudo.

Dentro da força-tarefa responsável pela quinta edição do livro, o número de pesquisadores que declararam ter conflito de interesses subiu de 57% para 69%, em relação à quarta edição.

A obra sob crítica é o DSM (Manual de Estatísticas e Diagnósticos), da APA (Associação Psiquiátrica Americana), que vem sendo alvejada por criar novos transtornos mentais.

Segundo Lisa Cosgrove, eticista da Universidade Harvard, o aumento dos laços com o setor privado é uma surpresa, pois a comissão encarregada de editar o manual impôs novas regras para minimizar o problema.

Na tentativa de evitar que empresas pressionem por alterações que favoreçam a venda de seus medicamentos, a associação instituiu que todos os membros da força-tarefa do DSM-5 devem relatar ligações com laboratórios.

Pesquisadores que atuam como conselheiros em empresas ou que tenham realizado pesquisas patrocinadas por elas são agora obrigados a revelar suas ligações.

Sheldon Krimsky, da Univesidade Tufts, que assina o trabalho com Cosgrove, sugere que a nova política fracassou, pois só "transformou um problema de 'viés secreto' em um de 'viés aberto'".

Os resultados foram publicados na revista "PLoS Medicine". O presidente da APA, John Oldham, emitiu um comunicado questionando o trabalho.

Além de analisar dados sobre os 29 membros da força-tarefa responsável pelo manual, Cosgrove e Krimsky fizeram um levantamento sobre os 141 pesquisadores que participam dos grupos de trabalho representando sub-áreas da psiquiatria.

"Três quartos dos grupos de trabalho têm a maioria de seus membros ligados à indústria", diz o estudo. "Os painéis onde há mais conflito são aqueles sobre problemas mentais para os quais o tratamento farmacológico é a intervenção de praxe."

Mudanças nos critérios de diagnóstico de depressão, por exemplo, podem fazer mais pessoas serem encaixadas no transtorno.

Segundo Cosgrove e Krimsky, o grau de conflito de interesses pode estar subestimado, pois a APA não exige que psiquiatras revelem participação nos "bureaus de oradores" de empresas.

Esses profissionais, que fazem apresentações públicas sobre medicamentos, podem listar essa atividade só como "honorários", sem especificar do que se trata.

"Quando fizemos uma busca de internet pelos nomes dos 141 integrantes do painel, descobrimos que 15% deles tinham revelado estar em 'bureaus de oradores' ou painéis de conselheiros de farmacêuticas", escrevem os autores.

Outro lado

O presidente da Associação Psiquiátrica Americana, John Oldham, nega que os esforços para reduzir a influência da indústria farmacêutica sobre o manual de diagnóstico DSM tenham redundado em fracasso.

"O artigo de Cosgrove e Krimsky não leva em conta o nível em que os integrantes da força-tarefa e dos grupos de trabalho do DSM-5 minimizaram ou cortaram suas relações com a indústria", declarou Oldham em comunicado divulgado pela associação.

"Em 2012, 72% dos 153 integrantes relataram não ter tido relações com empresas farmacêuticas no ano anterior", afirma ele.

Cosgrove e Krimsky dizem ter consultado versões das fichas dos psiquiatras que estavam disponíveis no site da força-tarefa de atualização do manual médico (www.dsm5.org) em 12 de janeiro.

A Associação Psiquiátrica Americana não informa com que frequência as fichas dos participantes do projeto estão sendo atualizadas. Faltam dados.

Oldham também afirma, porém, que os dados usados no estudo da dupla na revista "PLoS Medicine" não são suficientes para comparar as influências da indústria de medicamentos sobre as duas edições do DSM em questão, a quarta e a quinta. O problema, diz ele, é que as políticas sobre o tema mudaram muito de lá para cá.

"Na época da publicação do DSM-4, em 1994, nem os periódicos científicos, nem os simpósios, nem a força-tarefa exigiam que conflitos de interesse fossem revelados", diz o psiquiatra, sugerindo que os número antigos podem estar subestimados.


Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1069893-cresce-influencia-da-industria-sobre-manual-de-psiquiatria.shtml. Acesso em 03 ago 2013.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Por que meninos usam roupa azul e meninas, rosa?

Clarice Reichstul
28/05/2012

Até o século 19, as roupas infantis geralmente eram brancas, afinal poderiam ser usadas por todos os filhos da família e resistiam a diversas lavagens. E as roupas eram poucas e caras. Mesmo o corte costumava ser unissex, meninos e meninas de até quatro anos usavam vestidos, cabelos compridos e sapatos do estilo boneca.

Nos Estados Unidos, era costume a associação de rosa para meninos e azul para meninas. Dizia-se que a cor rosa era mais forte e a azul, delicada. Por volta da 2ª Guerra Mundial, a moda de usar as cores para marcar diferença entre meninos e meninas pegou e, curiosamente, se inverteu. O interessante é que adotamos um costume dos norte-americanos que nos custa mais caro. Afinal, se em uma família o primeiro filho é menino, compra-se enxoval azul, e, se nasce uma menina depois, lá se vão os pais gastar com enxoval rosa.

Depois dos quatro anos, a criança começa a escolher a roupa. Mas é justo nesse primeiro período da infância que se estabelece essa separação que levamos para o resto da vida, com os carimbos rosa-menina e azul-menino. Nos anos 60 e 70, houve uma rebelião contra essa divisão e passou a valer uma moda infantil unissex, roupas que serviam para meninos e meninas. Mas, em meados da década de 80, o jogo mudou de novo.

Acho que podemos nos inspirar na revolução dos anos 60 e 70 e exigir mais roupas unissex, de criança mesmo, coloridas, mas sem essa preocupação tão grande com o que é de menino e o que é de menina, não? Roupa boa de brincar, correr, pular. Menos regras desnecessárias nas nossas vidas, por favor!


Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/1094761-por-que-meninos-usam-roupa-azul-e-meninas-rosa.shtml. Acesso em 22 jun 2013.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Obama indica transexual para cargo no Departamento de Comércio

Folha Online
06/01/2010 - 15h04


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, indicou a transexual Amanda Simpson para conselheira sênior técnica do Departamento de Comércio. Simpson, que era piloto de testes e chamava-se Mitch, começou a trabalhar nesta terça-feira no governo democrata. Ela é uma das primeiras pessoas a mudar de sexo a ser indicada para um cargo no governo dos EUA e ressaltou que sua indicação é importante para mostrar a necessidade de mais igualdade sexual no país.
Segundo a rede de TV americana ABC, que cita Simpson como a primeira transexual assumida a ter um cargo no governo, a nova posição "é a culminação de uma carreira dedicada ao entendimento da tecnologia militar".

Ela trabalhou na indústria de defesa e aeroespacial por três décadas e, recentemente, trabalhou para a Raytheon Missile Systems, em Tucson, Arizona.Segundo a rede de TV FOX, Simpson já esteve nos noticiários em 2004, ao ser a primeira transexual a ganhar uma primária --para uma cadeira de deputada no Arizona. Ela perdeu a disputa na eleição geral.

Como a maioria dos "primeiros", Simpson disse temer que sua escolha seja rotulada apenas pela sua identidade sexual. "Ser a primeira é ruim. Eu preferiria não ser a primeira, mas alguém tem de ser a primeira, ou estar entre os primeiros", disse ao site da ABC.

"Eu acho que tenho experiência e sou muito bem qualificada para lidar com qualquer coisa que possa aparecer, porque quebrei barreiras em muitos outros lugares e sempre ganho as pessoas do jeito que sou e com o que eu posso fazer", completou.


Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u675379.shtml>. Acesso em 06 jan 2010.