Folha de S. Paulo
23/07/12
Por dia são feitas 19 denúncias de violência motivadas por
homofobia, segundo relatório da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da
Presidência. É primeira vez que o governo divulga dados oficiais sobre o tema.
O estudo usou dados coletados em 2011 pelo Disque 100, que
recebe e verifica relatos de violações dos direitos humanos, somados a
registros da ouvidoria do SUS, da Secretaria de Políticas para Mulheres e do
Conselho Nacional de Combate à Discriminação.
Ao todo, foram registradas 6.809 denúncias. Em 62% dos casos
o suspeito era conhecido da vítima - familiares e vizinhos respondiam por mais
da metade das agressões.
Os registros de violência supostamente cometida por
desconhecidos foi de cerca de um terço do total. Em 9% dos casos, o suspeito
não teve a identidade informada. Grande parte das agressões ocorreu na casa da
vítima (42%). A rua foi palco de 31% dos casos informados.
O estudo ainda traça um perfil dos suspeitos: 40% é homem,
heterossexual e tem de 15 a 29 anos.
Isso mostra que os jovens são as maiores vítimas e também os
maiores agressores", diz Gustavo Bernardes, coordenador de direitos LGBT
da Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
Ele crê que o número de agressões seja maior porque nem
todos denunciam. A denúncia predominante foi de violência psicológica (42,5%),
como humilhações e ameaças, seguida de discriminação (22%) e de violência
física (16%). A maioria aponta mais de um agressor.
Para a presidente da Comissão de Diversidade Sexual da OAB,
Maria Berenice Dias, a ausência de uma lei que criminalize a homofobia faz a
maioria das denúncias ficar impune. "Acaba condenando à invisibilidade
todas essas agressões", afirma.
Disponível em
http://cidadeverde.com/diversidade/44314/vitima-conhece-seu-agressor-na-maioria-dos-casos-de-homofobia.
Acesso em 30 ago 2014.