quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Uma análise do texto “Desdiagnosticando o gênero”, de Judith Butler

Glória W. de Oliveira Souza
inédito


Resumo: A autora analisa o texto de Judith Butler que aborda a questão da despatologização da transexualidade nos Estados Unidos. Alguns observam o ensaio da norte-americana como apoio irrestrito a esta determinação. Mas a autora discorda desta visão, ao detalhar os argumentos de Butler, para afirmar que, ao contrário do se pensa, há uma defesa da manutenção da patologização no DSM-IV e no CID-10 como conquista estratégica da população transexual, principalmente àquelas carentes de recursos financeiros. Aponta ainda que, apesar do ensaio estar focado no universo dos EUA, há grandes semelhanças com a situação da população transexual brasileira, onde, em razão da carência e informação, prevalecem comportamentos automedicáveis, coadjuvados por aproveitadores na transformação corporal. Assim, mesmo reconhecendo a inadequação do diagnóstico como doença mental, a manutenção da patologização é um atalho para a atuação do Estado junto às minorias necessitadas. Assim, a autonomia proposta por Butler se junta ao propósito estratégico e, desta forma, não atuam de forma contrária, mas sim num sentido comum que é a permissão para que a transexualidade seja inserida cultural e socialmente como coisa humana.




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