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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

O homossexualismo não vai contra a natureza

Rafael Garcia
21 de junho de 2008

Se o homossexualismo não estimula a reprodução, como ele pode sobreviver à seleção natural? A resposta para essa charada, um quebra-cabeça secular da biologia, está ganhando agora uma resposta coerente, que sobreviveu ao primeiro teste de lógica. Defendida pelo biólogo Andrea Ciani, a nova teoria indica que o homossexualismo masculino tem um componente genético herdado por parte de mãe, e os genes por trás dele são os mesmos que, em mulheres, estimulam a fertilidade.

Ciani, geneticista da Universidade de Pádua (Itália), apresentou as bases da teoria na terça-feira -cifrada em um estudo cheio de fórmulas matemáticas- na revista "PLoS One".

Com longa experiência em estudos com macacos, o cientista tem se dedicado nos últimos anos a um outro tipo de primata: o Homo sapiens. O que ele aprendeu com seu trabalho? "O homossexualismo não é contra a natureza."

Em entrevista à Folha, Ciani abre mão da estatística e traduz o significado de sua teoria.

FOLHA - O que diz seu estudo?
ANDREA CAMPERIO CIANI - Eu publiquei uma pesquisa em 2004 em que mostrei que homossexualismo em homens está conectado com um aumento na fertilidade das mães e avós da linhagem materna desse indivíduos. O que fiz agora nesse estudo para a "PLoS" foi desenvolver isso. Nós já sabíamos o que estava ocorrendo, mas não entendíamos a dinâmica, não tínhamos o modelo correto.

FOLHA - Como vocês criaram o modelo correto?
CIANI - Nós procuramos modelos genéticos que já existiam [para explicar outras características] e seguimos quatro pré-requisitos empíricos. O primeiro é que o homossexualismo está presente em todas as populações humanas. O segundo, que não há nenhuma população em que a maioria das pessoas sejam homossexuais. O terceiro é aquele que tiramos de dados empíricos: que o homossexualismo tende a seguir em famílias pela linha materna. Isso significa que se você é homossexual, há uma probabilidade maior de o seu tio materno sê-lo. O quarto, que achamos em 2004, é que mães e tias da linha materna de homossexuais costumam ter proles maiores.

Na literatura científica há muitos modelos para difusão genética de características. Há modelos que testam a difusão com um único "locus" [gene], outros com mais genes. Quando começamos a testar os modelos com dois genes, todos falharam, exceto um, que é esse modelo da "seleção sexualmente antagonística", baseado em dois genes em dois diferentes cromossomos. Um tem que ser no cromossomo X - que os homens recebem apenas de suas mães -, e o outro pode ser nos cromossomos não sexuais. Só esse modelo explicou todos os pré-requisitos que encontramos empiricamente.

Foi uma coisa inesperada. É a primeira vez que um modelo de seleção sexualmente antagonística funciona para uma característica humana. O modelo mostra características peculiares, que dão uma vantagem reprodutiva para um sexo, e dão desvantagem para outro.

O normal é imaginar que um determinado gene dá vantagem para todas as pessoas que o carregam. Mas genes como esses ligados à homossexualidade humana dão vantagem quando estão em mulheres, porque as fazem produzir mais prole, mas ao mesmo tempo criam desvantagem reprodutiva em homens, com a possibilidade de se tornarem homossexuais.

FOLHA - Isso não pode ser causado por um fator social ou psicológico?
CIANI - Nós estudamos apenas os componentes genéticos, mas não estou dizendo que o homossexualismo é determinado pelos genes. Ele é apenas influenciado. Há outros componentes, biológicos, psicossociais, experiência de vida...

FOLHA - Mas como ocorre essa influência? Como é a fisiologia?
CIANI - Eu fiz uma pesquisa sobre isso. É muito difícil, porque tive que estudar mães e tias. Na Itália não é difícil entrevistar homossexuais. Você os encontra em bares gays ou discotecas, e eles costumam estar dispostos a falar. Mas quando você pede para contatar suas mães e parentes, a coisa fica delicada.

Talvez esses genes dêem a elas uma fertilidade maior, porque favorecem uma taxa menor de abortos naturais. Ou, de outra forma, poderia lhes dar uma personalidade mais extrovertida, que facilitasse entrar em relações. Nós achamos uma evidencia tênue de que essas mães e tias têm menos problemas com reprodução e parto, em geral. Já em personalidade, não achamos nada. Mas ficamos surpresos com outra coisa: mães e tias desses homossexuais, durante suas histórias de vida, se sentiram mais atraídas por homens do que as mães e tias de heterossexuais. Então, estamos procurando fatores genéticos que, de alguma maneira, influenciem a androfilia, a atração por homens. Isso significa que, se você for mulher, você se sente mais atraída por homens e, se você for homem, se tornará ligeiramente mais atraído por homens e pode acabar se tornando homossexual.

FOLHA - Mas como isso ocorre na célula? Vocês apontam para algum gene específico, algum hormônio?
CIANI - Eu estudo genética do comportamento. Então, quando eu sei algo, sei que existem genes de como esse traço se comporta. Uma vez que você descobre como o caractere controla o traço, não importa saber exatamente onde ele está. Algumas pessoas que tentam descobrir isso têm razões com as quais eu não concordo. Caçadores de genes às vezes querem vender uma patente envolvendo a localização do gene para fazer negócio. Poderiam, aí, sugerir algo que possa evitar que seu filho se torne gay ou sua filha lésbica. Não concordo com isso. Estou interessado na natureza humana, não em "vender" um filho "melhorado" para quem quer que seja.

FOLHA - Mas seu trabalho pode ajudar os caçadores de genes.
CIANI - Sim, mas agora eles teriam uma restrição maior. Isso não é uma doença, é um traço que confere vantagem reprodutiva a um dos sexos e desvantagem a outro. Se alguém interferir aí, pode mudar a orientação de um filho, mas também pode influenciar de maneira ruim a sua filha. Se há um gene ali e não é o gene de uma doença, significa que existe uma razão para ele estar lá.

FOLHA - Gays se sentirão melhor ao saber que a natureza, não só a criação, influencia suas opções?
CIANI - A comunidade gay sempre fica muito infeliz quando pessoas falam sobre esse assunto e os jornalistas começam a usar manchetes como "Descoberto o gene gay". Isso é besteira. Nós, geneticistas comportamentais, sabemos há muito tempo que o debate de natureza contra criação é fútil. Todos os genes têm de se expressar em um ambiente. O ambiente influencia a expressão do gene, assim como o gene influencia o ambiente onde ele se expressa. Vou dar um exemplo. Todos nós temos genes que favorecem o roubo, porque se não tivermos o comportamento do roubo, não sobreviveremos em uma emergência onde ele pode ser necessário. Isso não significa que sejamos forçados a sermos ladrões.

Há genes influenciando algumas pessoas, tornando mais fácil para elas optar pela homossexualidade. Ser ou não ser homossexual, porém, é resultado de história de vida, além de genes. O que queremos saber é por que os genes que influenciam a homossexualidade existem. Um gene que reduz a taxa de reprodução das pessoas deveria desaparecer. Esse é o dilema darwiniano da homossexualidade. A posição da Igreja tem sido por muito tempo a de dizer que o homossexualismo seria um vício, um pecado contra a natureza. Com o nosso estudo, podemos dizer claramente que o homossexualismo não vai contra a natureza. Ele faz parte da natureza, e é demonstrado precisamente pela seleção sexual darwiniana.

FOLHA - O sr. também está estudando as lésbicas?
CIANI - Sim. Eu comecei a coletar muitos dados sobre lésbicas dois anos atrás, mas nosso modelo não funciona com lesbianismo. Esse é um fenômeno diferente, com uma dinâmica diferente e uma origem diferente.

FOLHA - O sr. tem dificuldade para publicar seus estudos?
CIANI - Muitos estudos são rejeitados em algumas revistas científicas. Uma hora antes de você me telefonar, um jornalista da revista "Science" me telefonou, porque estava fazendo uma matéria para o "público geral". Foi estranho, porque eu tinha submetido meu estudo para a "Science", antes da "PLoS", e eles rejeitaram dizendo que não era "de interesse geral". Não mandaram nem para os revisores.


Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2106200801.htm. Acesso em 06 jan 2014.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Quatro homens iranianos são condenados à forca por homossexualismo

R7 
14/05/2012 às 18h05:

Quatro homens, identificados pela Agência de Notícias dos Direitos Humanos como Saadat Arefi, Vahid Akbari, Javid Akbari e Houshmand Akbari, serão enforcados após serem sentenciados como culpados pelas leis de Shari'a, o código religioso e moral que é seguido pelo Islamismo. Os homens eram acusados de homossexualismo, que é proibido no Irã.

Mehri Jafari, advogado dos direitos humanos iraniano, disse estar horrorizado e chateado com a notícia.

— Não estou chocado apenas com a execução em si, mas também com o fato, que vai além do nosso controle.

A sentença foi dada a dois dias da divulgação de um novo relatório sobre homossexualismo e transexuais no Irã. De acordo com o Gay Star News, jornal iraniano voltado para o público gay, o relatório irá esclarecer os problemas que o país encontra em relação aos homossexuais e àqueles que fogem do país para poderem fazer cirurgias de mudança de sexo.

Segundo um dos jornalistas do da publicação, muitos homossexuais não se sentem parte da sociedade.

— Se eu dissesse que me sinto parte dessa sociedade, seria a maior mentira da minha vida. Isso por causa da minha homossexualidade e do pensamento iraniano em relação aos gays. Normalmente, eu me refiro ao Irã como "o seu país", ao invés de "o nosso país".

De acordo com o jornalista, que mora em Bandar Anzali, a internet tem um papel importante em seu trabalho.

— Não consigo explicar o que a internet representa. Moro em uma cidade pequena, onde a comunidade homossexual é muito discreta. O único meio para mim é a internet.

Em abril, o jornal inglês The Guardian publicou que o líder iraniano, Ayatollah Abdollah Javadi-Amoli, discursou e disse que os homossexuais são inferiores à cachorros e porcos.

— Se a sociedade comete um novo pecado, irá enfrentar um novo castigo. Problemas como a AIDS não existiam antigamente.


Disponível em <http://noticias.r7.com/internacional/noticias/quatro-homens-iranianos-sao-condenados-a-forca-por-homossexualismo-20120514.html>. Acesso em 20 mai 2012.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Polícia força casal de lésbicas a se separar na Indonésia

Alice Budisatrijo
Atualizado em  26 de agosto, 2011 - 09:11 (Brasília) 12:11 GMT

As mulheres estavam casadas legalmente havia vários meses, porque uma delas fingiu ser homem no dia do casamento, ludibriando o clérigo islâmico que celebrou a cerimônia.

O casal foi denunciado por vizinhos que questionaram a legitimidade da união e contataram a polícia.

Depois de ser forçadas a se divorciar, as mulheres voltaram para suas famílias e permanecem sob a vigilância das autoridades encarregadas de fazer valer a lei da sharia, ou lei islâmica, no país.

Punição

O chefe da polícia religiosa local defendeu que, como punição, as duas mulheres sejam decapitadas e tenham seus corpos queimados, de acordo – segundo ele – com os princípios do islamismo.

Entretanto, a província de Aceh, a única no país que acata os preceitos da lei da sharia, não tem legislação definindo como tratar o tema do homossexualismo.

Em 2009, o Legislativo provincial aprovou a aplicação de chibatadas para homossexuais e a pena de morte por apedrejamento para adúlteros, mas o Executivo se recusou a assinar a lei.
Embora não seja visto com bons olhos, o homossexualismo é legalmente permitido na Indonésia.

Ativistas de direitos humanos dizem que as leis de Aceh violam a Constituição indonésia e incentivam o patrulhamento social e a intolerância.

Disponível em <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/08/110826_indonesia_gays_pu.shtml>. Acesso em 16 fev 2012.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Senado da Nigéria aprova punição a gays que casarem

Por João Ozorio de Melo
2dezembro2011


O Senado da Nigéria, o país mais populoso da África (com mais de 160 milhões de habitantes) aprovou projeto de lei que criminaliza casamentos entre pessoas do mesmo sexo. O projeto de lei estabelece penas de 14 anos de prisão para homossexuais que casarem e 10 anos de prisão para quem for testemunha, ajudar a celebrar o casamento ou mesmo assistir a cerimônia, noticiam o Washington Post, o National Post e outras publicações. O projeto segue, agora, para a Câmara dos Deputados, para aprovação.

A futura lei, que deverá ser promulgada pelo presidente Goodluck Jonathan, também proíbe manifestações amorosas em público por casais gays, a formação de organizações homossexuais e a operação de clubes e bares gays. Qualquer infração a essas proibições também pode ser punida com penas de 10 anos de prisão. O projeto de lei prevê ainda que qualquer casamento entre pessoas do mesmo sexo, feito em outro país, não terá validade jurídica na Nigéria e a certidão de casamento deverá ser rejeitada pelos tribunais.

Enquanto vários países protestaram contra a discriminação a uma minoria e contra a violação de direitos humanos, o senador nigeriano Baba-Ahmed Yusuf Datt, do "Congresso para Mudanças Progressistas" mostrou que o nome de seu partido não combina com o que ele pensa: "Tais elementos na sociedade deveriam ser mortos", declarou ele, segundo o Washington Post. O presidente do Senado, David Mark, disse que o casamento gay "viola as tradições e costumes da Nigéria".

De fato, o homossexualismo foi banido na Nigéria desde que o país era uma colônia da Inglaterra. Gays e lésbicas enfrentam discriminação aberta e abuso no país dividido entre cristãos e muçulmanos, que condenam o homossexualismo quase que unanimemente, diz o Washington Post. No Norte do país, gays e lésbicas podem enfrentar a morte a pedradas, afirma o jornal.

No continente africano, vários países já definiram o homossexualismo como um crime a ser punido com prisão. A forma mais dura de punição foi proposta — mas não passou — pelos legisladores de Uganda, que elaboraram um projeto de lei que previa pena de morte para alguns gays e lésbicas. "Mesmo na África do Sul, onde pessoas do mesmo sexo podem se casar, lésbicas têm sido brutalmente agredidas ou assassinadas", diz o jornal.

Para o diretor do Programa para a África da Anistia Internacional, "a nova lei vai visar pessoas com base em sua identidade, não apenas por seu comportamento, e vai colocar um grande número de pessoas em risco de sanções criminais por exercer seus direitos básicos e por se opor à discriminação baseada puramente na orientação sexual real ou presumida ou na identidade de gênero", declarou.

Países da União Europeia condenaram a nova legislação nigeriana e alguns deles chegaram a oferecer asilo, com base em identidade de gênero, a minorias sexuais da Nigéria. A Inglaterra ameaçou, recentemente, cortar a ajuda financeira a países africanos que violam os direitos de seus cidadãos gays ou cidadãs lésbicas. Mas a ajuda econômica à Nigéria é pequena porque o país é um grande produtor de petróleo — um dos maiores fornecedores de óleo bruto aos Estados Unidos.

O presidente do Senado nigeriano fez pouco caso da ameaça, segundo o Vanguard. "Se algum país quiser parar de nos enviar ajuda porque vamos passar esse projeto de lei, que vá em frente. Somos uma nação soberana e temos o direito de decidir por nós mesmos e nenhum país pode interferir na maneira que administramos nosso país", declarou.


Disponível em <http://www.conjur.com.br/2011-dez-02/senado-nigeria-aprova-projeto-preve-punicao-gays-casarem>. Acesso em 02 dez 2011.