Mostrando postagens com marcador transexualismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador transexualismo. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 27 de março de 2012

Troca de sexo: Luciano vira Olga

Guilherme Baptista
02/03/2012

Desde pequena, ela gostava de brincar de boneca, usar salto alto, vestido e pintar as unhas. Mesmo com o preconceito, aos 16 anos se assumiu como mulher. "Enfrentei muitas piadinhas", lembra, sobre os tempos de escola. Com o apoio da mãe, irmãos e amigos, "Lú", como é mais conhecida, foi aos poucos se transformando. Mas faltava ainda algo importante: o corpo.

Após nascer como Luciano Klung, a montenegrina agora assina como Olga Luciana Klung. Foi o segundo caso em Montenegro de cirurgia de redesignação sexual. "Lú" lembra que cinco anos atrás decidiu se submeter a operação. Depois de uma consulta médica, ocorreu o encaminhamento para a área de transexualismo (transtorno de gênero) do Hospital das Clínicas, em Porto Alegre. Por nove meses passou por frequentes consultas como psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais. "Alertaram que era um caminho sem volta", recorda. Após passou para um grupo de apoio, com cerca de quinze meninas trocando experiências por aproximadamente três anos. "Algumas desistiram", lembra. Mas "Lú" estava decidida.

Todo tratamento foi custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em 30 de dezembro do ano passado ocorreu o dia tão esperado. "Estava assustada, mas alegre", recorda. Foram cerca de seis horas de cirurgia. O próprio médico a acalmou informando que em quatro horas ela sairia da mesa de cirurgia como Olga Luciana. Foi feita então uma reconstituição do órgão sexual. A recuperação foi rápida. Depois de uma semana no hospital e um mês em casa, Luciana já estava de volta ao Studio K, onde trabalha como cabeleireira há oito anos.  

Sem planos

Olga Luciana já encaminhou o pedido para seus novos documentos, um procedimento simples, que demora cerca de dois a três meses. Aos 29 anos, terá o mesmo nome de sua bisavó, que não chegou a conhecer. “É um nome bonito, que inspira respeito”, diz.

Mesmo considerando Montenegro uma cidade conservadora, “Lú” diz que conseguiu que a comunidade respeitasse a sua opção. Apenas o pai não aceitou. “Virei esta página”, disse, sem querer falar muito sobre o pai, com quem não teve mais contato.

Solteira, “Lú” gosta de ir em festas em Montenegro e na região. Já teve namorado, mas diz que não tem planos de imediatamente constituir família e adotar filhos. “Vou deixar o barco andar”, comenta. Na porta do salão de beleza recebe os cumprimentos das pessoas que passam. “Não imaginava que iriam me apoiar tanto. As pessoas param na rua para me parabenizar”, diz, agradecendo o apoio.

Disponível em <http://www.fatonovo.com.br/ler.php?id=3604>. Acesso em 25 mar 2012.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Transexualismo masculino

Amanda V. Luna de Athayde
Arq Bras Endocrinol Metab vol 45 nº 4 Agosto 2001


O transexualismo masculino é uma condição que exige a atuação de profissionais de diversas áreas para o diagnóstico e tratamento. De vital importância é o correto diagnóstico, uma vez que o tratamento cirúrgico é irreversível e, se incorretamente indicado, pode levar até ao suicídio. Os elementos diagnósticos são essencialmente clínicos e um período-teste de observação de dois anos é recomendado antes da realização da cirurgia. Nesse período são utilizados recursos psicoterápicos e prescrita medicação anti-androgênica e estrogênica para adequação dos caracteres sexuais secundários. No presente artigo de revisão são abordados os conceitos necessários à conduta nos casos de transexualismo, bem como as opções terapêuticas disponíveis.


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Transexualismo: estudo sobre a representação de si no método de Rorschach

Frederico Guilherme Ocampo Abreu
Universidade Católica de Brasília
Pro-reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa
Mestrado em Psicologia


Este trabalho teve por objetivo analisar a representação de si em transexuais masculinos por meio do método de Rorschach, caracterizar o perfil psicológico desses participantes e realizar considerações sobre o diagnóstico diferencial do transexualismo com a psicose. O transexualismo se caracteriza por uma identificação de um indivíduo com o sexo oposto, acompanhado por um desejo de pertencimento a esse outro sexo e por um significativo desconforto com seu sexo anatômico. De acordo com psicanalistas estudiosos do fenômeno, meninos que, geralmente deste muito cedo, apresentam sinais de distúrbios ligados à identidade de gênero demonstram uma ligação excessiva e, por vezes, simbiótica com a mãe, ao passo que o pai se apresenta como uma figura ausente, não representando um modelo masculino adequado.



terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Biblioteca 3: Corpo em obra: contribuições para a clínica psicanalítica do transexualismo



COSSI, Rafael Kalaf.  Corpo em obra: contribuições para a clínica psicanalítica do transexualismo. São Paulo: nVersos, 2011. 168 páginas.


Com abordagem inédita e referenciais teóricos, Rafael Kalaf Cossi questiona e atualiza o debate sobre a clínica psicanalítica do transexualismo, esvaziando seu caráter patologizante, desvencilhando-a da heteronormatividade e abrindo lugar para a legitimação de novas manifestações da sexualidade. Numa esfera maior, Corpo em Obra contribui para a minimização do preconceito sofrido pelos transexuais e inspira maior aceitação e respeito, alargado a possibilidade de estabeleceram laços sociais e assumirem novos espaços na sociedade. É indicado, portanto, não apenas para estudiosos da clínica psicanalítica e temas relacionados ao transexualismo, mas para o público em geral. 

saiba mais

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Biblioteca 2: Extrasexo: ensaio sobre o transexualismo



MILLOT, Catherine. Extrasexo: ensaio sobre o transexualismo. São Paulo: Escuta, 1992. 132 páginas.


"Então, por que não a psicanálise? Um jovem transexual veio ver-me um dia, acreditando erroneamente que eu Ihe daria o endereço de um cirurgião capaz de praticar as operações de mudança de sexo. Insisti para que me dissesse porque desejava tanto ser operado. Respondeu-me que era porque tinha a impressão, tendo a aparência de uma mulher enquanto se sentia homem, de viver uma mentira. Objetei-lhe que, ao se operar, não faria senão trocar uma mentira por outra."


saiba mais

domingo, 20 de novembro de 2011

Algumas reflexões para estabelecer a cronologia do “fenômeno transexual” (1910-1995)

Pierre-Henri Castel
Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 21, nº 41, p. 77-111. 2001


Resumo: O “fenômeno transexual” (Benjamin) é um indicador muito seguro das modificações históricas da percepção científica, mas também cultural e política da identidade sexual no século XX. Para apresentar uma cronologia e uma bibliografia escolhida desse fenômeno, este artigo propõe um fio condutor: a recusa sistemática das interpretações psicanalíticas do transexualismo pelos sexólogos, endocrinologistas e sociólogos que estudaram o problema.


texto completo

sábado, 12 de novembro de 2011

O transexual e a omissão da lei: um estudo de casos paradigmáticos

Eric Baracho Dore Fernandes
Caderno Virtual Nº 21, v. 1 – Jan-Jun/2010


Resumo: Desde a década de 70, os brasileiros transexuais dispõem de meios cirúrgicos para a alteração de seu sexo natural, adequando sua situação física à sua situação emocional e psíquica, como alguém do sexo oposto. Porém, o reconhecimento a tais direitos não veio de imediato, sendo objeto de uma longa construção que ainda não se encontra finalizada. O presente artigo busca destacar os principais pontos dessa trajetória em uma abordagem comparada, estudando os direitos dessa minoria em duas dimensões distintas: o acesso à cirurgia de redesignação sexual e o direito à adequação do nome e sexo no registro civil. 


texto completo