sábado, 15 de setembro de 2012

Neuroimagens comprovam relação entre culpa e sintomas da depressão

Mente e Cérebro
09 de agosto de 2012

Em Luto e melancolia (1917), o psicanalista Sigmund Freud apontou como um dos traços mentais da “melancolia” – como se referia aos transtornos depressivos – a presença de sentimentos exagerados de culpa. Agora, cinco neurocientistas, entre eles o brasileiro Jorge Moll, registraram imagens do cérebro de pessoas com histórico de depressão e descobriram que a “troca de informações” entre regiões envolvidas na autorrecriminação e na percepção de comportamentos socialmente aceitos é deficiente.

Os pesquisadores usaram ressonância magnética funcional (fMRI) para examinar o cérebro de pessoas que se recuperaram dos sintomas da depressão havia mais de um ano e de outras que nunca tiveram o transtorno enquanto elas relatavam como se sentiram em situações como trair a confiança de um amigo ou se recusar a ajudá-lo. Os resultados, publicados na Archives of General Psychiatry, mostram pela primeira vez a interação entre o lobo temporal, associado ao julgamento de comportamentos, e a região subgenual, área do córtex pré-frontal relacionada ao processamento de emoções e a circuitos neurais responsáveis pela regulação de neurotransmissores como serotonina e dopamina. Segundo os neurocientistas, a conexão entre essas partes é menor em pessoas com histórico de depressão.

Curiosamente, a interação entre essas áreas revelou-se menor apenas quando os voluntários foram induzidos a se culpar – ao desaprovarem a conduta de outras pessoas, não foram detectadas alterações significativas. Estudos complementares já foram iniciados na Inglaterra para avaliar se  dissociação entre regiões neurais pode representar risco de desenvolver depressão ou de retorno dos sintomas depois do tratamento.

Disponível em <http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/neuroimagens_comprovam_relacao_entre_culpa_e_sintomas_da_depressao.html>. Acesso em 07 set 2012.

Um comentário:

  1. Por Nikole Scarlet McCoy
    Como terapeuta eu gosto de trabalhar com a Terapia do Perdão, pois é a mais eficaz e duradoura. Eu mesma experimentei (muitos anos antes de ser psicanalista) com eficácia comprovada. Quando não conseguimos perdoar fica dentro de nosso inconsciente um sentimento de culpa, pois nos sentimos mal, não pelo mal que nos fizeram, mas pela nossa incapacidade de perdoar e isso nos coloca no mesmo patamar de quem nos causou mal. Como eu costumo dizer aos meus pacientes: Quando perdoamos alguém que nos fez algum mal, estamos também perdoando a nós mesmos, então temos um duplo proveito no ato de perdoar.
    Já quando fazemos mal a alguém, nosso superego nos acusa todo o tempo (a culpa) e isso provoca reações psicossomáticas que desencadeiam sintomas físicos.
    Resumindo: A melhor forma de lidar com a culpa é pedindo perdão, e a melhor forma de lidar com a mágoa é perdoando.

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