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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Androginia: homem russo heterossexual está fazendo sucesso como modelo feminino

Osmairo Valverde
22 de setembro de 2012 

Stanyslas Fedyanin, um homem de 16 anos, morador da cidade de Moscou, Rússia, está ganhando notoriedade mundial por sua estética.

Ele é aclamado como uma incrível modelo feminina internacional. Fedyanin é heterossexual e namora uma mulher que adora sua androginia. Os fotógrafos o chamam de “rei andrógino” por sua capacidade de “roubar” a vaga publicitária que seria destinada para as mulheres.

As críticas são fortes. Não existe uma opinião homogênea sobre o fato de um homem com 1,80 m e 45 kg ser mais feminino e fazer mais sucesso na moda que muitas modelos internacionais.

Sua popularidade na Rússia e em vários países da Europa está aumentando ferozmente. Ele foi contratado pela empresa Dopamin Models, uma grande agência de modelos na Alemanha.

Saiba mais!

O que é uma pessoa andrógina? É a mistura de várias características que tangem o masculino e feminino em uma única pessoa. Um andrógino não se define como homem ou mulher.

A psicologia encara a androginia como um transtorno de identidade de gênero, uma condição em que o psíquico não se vê ou não se identifica com nenhum dos dois sexos, mas como alguém mentalmente híbrido, resultado da misturada dos dois gêneros.

Abaixo você confere fotos de alguns trabalhos importantes que Fedyanin realizou e um vídeo com alguns momentos de sua vida profissional:

Disponível em <http://jornalciencia.com/inusitadas/mundo-estranho/2090-stanyslas-fedyanin>. Acesso em 23 set 2012.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Para psicólogos, as redes sociais aceleram a fobia social

Stephanie Kohn
06 de Março de 2012

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Maryland (Estados Unidos) levantou uma questão interessante sobre as redes sociais. Será que o Facebook e outros sites de relacionamento virtual podem acelerar o surgimento da fobia social e a depressão? De acordo com Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa de Psicologia em Informática da PUC/SP, quando uma pessoa já tem pré-disposição ou apresenta sintomas de que não está bem, as redes podem ser uma facilitadora.

O jornalista Gabriel Nunes (nome fictício), que trabalha com mídias sociais e é diagnosticado com fobia social há dez anos, compartilha da mesma opinião. Ele, que já sofreu na pele o que é se esconder por trás das redes, diz que boa parte das vezes que usa a internet ou conhece uma pessoa pela web é pra fugir de sua realidade. Ele até acredita que seu destino profissional de trabalhar com as redes sociais foi uma escolha inconsciente. "Eu parei na comunicação bem de paraquedas e nunca me imaginei trabalhando com isso. Mas, acredito que a facilidade que tenho de mexer nas redes se deve ao fato de eu ter fobia social, já que trabalho com um público que não me vê e não me conhece", explica.

Segundo Luciana, sites como Facebook, Orkut ou Twitter são canais que trazem prazer e preenchem uma lacuna na vida da pessoa como a falta de contato com outros seres humanos. Com isso, é possível que a rede contribua para que o usuário permaneça mais tempo isolado e faça deste ambiente virtual sua fuga. "Uma pessoa que tem dificuldade de se relacionar vai encontrar ali pessoas para participar da vida e, às vezes, este contato virtual é o suficiente", comenta.

Um indivíduo com propensão à depressão e fobia social tende a usar as redes de forma dependente da mesma forma como acontece com as drogas. A pessoa faz daquela prática sua evasão dos problemas. No entanto, a dependência à internet, de acordo com Luciana, não é identificada pela quantidade de tempo gasto na rede, mas sim nas coisas que foram deixadas de lado para que o usuário permanecesse conectado. "Aquele que deixa de fazer coisas e estar entre amigos e família para permanecer conectado também tem maus hábitos na rede", afirma. "O problema não é a ferramenta. É o uso que fazemos dela", completa.

Por outro lado, as redes sociais também podem auxiliar no tratamento da fobia social. A psicóloga conta que, durante a atividade terapêutica, é necessário fazer com que o paciente encontre suas habilidades e, para isso, é possível utilizar ferramentas extras como, no caso, sites de relacionamento. Porém, para que o resultado seja positivo, é necessário que a pessoa tome consciência de que os relacionamentos que ela mantém na rede podem ser transportados à vida real. "Até dá para usar a rede como recurso, mas depende muito do caso. O paciente precisa gostar deste tipo de site e o psicólogo precisa ter familiaridade com estas ferramentas", diz.

No caso de Gabriel, a internet o ajudou a fazer amigos, porque, segundo ele, era mais fácil conversar com alguém sem estar cara a cara. Um dos principais motivos é que na internet você pode construir uma imagem da maneira que quiser, criar uma personalidade que pode ou não ser a verdadeira. Outro ponto positivo, de acordo com Gabriel, é que a web pode ser um caminho para que as coisas aconteçam no mundo real. "Na rede é possível esconder várias coisas como defeitos e traumas, justamente por esta construção de personalidade. Mas, ao meu ver, a internet é mais uma fuga do que uma solução para os problemas", ressalta. "Você até pode se apegar à internet pra fazer com que essa sensação se amenize e, assim, conseguir ter um relacionamento com outras pessoas. Mas, sempre vai rolar uma ponta de desconfiança, sabe?", completou.

Sobre a fobia social

A fobia social também é conhecida como transtorno de ansiedade social, transtorno ansioso social ou sociofobia. Trata-se de uma síndrome ansiosa caracterizada por manifestações de alarme, tensão nervosa e desconforto desencadeadas pela exposição à avaliação social. A condição psiquiátrica, segundo a psicóloga Luciana, é bem difícil de ser revertida, uma vez que se trata de uma pessoa com timidez extrema. 

De acordo com a psicóloga, uma pessoa diagnosticada com fobia social tem vergonha de comer na frente dos outros, não conta dinheiro em público com medo de errar, não fala com estranhos e mal consegue se comunicar com conhecidos. Além disso, ela se sente muito mal em situações que precisa conhecer pessoas novas.

Quer contribuir com a discussão? Você acredita que as redes sociais aceleram a fobia social ou podem ajudar para que as pessoas transportem seus relacionamentos virtuais para a vida real? Escreva nos comentários abaixo. E se você sofre de fobia social, conte-nos quais experiências na web te proporcionaram bons resultados.


Disponível em <http://olhardigital.uol.com.br/jovem/redes_sociais/noticias/as-redes-sociais-aceleram-a-fobia-social>. Acesso em 22 jun 2012.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Psicólogo não muda orientação sexual, rebate presidente de Conselho Federal

Ana Cláudia Barros 
29 de fevereiro de 2012

O presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Humberto Verona, considerou "muito preocupante" a movimentação da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) para tornar sem efeito a resolução da categoria que "estabelece normas de atuação dos psicólogos em relação à questão da orientação sexual". Um Projeto de Decreto Legislativo com esta finalidade foi apresentado pelo deputado federal João Campos (PSDB-GO), que preside, no Congresso, a FPE, atualmente composta por 76 parlamentares, três deles, senadores.

A Resolução 001/99 do CFP determina que os profissionais da área não podem exercer "qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas", nem adotar "ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados". Veta ainda qualquer manifestação pública de psicólogos no sentido de "reforçar preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica".

- Nossa resolução é muito cara aos psicólogos, não só brasileiros, mas os de todo o mundo. Somos chamados em vários países para falar dessa experiência que temos no Brasil. Ela tem sido um exemplo. Vamos fazer todo esclarecimento público possível. A intenção dos deputados que estão cuidando disso é outra. Ela tem uma origem moral, nos seus conceitos religiosos. Não há uma preocupação real com a sociedade. Se houvesse, esses deputados estariam defendendo a resolução, o direito de as pessoas terem sua orientação sexual exercida com liberdade e respeito. Vamos tentar sensibilizar a opinião pública para que isso não avance - afirma Verona.

Na avaliação do presidente do CFP, a bancada evangélica além de interferir diretamente no exercício da profissão, pode abrir precedentes, ferindo à laicidade do Estado.

- Achamos que uma lei que possibilite, por concepções religiosas, que profissionais tratem de orientação considerada "inadequada" é um problema grave para a sociedade brasileira. Não podemos deixar isso passar. O projeto é um retrocesso e é uma interferência na própria legislação do País, que organizou o exercício das profissões. No Brasil, temos leis que criam conselhos e que delegam aos próprios profissionais fazer a regulação da sua profissão de acordo com as necessidades e demandas da sociedade. Queremos continuar a ter garantias do nosso direito de fazer isso.

Verona lembra que a concepção de naturalidade da orientação heteroafetiva é contestada pela psicologia.

- Toda essa pressão está muito dirigida à orientação homoafetiva, porque há aqueles que acreditam na naturalidade da orietação heteroafetiva, como sendo a orientação natural da espécie humana. A psicologia e outras ciências já compreenderam que não é assim. A heterossexualidade não tem nenhuma natureza especial, diferente da orientação homoafetiva. Ambas as orientações fazem parte da dimensão subjetiva, da experiência da sexualidade humana. Então, para nós, não existe uma orientação que é a natural e a normal e uma desviante, que precisa ser tratada. Há um equívoco de base na compreensão da própria questão da sexualidade. Sabemos que o equívoco não é por ignorância, mas acontece por uma questão de filiação a fundamentos religiosos, que pregam isso.

O presidente do CFP explica como deve ser a abordagem do profissional quando procurado por um paciente em conflito devido à orientação sexual:

- Por termos outra concepção, nosso código de ética nos impede de oferecer cura. Nem o heterossexual que quer virar homossexual nem o homossexual que quer virar hétero. Temos que investigar qual sofrimento está sendo produzido naquele sujeito a partir da sua orientação sexual. Nosso papel é cuidar do sofrimento. Temos que acolher o sujeito e ajudá-lo a entender porque sofre. O sofrimento não é pela prática de uma orientação sexual, mas pelo conflito que isso gera em função da expectativa que a pessoa tem em relação ao grupo social no qual convive. É nosso papel ter essa compreensão.

Humberto Verona esclarece que a prática do psicólogo não pode sofrer interferência de crenças religiosas.

- A fé de cada um não pode ser exercida numa prática comum no conjunto de uma categoria profissional. Todos têm o direito de ter sua fé individualmente, mas no momento do exercício profissional, dispomos de métodos, técnicas, teorias que são validadas socialmente, por órgãos de regulação, por instâncias de pesquisas. Não dá para misturar o exercício da profissão com a profissão de fé de cada um.

Disponível em <http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI5637349-EI6594,00.html>. Acesso em 17 mar 2012.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Capitão da Marinha que virou mulher diz: “Nasci no corpo errado”

Extra Online
17/03/12 17:00 Atualizado em22/03/12 12:17 

No dia 7 de abril de 2010, um voo da TAM vindo da Tailândia, com escala em Londres, pousava após 25 horas de viagem no aeroporto do Galeão. Da aeronave, Bianca sai, apressadamente, em direção ao setor de bagagens. A experiência dos tempos de oficial da Marinha, em que viajava em missões pelo mundo, dizia-lhe que os extravios de malas eram comuns. Só que em vez de fardas, ela trazia, dessa vez, três bonecas Barbies compradas no país asiático, onde fora fazer uma complicada operação de troca de sexo. Naquele momento, começava a mudança mais radical na vida de Bianca.

Como surgiu o seu conflito?
Desde que eu me entendo por gente. Eu pensava de uma forma, mas me via, no espelho, de outra. Eu via isso como errado (ser mulher).

Por que você casou, teve filho, entrou para as Forças Armadas?
Durante toda a minha vida, tentei fugir do que realmente era. Primeiro, tentei ser o que o meu irmão mais velho era. Meu pai era militar, e a gente vivia em vilas militares, mas entrar para a Marinha não foi somente uma influência dele. Era também uma forma de fugir desse conflito. Casei, e minha última tentativa de fugir foi ter um filho.

Quando a sua família descobriu?
Ainda jovem, meus pais descobriram, no meu quarto, algumas coisinhas minhas. Chamaram uma psicóloga. Eu aceitei e disse que iria me curar. Mas a psicóloga procurou meus pais e falou: “Talvez o que vocês querem eu não consiga; talvez seu filho seja um transexual”. Eu ouvi tudo da cozinha. Fui a uma biblioteca para entender o que isso significava. Foi quando vi a Roberta Close. Aí eu pensei: “Poxa, se eu for isso mesmo, quero ser como a Roberta Close”.

Por que você passou a comprar Barbies depois que fez a operação?
Eu tenho 15 Barbies. Não coleciono, não. Comprei três na Tailândia porque eu sempre tive vontade de ter Barbie, de brincar de boneca.

Eu sempre fui mulher, mas estava fugindo disso. Nunca fui homem, só fui por fora
Bianca

Você está feliz com a mudança?
Inteiramente. Eu sempre fui mulher, mas estava fugindo disso. Nunca fui homem, só fui por fora. Eu tentei fazer o papel que a sociedade esperava de mim: ser um homem. Mas eu nasci no corpo errado. Eu antes tinha amigos, família, trabalho... Eu perdi tudo isso, mas ganhei minha identidade.

E a sua relação com a Marinha?
Fiquei muito frustrada com o tratamento que recebi. Eu fui descartada pela Marinha, que poderia ter me oferecido um tratamento mais digno, como acompanhamento psicológico.

E o seu filho?
No começo, ele ficava me perguntando: “Por que você usa peruca?”. Eu o encontrava com um tipo unissex, nem uma coisa em outra. Até que chegou um momento que eu disse: “Papai é diferente, papai não estava feliz como menininho”. As coisas sempre foram construídas com verdade.

Você chegou a ser ameaçada?
Não sei por quem, mas depois que eu contei na Marinha, que o fato se tornou público em jornais, recebi ligações telefônicas: “Seu veado, vai morrer”, diziam. Percebi pessoas estranhas rondando minha casa. No shopping, havia pessoas me seguindo. Com certeza, o serviço de inteligência da Marinha ficou na minha cola.

Disponível em <http://extra.globo.com/noticias/rio/capitao-da-marinha-que-virou-mulher-diz-nasci-no-corpo-errado-4336283.html>. Acesso em 25 mar 2012. 

terça-feira, 13 de março de 2012

Transexuais do DF esperam até seis anos por cirurgia para redefinição sexual

Rafaela Céo
08/03/2012 


Transexuais do Distrito Federal aguardam até seis anos por uma cirurgia de redefinição sexual no Sistema Único de Saúde (SUS). Das 30 transexuais do DF que recebem atendimento psicológico no Hospital Universitário de Brasília (HUB), 20 estão na fila de espera.

Para chegar até a cirurgia, geralmente feita em Goiânia – uma das quatro cidades do país com hospital credenciado para o procedimento –, as transexuais passam por um longo acompanhamento psicológico. No HUB, o grupo fundado há dez anos se reúne semanalmente com psicólogos.

“Para elas fazerem cirurgia é necessário e importante um laudo psicológico. A gente sabe que há pessoas que fazem [a cirurgia] e não estão preparadas. Isso pode causar um comprometimento grave, porque é uma mudança sem retorno”, diz a psicóloga Sandra Studart, do Programa para Transexuais do HUB.

A portaria que regulamente a cirurgia de redefinição de sexo no Sistema Único de Saúde (SUS) é de agosto de 2008. Desde então e até dezembro de 2011, segundo o Ministério da Saúde, 116 procedimentos foram realizados envolvendo a mudança de sexo do tipo masculino para o feminino.

“Toda minha história sexual envolve a cirurgia. Eu nunca consegui me relacionar 100% com um homem porque a necessidade da cirurgia bloqueia. Já tive um grande amor, vivi casadinha durante quase seis anos. A necessidade da cirurgia, talvez, seja para viver um outro grande amor"

Bianca Moura de Souza, 
servidora pública que aguarda desde 2005 por uma cirurgia no SUS

Seguindo uma determinação da portaria, as operações só podem ser feitas em hospitais universitários. Atualmente, no Brasil há quatro deles atendendo o público transexual feminino – em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Rio Grande do Sul.

Para estudiosos de sexualidade, a cirurgia de redefinição sexual não é o ponto primordial para a determinação da feminilidade das transexuais.

“Elas se olham no espelho e se veem com toda a indumentária e personificação da identidade feminina, independentemente de terem passado por controle hormonal ou por cirurgia”, explica a assistente social e coordenadora do Núcleo de Atendimento Especializado às Pessoas em Situação de Discriminação Sexual, Religiosa e Sexual (Nudin), Carol Silvério.

Algumas transexuais, porém, alimentam o desejo de passar por cirurgia por muitos anos. A servidora pública Bianca Moura de Souza diz que desde 2005 espera para fazer o procedimento. Para ela, feminilidade não depende da intervenção, mas a completaria.

“Toda minha história sexual envolve a cirurgia. Eu nunca consegui me relacionar 100% com um homem porque a necessidade da cirurgia bloqueia. Já tive um grande amor, vivi casadinha durante quase seis anos. A necessidade da cirurgia, talvez, seja para viver um outro grande amor”, declarou.

Bianca disse que começou a tomar hormônios femininos quando tinha 25 anos. Na época, já era concursada do governo do Distrito Federal e não sabia como os colegas responderiam às mudanças do seu corpo. “Eu trabalho em um ambiente público. Há flores e cartões no Dia das Mulheres. Eu sempre me preocupei se iriam me dar. Ficava até gelada, mas nunca deixaram de me dar”, fala a servidora pública.

Sem fila

A advogada Amanda Figueiredo Bezerra de Menezes, de 32 anos, não quis esperar pelo atendimento na rede pública. Em 2009, ela pagou R$ 18 mil e foi operada pela equipe de Goiânia que atua pelo SUS.

“Se eu não tivesse pagado, não teria feito até hoje. Não fiz a cirurgia pelo SUS por falta de vaga, mas eu fiz todo o processo psicológico pela rede pública. Nunca fantasiei a cirurgia, mas minha vida mudou em relação ao meu corpo. Hoje em dia eu tenho uma aceitação muito melhor, eu tenho prazer de ficar nua, de me olhar no espelho, até em uma relação sexual"

Amanda Figueiredo Bezerra de Menezes, 
advogada que pagou para não ter de esperar por cirurgia

“Se eu não tivesse pagado, não teria feito até hoje. Não fiz a cirurgia pelo SUS por falta de vaga, mas eu fiz todo o processo psicológico pela rede pública. Nunca fantasiei a cirurgia, mas minha vida mudou em relação ao meu corpo. Hoje em dia eu tenho uma aceitação muito melhor, eu tenho prazer de ficar nua, de me olhar no espelho, até em uma relação sexual”, conta.

Além de conseguir enxergar no espelho um corpo que condiz com sua identidade de gênero, Amanda comemora mudanças na sua documentação pessoal. “Consegui mudar meus documentos, mudei o nome e o gênero, sou legalmente mulher. Isso faz diferença também. Na faculdade, por exemplo, não era chamada de Amanda, apesar da minha aparência, era chamada pelo nome de menino."

'Pela causa'

Para Sissy Kelly Lopes, de 55 anos, fundadora da Associação do Núcleo de Apoio e Valorização à Vida de Travestis, Transexuais e Transgêneros do DF e Entorno (AnavTrans), a cirurgia de redefinição sexual não é uma prioridade.

“Acredito que a cirurgia vai de pessoa para pessoa. Algumas pessoas necessitam, pois tem alguma especificidade, outras ficam na dúvida, e outras decidem que não querem. Eu não tinha tempo para pensar na cirurgia, era uma vida muito corrida”, disse.

Atuando como prostituta, ela viveu dez anos na Europa. De volta ao Brasil, mudou-se para Brasília em 2005, onde mantém militância pela cidadania das transexuais.

“Todas nós passamos por limitações, quebramos barreiras para chegar aonde chegamos, brigamos com a família, sociedade, igreja porque somos mulheres. Mulheres diferentes, não sei, mulheres mal entendidas, não sei, mas somos mulheres.”

Disponível em <http://df.gay1.com.br/2012/03/transexuais-do-df-esperam-ate-seis-anos.html#>. Acesso em 13 mar 2012.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Biblioteca 3: Corpo em obra: contribuições para a clínica psicanalítica do transexualismo



COSSI, Rafael Kalaf.  Corpo em obra: contribuições para a clínica psicanalítica do transexualismo. São Paulo: nVersos, 2011. 168 páginas.


Com abordagem inédita e referenciais teóricos, Rafael Kalaf Cossi questiona e atualiza o debate sobre a clínica psicanalítica do transexualismo, esvaziando seu caráter patologizante, desvencilhando-a da heteronormatividade e abrindo lugar para a legitimação de novas manifestações da sexualidade. Numa esfera maior, Corpo em Obra contribui para a minimização do preconceito sofrido pelos transexuais e inspira maior aceitação e respeito, alargado a possibilidade de estabeleceram laços sociais e assumirem novos espaços na sociedade. É indicado, portanto, não apenas para estudiosos da clínica psicanalítica e temas relacionados ao transexualismo, mas para o público em geral. 

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