Anna Paula Vencato
Cadernos AEL, v.10, n.18/19, 2003
Resumo: Este trabalho discute as diferenças entre algumas possibilidades
de manifestações do fenômeno transgênero, tratando
especificamente de travestis, transexuais e drag queens. É
importante salientar que mesmo que existam traços comuns entre
as diversas formas de experiência transgênero, os discursos desses
sujeitos acerca de suas trajetórias enfatizam que há aspectos
diferenciadores e principalmente hierárquicos dentro e fora do
universo GLS usados para as/os definir, os quais nos mostram o
quanto é necessário que se coloque em debate, para além de suas
semelhanças, suas especificidades. Nesse sentido, este trabalho
visa mostrar como as auto definições utilizadas por esses sujeitos
podem não refletir as definições externas que lhes são atribuídas,
sem pretender criar alguma espécie de taxionomia. As discussões
aqui postas estão embasadas em minha pesquisa etnográfica
acerca das corporalidades e performances de drag queens em
territórios gays da Ilha de Santa Catarina e estarão perpassadas
também pela discussão do conceito de transgênero.